Trump está preparado para guerra comercial em um segundo mandato, pedindo mais tarifas

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O ex-presidente Donald Trump alterou a política comercial dos EUA durante o seu primeiro mandato, lançando uma guerra tarifária com a China e retirando-se de acordos comerciais com aliados próximos, da Europa ao Japão. Caso retorne à Casa Branca, Trump, que se autodenomina "Homem das Tarifas", tem acumulado um arsenal de medidas protecionistas para um potencial segundo mandato, preenchido principalmente com novos impostos sobre as importações provenientes da China e de outros países.

Em documentos de campanha e entrevistas, Trump sugeriu a imposição de uma tarifa de 10% sobre todos os bens importados e tarifas correspondentes sobre parceiros comerciais com taxas mais elevadas "olho por olho, tarifa por tarifa".

Ele quer revogar as relações comerciais normais com a China, uma medida legal que aumentaria automaticamente os impostos sobre tudo, desde brinquedos e aeronaves até materiais industriais.

Embora o seu principal alvo continue a ser Pequim, Trump sugeriu confrontar as nações europeias sobre impostos sobre software, assinaturas online e outros serviços digitais. Ele declarou que o pacto de cooperação econômica incipiente do presidente Joe Biden com 13 países do Indo-Pacífico estaria "morto".

Como presidente, Trump jogou areia nas engrenagens de décadas de política comercial dos EUA que uniu os mercados globais, baixou os preços para os consumidores americanos, mas também viu uma série de indústrias cederem à concorrência. No seu primeiro dia no cargo, Trump retirou-se do histórico acordo de Parceria Transpacífico e mais tarde encerrou as discussões sobre um pacto de livre comércio com a União Europeia, dizendo que esses tipos de acordos provocaram perdas de empregos.

A Tax Foundation, uma organização de investigação apartidária e pró-empresas, estima que a tarifa de 10% aumentaria a carga fiscal sobre os consumidores e as empresas americanas em 300 bilhões de dólares, encolheria a economia dos EUA em 0,5% e mataria mais de meio milhão de empregos.

O American Action Forum, um grupo de defesa conservador, afirma que a tarifa, combinada com potenciais taxas retaliatórias, reduziria quase um terço de um por cento da taxa de crescimento da economia. Fonte: Dow Jones Newswires.

Em outra categoria

O presidente Jair Bolsonaro (PL) começou a dieta líquida após 17 dias de internação no Hospital DF Star, em Brasília, onde se recupera de uma cirurgia no intestino. Segundo o boletim divulgado pela equipe médica nesta quarta-feira, 30, o ex-presidente ainda não tem previsão de alta da UTI.

Segundo a equipe médica, Bolsonaro teve uma "boa aceitação" da oferta de água, chá e gelatina feita desde a segunda-feira, 28. O ex-presidente também tem melhora progressiva dos movimentos intestinais espontâneos.

Nesta terça-feira, 29, Bolsonaro retirou a sonda nasogástrica que estava usando desde o final da cirurgia. O ex-presidente ainda recebe suporte calórico e nutricional por via oral e endovenosa, e está em condição estável, sem dor ou febre e com pressão arterial controlada.

Segundo o boletim divulgado nesta quarta, Bolsonaro ainda precisa de "monitorização e vigilância contínua". A equipe médica recomenda a restrição de visitas na UTI.

Bolsonaro fez uma cirurgia de 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após o ex-presidente passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte. Bolsonaro teve uma obstrução devido a uma dobra no intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal.

Imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, mostram o momento em que o policial federal Philipe Roters Coutinho acompanha Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria Especializada do INSS, por uma área restrita do terminal. Depois, o policial dá uma carona ao procurador em uma viatura da Polícia Federal.

Coutinho trabalha na Delegacia da PF no aeroporto, mas está afastado das funções enquanto é alvo de investigação sobre sua suposta relação com o esquema de fraudes de R$ 6,3 bilhões contra aposentados do INSS.

