Guiana pede ajuda dos EUA para se defender e Venezuela se diz ameaçada

Internacional
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A Venezuela reagiu nesta quarta, 6, às declarações do presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, que na noite de terça-feira, 5, pediu ajuda dos EUA para se defender das tentativas do regime chavista de anexar a região do Essequibo. Em comunicado, o governo venezuelano disse que a presença militar americana na área reivindicada representa uma "ameaça".

"Agindo sob o mandato da transnacional americana ExxonMobil, a Guiana está abrindo a possibilidade de estabelecer bases militares de uma potência imperial, ameaçando a zona de paz delineada na região", afirmou a Venezuela.

Ameaças

"Seguindo a doutrina da diplomacia bolivariana pela paz, pedimos à Guiana que abandone o comportamento errático, ameaçador, arriscado e siga o caminho do diálogo direto, como manda o Acordo de Genebra" - tratado de 1966, entre Venezuela e Reino Unido, que reabriu a questão da soberania sobre o Essequibo.

Desde o plebiscito de domingo, 3, quando os venezuelanos votaram maciçamente em favor da anexação, o presidente guianense tem feito uma série de afirmações sobre a defesa da região. "Estamos nos preparando para o pior cenário, com os nossos aliados, para reforçar nossa posição em defender o Essequibo", disse Irfan Ali.

Na terça-feira, em pronunciamento ao país, ele disse ter acionado o Conselho de Segurança da ONU e tido conversas com EUA, Brasil e França, para obter garantias de defesa. Para Irfan Ali, a Venezuela age fora da lei ao desrespeitar a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que decidiu em favor da Guiana. "Nossas Forças Armadas estão em alerta máximo. A Venezuela declarou-se fora da lei."

Avanço

As tensões aumentam desde domingo. Na terça-feira, Maduro mandou criar o Estado de Guiana Essequiba, nomeou o general Alexis Rodríguez Cabello como autoridade única do território e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo na região. Um novo mapa do país, com a área anexada, também foi exibido por ele.

A Guiana, uma nação de apenas 800 mil habitantes, busca agora apoio da comunidade internacional para manter a soberania sobre o território, que corresponde a 70% da superfície do país. Nos dias 27 e 28 de novembro, militares americanos e guianenses se reuniram para "discutir os próximos compromissos, planejamento estratégico e processos para melhorar a prontidão militar e as capacidades para responder a ameaças à segurança", de acordo com nota da embaixada americana em Georgetown.

Em 2015, a Guiana concedeu à americana ExxonMobil o direito de explorar petróleo no Essequibo. A petroleira já descobriu 11 bilhões de barris em reservas recuperáveis, tornando o país de longe o maior produtor per capita do mundo. Americanos e guianenses têm um acordo de cooperação militar, e a presença de gigantes do petróleo no Essequibo aumenta as esperanças de ajuda em caso de invasão.

Ontem, a Casa Branca afirmou esperar que a disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana seja resolvida pacificamente. "Obviamente, não queremos que ocorra violência ou conflito", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. "É preocupante, mas estamos acompanhando muito de perto em contato com todos os nossos aliados."

Canais abertos

Ontem, os chanceleres de Venezuela, Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, conversaram por telefone, a primeira conversa entre eles desde o plebiscito. Na ligação, feita por Todd, os dois lados concordaram em manter os "canais de comunicação abertos". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.