Coreia do Sul acusa Coreia do Norte de disparar artilharia no mar pelo terceiro dia consecutivo

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A Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de disparar projéteis de artilharia perto de sua tensa fronteira marítima pelo terceiro dia consecutivo no domingo, 7, enquanto Kim Yo-jong, a influente irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, ridicularizou em declarações a capacidade do Sul de detectar seus lançamentos de armas.

O Estado-Maior da Coreia do Sul rejeitou a declaração de Kim Yo-jong como "uma propaganda vulgar e cômica" destinada a minar a confiança do povo sul-coreano nos militares e a alimentar divisões.

Seul afirmou que a Coreia do Norte disparou mais de 90 projéteis perto da disputada fronteira marítima ocidental dos rivais na tarde de domingo. Também afirmou que a Coreia do Sul insiste veementemente que o vizinho do norte suspenda os atos provocativos ou enfrentará uma resposta esmagadora e severa.

Os militares da Coreia do Sul disseram anteriormente que a Coreia do Norte disparou mais de 60 projéteis no sábado, um dia depois de lançar mais de 200 projéteis. A Coreia do Norte reconheceu ter realizado disparos de artilharia na sexta-feira, mas disse que não disparou um único tiro no sábado. O Norte não comentou os disparos relatados no domingo.

Kim Yo-jong disse no domingo que a Coreia do Norte no sábado apenas detonou pólvora simulando o som de sua artilharia costeira na costa, para testar as capacidades de detecção dos militares sul-coreanos.

"O resultado foi claro como esperávamos. Eles julgaram mal o som da explosão como o som de tiros e conjecturaram que era uma provocação. E até fizeram uma declaração falsa e descarada de que os projéteis caíram ao norte" da fronteira marítima, disse Kim Yo-jong em comunicado divulgado pela mídia estatal. "Não posso deixar de dizer que o povo (sul-coreano) é muito lamentável, pois confia a segurança a essas pessoas cegas e oferece-lhes enormes impostos", disse ela. "É melhor 10 vezes confiar a segurança a um cão com audição e olfato desenvolvidos."

As animosidades entre as duas Coreias pioraram desde que a Coreia do Norte conduziu uma série de testes de mísseis desde 2022, enquanto a Coreia do Sul expandiu o seu treino militar com os Estados Unidos em um ciclo de retaliação.

Os disparos de artilharia da Coreia do Norte na sexta-feira levaram a Coreia do Sul a fazer com que as suas tropas nas ilhas fronteiriças disparassem tiros de artilharia perto da fronteira marítima em resposta. Os projéteis lançados pelas duas Coreias caíram numa zona tampão marítima que tinham estabelecido em um acordo militar de 2018 para reduzir as tensões militares na linha da frente.

O acordo exige que as Coreias interrompam os exercícios de fogo real, a vigilância aérea e outros atos hostis ao longo da sua tensa fronteira, mas o acordo agora corre o risco de ruir porque as duas Coreias tomaram medidas para o violar.

Prontidão

Especialistas dizem que a Coreia do Norte provavelmente irá intensificar os testes de armas e escalar a sua retórica inflamada, que é a sua marca registrada, contra os seus rivais antes das eleições parlamentares da Coreia do Sul, em abril, e das eleições presidenciais dos EUA, em novembro. Eles dizem que Kim Jong-un provavelmente pensa que um arsenal de armas reforçado lhe permitiria obter maiores concessões dos EUA se o ex-presidente Donald Trump retornasse à Casa Branca.

O Estado-Maior da Coreia do Sul disse no domingo que mantém uma firme prontidão enquanto monitora de perto a esperada provocação norte-coreana antes das eleições de abril.

Em sua declaração no domingo, Kim Yo-jong chamou os militares da Coreia do Sul de "gangsters" e "palhaços em uniformes militares". Ela também sugeriu que o possível erro de cálculo futuro da Coreia do Sul nas ações norte-coreanas poderia causar um confronto acidental entre os rivais, colocando em risco a segurança de Seul, uma cidade de 10 milhões de habitantes que fica a apenas uma hora de carro da fronteira terrestre.

Na terça-feira, Kim Yo Jong emitiu um comunicado chamando o presidente conservador sul-coreano, Yoon Suk Yeol, de "tolamente corajoso", mas seu antecessor liberal, Moon Jae-in, de "muito inteligente". Analistas sul-coreanos dizem que ela estava tentando ajudar a reunir aqueles que se opunham à política mais dura de Yoon em relação à Coreia do Norte antes das eleições de abril. Fonte: Associated Press.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.