Morre aos 100 anos Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA e ganhador do Nobel da Paz

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Morreu nesta quarta-feira, 29, o ex-Secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, aos 100 anos de idade, na sua residência em Connecticut. Kissinger foi um dos políticos e intelectuais mais proeminentes dos EUA. Ele atuou como principal diplomata e conselheiro de segurança nacional dos governos de Richard Nixon e Henry Ford, entre 1973 e 1977, período no qual deixou uma marca indelével na política externa americana.

Em 1973, o político veterano ganhou o Prêmio Nobel da Paz por ter contribuído para uma trégua temporária na Guerra do Vietnã - um conflito polêmico e sangrento que deixou mais de 58.000 soldados americanos mortos e destruiu grande parte do Vietnã.

Kissinger permaneceu ativo até completar os 100 anos de idade, participando de reuniões em Washington, promovendo seu livro recente e atuando como testemunha perante um comitê do Senado dos EUA sobre a ameaça nuclear apresentada pela Coreia do Norte.

Seu ato diplomático mais recente ocorreu de em julho de 2023, quando realizou uma visita surpresa a Pequim para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.

Seu trabalho do último século, em meio à Guerra Fria, moldou muitos eventos globais que impactaram na história recente. A abertura diplomática da China, as negociações sobre o controle de armas nucleares entre os Estados Unidos e a União Soviética e fortalecimento das relações do Ocidente com países do Oriente Médio e da Ásia são apenas alguns exemplos disso.

O arquiteto do Realismo diplomático nos EUA continuou tendo uma ampla influência mesmo após a renúncia de Nixon em 1974 e depois do fim do governo Ford.

Mas sua influência mundial não ficou imune a críticas. Enquanto ele era elogiado por uns pela sua genialidade, outros o rotulavam de criminoso de guerra. Durante a Guerra Fria, Kissinger apoiou diversas ditaduras anticomunistas, especialmente na América Latina.

Uma das maiores controvérsias da sua carreira foi ter ganhado o Prêmio Nobel da Paz de 1973, em conjunto a Le Duc Tho, do Vietnã do Norte, que o recusou. A Guerra do Vietnã havia deixado uma herança dolorosa na Ásia e causado uma grande revolta nos EUA e ao redor do mundo. Além disso, revelações sobre o bombardeio secreto dos EUA ao Camboja também levaram a diversas críticas a Kissinger. Por causa da seleção do vencedor do Nobel da Paz, dois membros do comitê selecionador se demitiram em protesto.

Heinz Alfred Kissinger nasceu em Furth, Alemanha, em 27 de maio de 1923, e mudou-se para os Estados Unidos com sua família na sua adolescência, em 1938.

Em 1943 ele naturalizou-se cidadão americano, após mudar seu nome para Henry. Ele serviu no exército americano e combateu na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Depois foi bolsista na Universidade Harvard, onde obteve mestrado em 1952 e doutorado em 1954. Ele lecionou em Harvard pelos próximos 17 anos.

Em 1968, a promessa de encerrar a guerra do Vietnã tornou Nixon presidente dos EUA, e ele trouxe Kissinger para a Washington como conselheiro de segurança nacional.

Mas a guerra se arrastou durante anos, e só em 1973, ano em que Kissinger virou Secretário de Estado, foram assinados os Acordos de Paz de Paris que tornaram-se apenas prelúdio para a tomada final do poder pelos comunistas no Sul, dois anos depois.

Na década de 1970, ele realizou sua primeira missão diplomática no Oriente Médio, onde ficou por 32 dias viajando entre Jerusalém e Damasco para forjar um acordo duradouro de retirada entre Israel e a Síria nas Colinas de Golã ocupadas pelo exército israelense, contribuindo com o desescalonamento do conflito árabe-israelense à época.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta segunda-feira, 28, que a defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresente laudos médicos que comprovem os problemas de saúde dele. O prazo para resposta é de 48 horas.

Moraes aguarda os documentos para decidir se autoriza a transferência de Collor para o regime domiciliar. O ex-presidente foi preso para cumprir uma condenação de 8 anos e seis meses na Operação Lava Jato.

