Nobel da Paz Muhammad Yunus é condenado à prisão em Bangladesh

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Um tribunal de Bangladesh condenou nesta segunda-feira, dia 1º, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, e três outras pessoas a seis meses de prisão por múltiplas violações da legislação trabalhista, em meio a críticas internacionais ao governo de Bangladesh pela perseguição judicial ao vencedor, em um caso descrito como "assédio" pela Anistia Internacional. Yunus nega todas as acusações.

"O professor Yunus e três dos seus colegas da Grameen Telecom foram considerados culpados ao abrigo da legislação laboral e condenados a seis meses de prisão", disse o promotor Khurshid Alam Khan à AFP em Dhaka, a capital. Os quatro foram imediatamente libertados sob fiança enquanto aguardam recurso, disse ele.

Yunus foi acusado em setembro de 2021 de não ter estabelecido o Fundo de Contribuição dos Trabalhadores e o Fundo de Previdência em sua empresa, e de não compartilhar os benefícios a que tinham direito com seus funcionários. Outras acusações incluem eventuais problemas com a comprovação da contratação regular de 100 trabalhadores. Yunus e as outras três pessoas negaram todas as acusações.

'Punido por um crime que não cometi'

O advogado de Yunus, Abdullah Al Mamun, afirmou que irá recorrer da decisão. "O Estado não conseguiu provar nada. Apresentamos 109 contradições. Se houver uma contradição, até mesmo um acusado de homicídio é libertado", disse Mamun.

"Fui punido por um crime que não cometi", disse o vencedor do Nobel da Paz aos jornalistas após a audiência. "Se eles quiserem chamar isso de justiça, eles podem", acrescentou.

Yunus, de 83 anos, é reconhecido por ter tirado milhões de pessoas da pobreza graças ao seu banco pioneiro de microcrédito em Bangladesh. Com o banco, ele cedeu empréstimos a pessoas de baixa renda que normalmente seriam rejeitadas no sistema financeiro convencional. Apelidado de "o banqueiro dos pobres", ele recebeu o Prêmio Nobel em 2006.

No entanto, Yunus tem tido uma relação tensa com as autoridades do Bangladesh desde que a primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, assumiu o poder. Hasina afirma que Yunus "suga o sangue" dos pobres.

Carta conjunta

Em agosto, 160 personalidades globais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e o antigo Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon, publicaram uma carta conjunta denunciando o "assédio judicial contínuo" de Yunus. Os signatários, entre os quais mais de 100 ganhadores do Nobel, disseram temer por "sua segurança e liberdade".

Hasina, que concorre à reeleição nas eleições legislativas deste mês, fez duros ataques verbais contra o internacionalmente respeitado vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2006, considerado um potencial rival político devido à sua crescente popularidade.

A Anistia Internacional acusou o seu governo de "instrumentalizar as leis laborais" quando Yunus foi julgado em setembro e apelou ao fim imediato do seu "assédio". (Com agências internacionais).

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.