Procurado pelo Estadão, o advogado Cristiano Barros, que representa o agente, informou que ele não "possui qualquer vínculo com as questões relativas ao INSS".

O agente foi alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada. A Polícia Federal apreendeu US$ 199,6 mil em dinheiro vivo no apartamento dele. A defesa afirma que as explicações sobre a origem do dinheiro "serão prestadas perante as autoridades competentes no momento oportuno".

O escândalo põe sob pressão o ministro Carlos Lupi (Previdência). O presidente do INSS Alessandro Stefanutto pediu demissão após ordem judicial decretar seu afastamento do cargo. A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo de e-mails e conversas por aplicativos de Stefanutto e de seis ex-dirigentes do alto escalão do INSS dos últimos cinco anos, entre 2021 e 2025.

A Justiça Federal também suspendeu o acesso do agente Philipe Roter Coutinho aos sistemas da Polícia Federal, inclusive por conexão remota, e mandou quebrar seu sigilo de mensagem. Com isso, os investigadores terão acesso a conversas de e-mail e por aplicativo do policial.

Além do procurador-geral do INSS, o empresário Danilo Trento também aparece nas filmagens do aeroporto. O episódio aconteceu em novembro de 2024.

Trento teria recebido repasses do empresário Maurício Camisotti, dono do Grupo Total Health, apontado como possível beneficiário dos golpes nos aposentados.

Afora as conexões do policial, outro dado chamou a atenção da PF: seu padrão de viagens, considerado suspeito. Durações curtas, algumas de bate e volta, com passagens compradas em cima da hora, principalmente com destino a Brasília.

A Corregedoria-Geral de Justiça do Maranhão abriu sindicância sobre a conduta do juiz Tonny Carvalho Araújo Luz por suposto 'uso inadequado de ferramentas de inteligência artificial' - expediente que inflou acentuadamente a produção do magistrado da 2.ª Vara da Comarca de Balsas.

Apuração preliminar da Corregedoria indica que a estratégia de Luz fez saltar sua média de 80 sentenças mensais nos primeiros sete meses de 2024 para 969 em apenas um mês, agosto. Ou seja, um desempenho 12 vezes maior. "Uma produção que foge do padrão estatístico da unidade", espanta-se o desembargador José Luiz Oliveira de Almeida, corregedor-geral.

As informações sobre a fantástica produção do juiz de Balsas foram divulgadas pelo site jurídico Direito e Ordem, conduzido pelo advogado Alex Ferreira Borralho, e confirmadas pelo Estadão. Balsas é um município com cerca de 100 mil habitantes situado a 810 quilômetros da capital São Luís.

Ao analisar a performance do juiz Luz, o corregedor ressaltou que 'o referido período coincide com a liberação de decisões que parecem seguir padrão único, a indicar o uso de inteligência artificial de forma inadequada'.

Em outubro do ano passado, as juízas Lavínia Helena Macedo Coelho e Daniel de Jesus Bonfim, ambas da Corregedoria, realizaram uma correição ordinária na 2.ª Vara de Balsas. Na ocasião, elas orientaram Tonny Luz a 'evitar pesquisas de precedentes jurisprudenciais por meio de ferramentas de inteligência artificial generativas abertas e não homologadas pelos órgãos de controle do Poder Judiciário'.

A recomendação das juízas da Corregedoria tem como objetivo 'garantir a conformidade de decisões e sentenças com o ordenamento jurídico vigente e com precedentes judiciais válidos'.

No despacho em que manda abrir a sindicância em face do juiz de Balsas, o corregedor-geral da Justiça do Maranhão destaca que Tonny Luz também estaria incluindo em suas sentenças 'precedentes inexistentes'.

O corregedor determinou uma apuração 'com maior profundidade', alcançando 'diagnósticos prévios que detectaram a extinção de processos sem resolução de mérito, as sentenças reformadas em sede de embargos de declaração e as que empregaram precedentes inexistentes'.

COM A PALAVRA, O JUIZ

Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão buscou contato com o juiz Tonny Luz, mas sem sucesso. O espaço segue aberto. (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)