Frio extremo, fortes chuvas e nevasca afetam mais de 40 milhões de pessoas nos EUA

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Nevascas, fortes chuvas e frio extremo neste final de semana afetam a vida de mais de 40 milhões de norte-americanos. Em algumas regiões dos Estados Unidos, as temperaturas ficaram abaixo de -30°C. No nordeste do país, moradores tiveram de deixar suas casas em razão de inundações. Mais de 1,2 mil voos foram cancelados no sábado, regiões do país ficaram sem energia elétrica e um jogo da NFL, a liga de futebol americano, que aconteceria no Estado de Nova York foi cancelado.

Em Iowa , no meio-oeste americano, o termômetro chegou a marcar -17°C e a sensação térmica chegou a -42°C com o vento gelado em algumas regiões.

As principais vias da capital do Estado, Des Moines, ficaram intransitáveis, em razão da neve. A Patrulha Estadual de Iowa disse que entre 12h30 de sexta-feira até a manhã de sábado, atendeu a 535 ligações de motoristas que pediram assistência nas rodovias e registrou 86 acidentes, nenhum fatal.

No nordeste do país, a tempestade com volume recorde de água causou inundações no Estado do Maine.

Em Nova York, Nova Jersey e Connecticut, a chuva também causou transtornos. Partes da avenida Henry Hudson Parkway, que corre ao lado do Rio Hudson, no lado oeste de Manhattan, foram interditadas em razão de inundações.

O sul do país recebeu alertas sobre as temperaturas baixas -- que devem continuar ao longo da semana.

Em Oaklahoma, a previsão é de -31°C, e autoridades pedem que os moradores evitem atividades ao ar livre.

Louisiana e Arkansas foram colocados em estado de atenção. O Texas chegou a registrar -12°C ao meio dia de sábado.

O lado oeste dos EUA também sofre com o frio extremo. Alertas de tempestade de inverno, baixas temperaturas, neves e possível chuva congelante foram disparados aos moradores de Wyoming, Oregon, norte da Califórnia, Colorado, Nevada, Utah e Alasca. Em Montana, temperaturas de até -45°C eram aguardadas.

Na região dos grandes lagos, que fica próxima à fronteira com o Canadá, houve falta de energia elétrica. O fornecimento também foi interrompido em áreas do nordeste dos EUA.

Mais de 1,2 mil voos foram cancelados nos EUA no sábado. Outros 4,3 mil decolaram com atraso, segundo o site de rastreamento FlightAware.

Partida da NFL

Um jogo da NFL foi adiado no Estado de Nova York em razão das condições climáticas. O jogo playoff do Buffalo Bills contra o Pittsburgh Steelers, que aconteceria no domingo, foi adiado para segunda-feira, pois há previsão de uma tempestade de inverno potencialmente perigosa prevista para atingir a região de Buffalo no fim de semana.

A previsão é de que a região registre até 60 centímetros de neve, com fortes rajadas de vento (105km/h).

O Serviço Meteorológico Nacional emitiu um alerta de tempestade de inverno que dura até as 7 horas de segunda-feira.

"A decisão de transferir o jogo para segunda-feira foi tomada em consulta com a governadora de Nova York, Kathy Hochul, no melhor interesse da segurança pública, e com o Buffalo Bills e o Pittsburgh Steelers, enquanto a região se prepara para a tempestade", disseram a NFL e o Bills, em uma declaração conjunta.

Prévias eleitorais

Este fim de semana é o último antes da prévias eleitorais de Iowa, tradicional evento que marca a abertura da campanha presidencial nos Estados Unidos, quando eleitores definem quem será o candidato de cada partido a disputar a Casa Branca. Neste ano, as atenções estão voltadas às prévias do partido republicano, que podem definir se o ex-presidente Donald Trump irá disputar a eleição novamente. Do lado democrata, o candidato será o atual presidente, Joe Biden.

Candidatos à presidência republicanos tiveram que cancelar muitos eventos na sexta-feira em razão do clima e retomaram as atividades de campanha no sábado, em Iowa.

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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) quer reunir informações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) para defender a atual ocupante do posto, Rosângela da Silva, a Janja, de críticas da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar enviou ofícios à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria Geral da União (CGU) pedindo informações sobre viagens, gastos e investigações em andamento contra a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Farias, que é líder da bancada do PT, indicou que as respostas dos órgãos servirão como base para ações na Câmara dos Deputados para desgastar Michelle. "Cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar 2 contra Michelle Bolsonaro. A turma da rachadinha com cartão corporativo não tem moral. Vamo [sic] pra cima", escreveu o deputado nas redes sociais.

Janja tem sido criticada por opositores por gastos em viagens ao exterior e por ter um gabinete informal no governo Lula mesmo sem ter um cargo na gestão federal. Como mostrou o Estadão, ela tem uma equipe com 12 assessores que até o final do ano passado tinha gastado R$ 1,2 milhão em viagens. A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República diz que servidores exercem funções fixadas em lei.

O PL Mulher, que é comandado por Michelle Bolsonaro, disse em nota que o petista "requentou uma série de denúncias mentirosas" contra a ex-primeira-dama. "Isso constitui uma louca tentativa de fazer desviar os olhos da população dos recentes escândalos do governo petista, da alta dos preços dos alimentos e da gasolina, bem como das gafes e gastos da atual primeira-dama", disse o órgão partidário.

Lindbergh questionou a Polícia Federal e a CGU se os órgãos abriram investigações sobre supostos desvios de recursos públicos durante o governo Bolsonaro com o objetivo de pagar despesas da ex-primeira-dama. Ele também entrou com uma representação criminal para o Ministério Público Federal investigar o caso.

Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, mostram pedidos de assessoras de Michelle para que ele fizesse depósitos em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama e também realizasse saques para o pagamento das contas. A mulher de Jair Bolsonaro também utilizava o cartão de crédito de uma amiga, assessora parlamentar no Senado, para alguns gastos.

O líder do PT na Câmara perguntou à Casa Civil, comanda por Rui Costa (PT), quantas viagens a ex-primeira-dama realizou durante o governo Bolsonaro, quanto custaram os voos e se eles foram pagos com dinheiro público, além das justificativas para os deslocamentos.

Lindbergh Farias também perguntou à pasta o que foi feito para seguir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o programa Pátria Voluntária, criado pelo governo Bolsonaro e comandado por Michelle para incentivar o voluntariado no Brasil. O TCU constatou em uma auditoria finalizada em 2023 que não havia critérios objetivos para selecionar as instituições sociais que receberiam recursos do programa e sugeriu à pasta que dessa transparência à prestação de contas das entidades que foram beneficiadas.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.