Premiê do Japão promete alterações no governo para lidar com escândalo de corrupção partidária

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou nesta segunda-feira, 11, que planeja tomar "medidas apropriadas" em relação ao escândalo cada vez maior de fundos secretos do seu partido no governo. Kishida disse a repórteres que está ciente da crescente desconfiança do público em relação aos casos de corrupção na arrecadação de fundos de campanha e que leva o assunto a sério, reconhecendo que há uma investigação em aberto após uma denúncia criminal.

"Tomarei as medidas adequadas no momento apropriado para restaurar a confiança do público e evitar atrasos na política nacional", prometeu Kishida, sem dar mais detalhes. Relatos da mídia local dizem que ele pode realizar alterações no gabinete, com foco nos cargos mais importantes do partido, já na quinta-feira.

O escândalo envolve principalmente a maior e mais poderosa facção do Partido Liberal Democrático (LDP, na sigla em inglês), anteriormente liderada pelo ex-primeiro-ministro assassinado Shinzo Abe.

Seus principais membros, incluindo os que ocupam os cargos mais importantes do gabinete e do partido, são suspeitos de não terem relatado sistematicamente várias centenas de milhões de ienes (vários milhões de dólares) em fundos, em uma possível violação das leis de campanha e eleição, de acordo com relatos da mídia japonesa. O dinheiro teria sido destinado a fundos secretos não monitorados.

Segundo informações, Kishida planeja substituir quatro ministros - o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, o ministro da Economia e Indústria, Yasutoshi Nishimura, o ministro da Agricultura, Ichiro Miyashita, e o ministro de Assuntos Internos, Junji Suzuki - e 11 outros cargos ministeriais em seu gabinete, bem como aqueles que ocupam cargos importantes no partido.

Matsuno supostamente desviou mais de 10 milhões de ienes (US$ 68.700) nos últimos cinco anos do dinheiro que arrecadou em eventos de angariação de fundos da facção para um fundo secreto, enquanto Nishimura supostamente ficou com 1 milhão de ienes (US$ 6.870), de acordo com relatos da mídia.

O principal partido de oposição, o Partido Democrático Constitucional (CDP, em inglês) do Japão, estava planejando apresentar uma moção de desconfiança contra Matsuno na segunda-feira, mas espera-se que ela seja rejeitada.

O escândalo e um grande expurgo da facção de Abe são fundamentais para o futuro de Kishida, considerando que podem provocar uma luta pelo poder dentro do partido e influenciar a próxima votação para a liderança em setembro. Em meio as repercussões, os índices de aprovação do gabinete de Kishida caíram para menos de 30%. No entanto, o controle do poder do LDP, que tem governado o Japão quase que continuamente no pós-guerra, é visto como inalterado enquanto a oposição permanecer fragmentada, dizem os analistas. Fonte: Associated Press

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e disse que não importa discutir o tamanho das equipes, mas sim a qualidade das pessoas que compõem o corpo de governo. Segundo Lula, graças à sua equipe, a economia voltou a crescer acima de 3% ao ano. "Zema não lembra há quanto tempo a economia não crescia 3%", afirmou.

"Dizem que tenho sorte. Tenho sorte de montar uma equipe extraordinária como essa aqui. O importante não é discutir se você tem um ou dez, importante é discutir a qualidade das pessoas que você tem, dos compromissos que as pessoas têm", disse Lula. A declaração aconteceu nesta terça-feira, 11, em cerimônia de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex e anúncio de contratações da Stellantis, em Betim (MG).

"Não quero só um cara formado em filosofia, engenharia, formado em qualquer coisa, é muito importante o diploma, mas quero antes de tudo pessoas que tenham sensibilidade no coração para entender o problema da sociedade brasileira", complementou.

As falas do chefe do Executivo são uma resposta às declarações de Zema no evento. O governador disse que, apesar de Minas Gerais ser um dos Estados mais populosos, "somos o que tem o menor número de secretarias, 14". "Mas para um time ganhar campeonato não precisa colocar 20, 30 jogadores em campo, precisa de 11 craques, e é o que nós temos feito aqui."

Lula afirmou que, graças à sua equipe, "precisou eu voltar à Presidência para que a economia voltasse a crescer". "Ela não crescia há quanto tempo? O Zema não lembra há quanto tempo a economia não crescia 3%. Nem o Zema, nem os economistas."

De acordo com o petista, a economia brasileira vai continuar crescendo e o País continuará gerando emprego. Segundo ele, a inflação também vai baixar.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez críticas a seu antecessor, Fernando Pimentel, do PT, durante cerimônia da Stellantis, na qual divide o palco com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem mencionar o nome de Pimentel, o governador atual disse que assumiu, em 2019, um Estado que estava "literalmente desmoronando", referindo-se à tragédia, na mesma época, do rompimento da barragem de Brumadinho. Ele frisou que o governo estadual não fazia repasses de ICMS e de IPVA para os municípios mineiros. Também citou os atrasos nos pagamentos de servidores das gestões anteriores.

Ao lembrar, em seu discurso, do primeiro mandato, Zema disse que prometeu fazer um governo "da economia" e que daria exemplo como governador quando foi procurado por executivos da Fiat, do grupo Stellantis, para a discussão de novos investimentos no Estado.

*O repórter viajou a convite da Stellantis

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), divide nesta terça-feira, 11, os holofotes de dois grandes eventos da indústria em Minas Gerais com o governador do Estado, Romeu Zema (Novo), contra quem o atual chefe do Executivo pode disputar as eleições presidenciais do ano que vem.

A primeira agenda é a inauguração, na fábrica da Stellantis em Betim, de um centro dedicado ao desenvolvimento de carros híbridos.

Também está previsto o anúncio de contratação de engenheiros pela montadora que produz automóveis das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën.

Depois, a 110 quilômetros de Betim, são aguardadas as presenças de Lula e Zema na cerimônia que marca a expansão da fábrica da Gerdau em Ouro Branco.

Após visita às linhas de produção da Stellantis e uma conversa com o chaiman da montadora e herdeiro da família fundadora da Fiat, John Elkann, Lula participa agora da cerimônia de inauguração do centro de desenvolvimento no complexo industrial em Betim. Zema também participa da solenidade.

A Stellantis tem plano de investimento de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030. Os recursos incluem a produção nas fábricas brasileiras de carros híbridos, que combinam um motor elétrico com outro convencional movido a gasolina ou etanol.

Lula está acompanhado em Minas Gerais da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; do Trabalho, Luiz Marinho; e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

*Os repórteres viajaram a convite da Stellantis e da Gerdau