Milei limita operações cambiais na Argentina antes de anunciar medidas econômicas contra crise

Internacional
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O Banco Central da Argentina, agora sob o comando do presidente Javier Milei, limitou nesta segunda-feira, 11, operações com câmbio no país, depois de o governo adiar para a terça-feira, 12, as suas primeiras medidas econômicas. Chamado na imprensa argentina de "feriado bancário virtual", a medida condiciona à aprovação da direção do BC as operações com moeda americana no dia de hoje.

"Durante o dia, as operações de câmbio serão aprovadas conforme a necessidade", disse o BC. A medida ocorre em meio à troca das autoridades do banco, que estão sendo nomeadas hoje pelo novo governo. "A medida foi ordenada para dar tempo à gestão do Poder Executivo para cumprir os procedimentos administrativos para a formação das novas autoridades e anunciar e implementar as políticas que irão executar", diz o comunicado.

Sob Alberto Fernández, o governo adotou uma série de bandas cambiais em meio a escassez de moeda forte e a resistência do governo em liberar a flutuação da moeda americana conforme o mercado. Uma delas, o dólar poupança, destinado a argentinos que queiram comprar a moeda como pessoa física, teve a comercialização suspensa.

O atual presidente do Banco Central, Miguel Pesce, havia pedido a sua renúncia do cargo já na semana passada, mas ainda esperava uma aprovação do Executivo. Nesta segunda, o ministro da Economia Luis "Toto" Caputo anunciou o nome de Santiago Bausili para a nova presidência, mas ainda deve levar alguns dias para o nome ser publicado no Diário Oficial.

Na prática, a decisão diz que toda operação de câmbio relacionada ao comércio exterior deve passar pela aprovação do conselho do banco. Segundo os jornais argentinos, no mercado financeiro o movimento é visto como uma prévia de uma desvalorização do peso, muito aguardada.

Em breve espera-se que a nova diretoria do Banco Central anuncie medidas para corrigir a distorção cambiária que existe na Argentina. Atualmente há mais de 15 tipos de câmbios circulando, com o oficial estando defasado em 150% em relação ao paralelo mais utilizado (conhecido como "dólar Blue"). Caputo deve anunciar em breve como pretende fazer a correção.

Governo adia medidas

Mais cedo, o governo informou o adiamento dos anúncios das medidas econômicas que pretende tomar para conter a intensa crise do país. Havia enorme expectativa no mercado financeiro para os anúncios de hoje, já que o governo de Javier Milei ainda não apresentou um plano econômico claro.

Na sexta-feira, 8, o jornal argentino Clarín havia adiantado que Milei e Caputo fariam os primeiros anúncios já nas primeiras horas desta segunda, com uma série de medidas que não precisariam de um respaldo do Congresso. Nesta manhã, porém, Manuel Adorni, designado porta-voz da presidência, informou que as mudanças serão confirmadas na terça-feira, 12, sem um horário definido.

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Em evento do Partido Socialista Brasileiro (PSB) neste domingo, 27, o senador Cid Gomes (PSB) declarou que, no cenário nacional, não pretende adotar uma posição contrária à de seu irmão, o ex-ministro e ex-presidenciável, Ciro Gomes (PDT).

"Eu jamais estarei em lado oposto ao Ciro na questão nacional. Aqui no Ceará a gente tem uma visão diferente, eu o respeito profundamente, mas jamais estarei em lado diferente dele na questão nacional. Penso absolutamente como ele", disse Cid ao jornal jangadeiro.

O possível sinal de reaproximação entre os irmãos vem depois de se distanciarem politicamente. O racha começou ainda nas eleições de 2022, com discordâncias sobre o apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT). Enquanto Cid se aproximou da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consolidando-se como um dos principais aliados do governo federal no Senado e apoiando também a administração estadual de Elmano de Freitas (PT) no Ceará, Ciro manteve uma postura crítica e firme contra o PT, tanto no contexto nacional quanto estadual.

Essa diferença de posicionamento culminou, no início de 2024, na saída de Cid e de seus aliados do PDT e sua filiação ao PSB. A mudança aprofundou a divisão entre os grupos conhecidos como "cidistas" e "ciristas" na política cearense.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta terça-feira, 29, que a defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresente exames para comprovar que ele tem Doença de Parkinson. O prazo para resposta é de 48 horas.

A defesa do ex-presidente pediu prisão domiciliar humanitária alegando que ele enfrenta problemas de saúde graves. Antes de decidir sobre o pedido, Moraes vem cobrando laudos médicos que atestem as comorbidades.

Nesta segunda, 28, o ministro pediu "prontuário e histórico médico, bem como os exames anteriormente realizados".

Em novo despacho nesta terça, Moraes cobra a "íntegra dos exames realizados, inclusive os exames de imagens", e manda a defesa explicar por que não há "exames realizados no período de 2019 a 2022, indicativos e relacionados a Doença de Parkinson".

Os advogados advogados Marcelo Bessa e Thiago Fleury alegam que, aos 75 anos, Collor tem "comorbidades graves" e faz uso de medicamentos contínuos. Ao ser ouvido na audiência de custódia, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

O ex-presidente foi preso para cumprir a condenação de 8 anos e 6 meses em um processo da Operação Lava Jato. Ele está detido no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.

Após 17 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu bem à ingestão de água, chá e gelatina. Segundo o boletim médico divulgado nesta terça-feira, 29, Bolsonaro mantém sinais de movimentos intestinais espontâneos e continua se alimentando pela veia, para obter todos os nutrientes e as calorias que precisa.

O documento também relata que o ex-presidente segue sem dor ou febre, com a pressão controlada e com melhora nos exames de fígado. Não há previsão de alta e visitas seguem restritas, apesar de o ex-presidente já ter recebido o pastor evangélico Silas Malafaia e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Nesse período de internação, Bolsonaro também concedeu entrevista à televisão e participou de uma live.

A live, inclusive, motivou o ex-presidente a ser intimado por uma oficial de Justiça na última quarta-feira, 23, por entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que ele "demonstrou a possibilidade" de ser avisado da ação penal sobre a tentativa de golpe. No dia seguinte, conforme informou a equipe médica, Bolsonaro teve elevação na pressão arterial e piora nos exames hepáticos.

No dia 13, o ex-presidente foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após Bolsonaro passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

A cirurgia, ainda em consequência da facada que ele levou durante a campanha presidencial de 2018, foi a mais delicada das quais foi submetido até agora.