Trump vence em Iowa, primeiro teste nas prévias do partido Republicano

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O ex-presidente Donald Trump venceu o primeiro teste para nomeação pelo partido Republicano na corrida à Casa Branca. A disputa interna entre os pré-candidatos começou nesta segunda-feira, 15, com o caucus de Iowa. Com cerca de 99% da apuração concluída, Trump tem 51% dos votos, o que lhe rendem 20 delegados para convenção nacional republicana. O segundo colocado é o governador da Flórida, Ron DeSantis, que ficou bastante distante de Trump na disputa, com 21% dos votos. A ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, ficou em terceiro lugar com 19%.

"É hora de nosso país se unir", disse Donald Trump em discurso depois da vitória que o consolidou como o líder conservador para a eleição presidencial de novembro.

"Acho que chegou a hora de todos, de nosso país se unir (...). Sejam republicanos, democratas, liberais ou conservadores", disse o ex-presidente, conhecido por suas invectivas, aos apoiadores reunidos em Des Moines, no estado do meio-oeste americano.

Em determinado ponto do discurso, Trump chegou a parabenizar DeSantis e Nikki por terem "se divertido juntos".

Com a vitória de Trump projetada, as atenções se voltaram para o segundo lugar. Esse foi considerado o primeiro teste de Ron DeSantis e Nikki Haley, que buscam se fortalecer antes da próxima prévia, a de New Hampshire, em 23 de janeiro.

A rápida projeção da vitória de Donald Trump foi criticada por funcionários da campanha do governador da Flórida. Nas redes sociais, Andrew Romeo, o diretor de comunicações de Ron DeSantis, falou em "interferência eleitoral". Os dados, no entanto, são comuns nos Estados Unidos, onde os resultados costumam ser declarados pela imprensa antes de oficializados. DeSantis ainda não comentou as alegações do funcionário.

Nas primárias republicanas também houve vários candidatos com baixa intenção de votos, dentre eles Vivek Ramaswamy, que após receber apenas 7,7% dos votos anunciou que está suspendendo sua candidatura presidencial.

Por ser a primeira disputa do país, Iowa costuma ter o poder de impactar o futuro das primárias à medida que impulsiona os vencedores. O Estado também tem outra particularidade: o formato da votação. Os eleitores se dividem em pequenos grupos para ouvir discursos de representantes de campanha, preencher cédulas e, se desejarem, assistir à contagem dos votos. É uma espécie de assembleia, diferente das primárias, que ocorrem em outros Estados, onde o eleitor só precisa comparecer às urnas e depositar o voto.

Dessa vez, o caucus foi marcado também pelas nevascas que atingem Iowa. Estradas ficaram cobertas por gelo e, em algumas regiões, a sensação térmica foi de -42ºC.

Entre tribunais e palanques

Essa foi a primeira vez que Trump enfrentou os eleitores desde a fracassada tentativa de se reeleger em 2020, quando foi derrotado pelo democrata Joe Biden. O ex-presidente lidera com folga nas pesquisas, mas enfrenta uma série de processos na justiça e deve se dividir entre os tribunais e campanha.

Nesta terça-feira, ele deve comparecer ao tribunal em Nova York, onde o júri discute se o ex-presidente deve pagar uma indenização adicional para jornalista E. Jean Carroll, que venceu no ano passado uma ação civil contra Trump por estupro e difamação. O líder republicano já foi condenado a multa de US$ 5 milhões.

Já os democratas de Iowa estão realizando caucus e votam pelo correio até março. No entanto, esse processo está praticamente definido, já que Biden aspira a um segundo mandato.

Biden, cuja campanha anunciou nesta segunda ter arrecadado mais de 97 milhões de dólares (472 milhões de reais) no quarto trimestre de 2023 e agora tem uma cifra recorde de 117 milhões de dólares (570 milhões de reais), não tem rivais de peso. O presidente disputa a candidatura com a escritora Marianne Williamson e o congressista Dean Phillips.