Em despacho, Moraes pede documentos comprobatórios, "inclusive prontuário e histórico médico, bem como os exames anteriormente realizados".

A defesa despachou mais cedo por videoconferência com o ministro.

Defesa pediu prisão domiciliar humanitária para ex-presidente. Foto: Roque de Sá

Os advogados advogados Marcelo Bessa e Thiago Fleury pediram prisão domiciliar humanitária para o ex-presidente. Aos 75 anos, Collor tem "comorbidades graves" e faz uso de remédios contínuos, segundo a defesa. Os advogados também alegam no pedido que o ex-presidente não oferece "periculosidade".

Ao ser ouvido na audiência de custódia, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

Moraes também determinou que a direção do Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió, informe se tem estrutura para tratar da saúde de Collor. O ministro também deve ouvir a PGR antes de tomar uma decisão.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), afirmou que caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decida tirar o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, de seu governo, estará não somente demitindo o ministro, como também o próprio partido de Lupi.

"Na minha opinião, se Lupi for demitido, eu acho que ele (Lula) demite o partido. Acho que o partido não tem que colocar substituto de maneira alguma", disse Heringer em entrevista ao Poder360.

O ministro, que foi presidente nacional da sigla durante anos, enfrenta desgaste no Ministério diante da investigação da Polícia Federal (PF) que revelou esquema de descontos ilegais bilionários em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, entre 2016 e 2024. Lupi não está sendo formalmente investigado pela PF.

Na entrevista, Heringer também defendeu que o PDT não faça uma nova indicação para o ministério caso o correligionário seja mesmo demitido, e afirmou que a pasta "só dá problema", sendo muito visada pelo alto volume orçamentário. "Não há possibilidade de a gente fingir que o nosso companheiro não foi atingido", disse o deputado, afirmando ter "certeza absoluta" que o partido não tem nenhuma responsabilidade sobre o crime.

Na última quarta-feira, 23, a operação resultou no afastamento de Alessandro Stefanutto da presidência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Onze entidades são suspeitas de desconto irregular em benefícios entre 2019 e 2024.

Neste domingo, 27, Lupi negou ao Estadão/Broadcast que tenha se omitido ao receber alertas de fraudes no INSS desde 12 de junho de 2023, e que determinou uma apuração sobre o tema, concluída em 6 de setembro de 2024. "Não me omiti, procurei agir", declarou Lupi à reportagem.

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse que, para concorrer ao governo de Minas Gerais, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) precisa de mais experiência. O parlamentar completará 30 anos em 2026 - idade mínima para a candidatura aos Executivos estaduais.

"É importante ele ter mais experiências para chegar ao Poder Executivo", disse Valdemar em entrevista à CNN Brasil, divulgada nesta segunda-feira, 28, ao ser questionado se o deputado poderia ser o nome do PL para a campanha em Minas.

Nikolas foi o deputado federal mais votado do País nas eleições de 2022, somando 1,47 milhão de votos. Ele e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) aparecem à frente em uma possível disputa pelo governo de Minas Gerais nas eleições de 2026, segundo o levantamento da Paraná Pesquisas divulgado no último dia 3. Os dois lideram os principais cenários da corrida com ampla vantagem sobre os outros possíveis candidatos.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, atrás apenas de São Paulo, com mais de 16 milhões de votantes nas eleições de 2024.

Em janeiro, Nikolas defendeu proposta de emenda à Constituição (PEC) sugerida por um aliado que, se aprovada pelo Congresso, pode beneficiá-lo nas eleições de 2026. A Constituição, hoje, estipula 35 anos como idade mínima para assumir os cargos de presidente, vice-presidente e senador. O projeto do deputado federal Eros Biondini (PL-MG) propõe a redução da exigência de idade dessas funções para 30 anos.

Também no início deste ano, o deputado publicou um vídeo viral para criticar portaria da Receita Federal que ampliaria o monitoramento de transações via Pix. Na ocasião, o vídeo do parlamentar alcançou mais de 300 milhões de visualizações e contribuiu para a revogação da norma. Outras publicações neste formato renderam milhões de acessos ao parlamentar e foi copiado por políticos da oposição.