Nas redes sociais, Biden, que está tentando a reeleição, reconheceu a recente vitória de Trump, a quem disse ser "claramente o líder" entre os republicanos. "Parece que Donald Trump acabou de ganhar em Iowa. Ele é claramente o líder do outro lado neste momento", disse Biden no X, em uma mensagem de arrecadação de fundos. (Com agências internacionais)

Em outra categoria

O ministro da Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), afirmou nesta quarta, 26, que se sente apto para disputar as eleições ao governo do Estado de São Paulo em 2026. Ele disse ter falado com Fernando Haddad, mas o ministro da Fazenda não teria interesse de concorrer ao cargo. A declaração ocorreu em entrevista à CNN Brasil.

"Na eleição passada, o presidente Lula me pediu e eu então abri para que Haddad fosse o candidato", lembrou França. "Dessa vez, como Haddad me disse que não gostaria de disputar, eu me sinto apto", acrescentou, porém, destacando que "2 anos em política é muito tempo".

O ministro afirmou que não tem receio de concorrer à cadeira mais alta do Palácio dos Bandeirantes contra o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). "Acho que ele pode ter seus méritos, mas ele representa um tipo de pensamento e eu represento outro tipo de pensamento."

França disse ainda não ter certeza se o atual chefe do Executivo paulista vai disputar as eleições em São Paulo, dado a incerteza de Jair Bolsonaro (PL), inelegível, ser o nome da direita para o pleito presidencial de 2026. "Vai haver uma pressão muito grande agora no Bolsonaro para que ele decida antecipadamente e decida pelo Tarcísio, que é o candidato evidentemente mais forte do campo adversário para uma eleição presidencial", avaliou França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, organizaram uma missa para rezar pela saúde do Papa Francisco, internado há 12 dias com pneumonia em ambos os pulmões. A cerimônia será realizada nesta quarta-feira, 26, às 18h, no Palácio da Alvorada.

A celebração foi coordenada por Gilberto Carvalho, ex-secretário-geral da Presidência no primeiro mandato de Lula e amigo próximo do petista. A missa será conduzida por três padres jesuítas e contará com a presença de Dom Raymundo Damasceno, cardeal e arcebispo emérito de Aparecida.

Em nota, o Planalto destacou o "imenso carinho, respeito e admiração" que Lula e Janja têm pelo pontífice.

No início do mês, Janja esteve em Roma, onde participou de compromissos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e encontrou o Papa Francisco. Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, ela aparece cumprimentando o pontífice e conversando com ele em um escritório.

A primeira-dama contou ter agradecido ao Papa pelas orações direcionadas à recuperação de Lula, que, após um acidente doméstico em outubro do ano passado, precisou passar por uma cirurgia de emergência em dezembro para drenar um hematoma intracraniano. "Ele perguntou muito sobre isso", disse Janja.

Lula e Janja já haviam se encontrado com Francisco em junho de 2023, durante uma visita oficial ao Vaticano. Na ocasião, o casal trocou presentes com o líder da Igreja Católica em uma reunião de cerca de 45 minutos. "Toda vez que encontro com ele, é sempre muita emoção", afirmou a primeira-dama no início do mês.

O Papa Francisco apresentou leve melhora nesta quarta-feira, 26. No fim de semana, ele teve crises respiratórias, anemia, queda de plaquetas e precisou de oxigênio e transfusões de sangue.

Mesmo no hospital, Francisco se reuniu na terça-feira, 25, com o secretário de Estado do Vaticano para aprovar decretos sobre possíveis santos. Na segunda-feira, centenas de fiéis, incluindo cardeais e bispos, se reuniram na Praça de São Pedro para rezar pelo pontífice, e as orações continuarão diariamente.

A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega a 63,1% no Estado de São Paulo, segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira, 26. O índice representa um aumento de quase nove pontos porcentuais desde a edição anterior da pesquisa, em novembro do ano passado.

O governo Lula 3 é aprovado por 34,1% dos paulistas entrevistados - uma diminuição de 8,3 pontos porcentuais em relação ao último levantamento. Já 2,8% não souberam ou não responderam.

A avaliação negativa do governo, ou seja, opiniões que consideram a gestão "ruim" ou "péssima", também aumentou no Estado: foi o caso de 53,5% dos entrevistados, contra 45,5% na pesquisa passada, de novembro.

A avaliação positiva, de quem considera o governo "ótimo" ou "bom", foi de 22,5%, em uma queda de 8,5 pontos porcentuais. Outros 22,4% disseram considerá-lo regular, e 1,6% não soube ou não respondeu.

Em nível nacional, a reprovação ao governo Lula também foi apontada na pesquisa CNT/MDA. A gestão atingiu a pior marca desde janeiro de 2023, classificada como "péssima" por 32% dos entrevistados e "ruim" por 12%.

As avaliações "péssimo" e "ruim" somaram 44%, crescimento de 13 pontos porcentuais desde a rodada anterior do levantamento, também em novembro de 2024. A pesquisa conduziu entrevistas presenciais em 137 municípios do País, entre os dias 19 e 23 de fevereiro.

Como mostrou o Estadão, a queda na popularidade do governo precipitou a reforma ministerial. Na terça-feira, 25, Lula demitiu Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Ela será substituída pelo ministro Alexandre Padilha, que deixa o comando da Secretaria de Relações Institucionais.

A tendência é que mudanças ocorram também em outras pastas, com a ascensão de nomes com perfil mais político para tentar imprimir marcas à gestão a tempo das eleições de 2026.

Na avaliação do vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ), no momento o governo não tem "posição nem núcleo político".

Eleições

Entre eleitores do Estado de São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, lidera a preferência de voto, registrando 40,8% de menções no cenário estimulado, segundo o mesmo levantamento do instituto Paraná Pesquisas. O ex-presidente está em vantagem contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Estado, citado por 26,6% dos eleitores paulistas.

O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) registra 10,6%, seguido pelo cantor sertanejo Gusttavo Lima (sem partido), com 6,5%. Em seguida, aparecem os governadores Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, com 2,5%, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, com 2,2%, e Helder Barbalho (MDB), do Pará, com 0,5%. Votos brancos ou nulos somam 7%, e 3,2% não responderam.

Jair Bolsonaro acumula duas penas de inelegibilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está inapto a concorrer a cargos eletivos até 2030. Entre as opções pesquisadas, Ronaldo Caiado também é alvo de um processo que pode torná-lo inelegível até 2026. O governador goiano foi condenado na primeira instância da Justiça Eleitoral, mas cabe recurso.

Em um cenário sem o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) aparece com 31,3% de preferência, liderando numericamente contra Lula, com 27,1%, mas em empate técnico com o petista. Ciro tem 12,7%, Gusttavo Lima, 9,2%, Caiado, 3,9%, Leite, 2,9% e Barbalho, 0,5%. Votos nulos e brancos somam 8,3%, e 4,1% não responderam.

Lula também está empatado tecnicamente em um cenário com a presença do governador Tarcísio de Freitas. Se decidir concorrer ao Palácio do Planalto, Tarcísio tem 30,2% de intenções de voto no eleitorado paulista, em vantagem numérica contra Lula, com 26,7%. Ciro tem 12,4%, Gusttavo Lima, 11,7%, Caiado, 2,8%, Leite, 2,6% e Barbalho, 0,5%. Votos nulos e brancos somam 8,4%, e 4,6% não responderam.

Lula só lidera a preferência de votos em São Paulo em um cenário contra Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná. Nessas circunstâncias, Lula tem 27,1% de menções, seguido por Ratinho, com 15,8%. Ciro registra 14,9%, Gusttavo Lima, 14,2%, Caiado, 4,7%, Leite, 3,3% e Barbalho, 0,7%. Votos nulos e brancos somam 13,8%, e 5,5% não responderam.

Os cenários são de pesquisa estimulada. Na espontânea, Bolsonaro lidera numericamente contra Lula, mas há empate técnico no limite da margem de erro: o ex-presidente tem 17% e o petista, 13,3%. As menções a outros candidatos somam 5,8%. Na pesquisa espontânea, 57,1% dos entrevistados não souberam responder, e 6,8% afirmam que votarão branco ou nulo.

O Paraná Pesquisas divulgou nesta terça-feira, 25, um levantamento sobre a intenção de voto ao governo estadual e ao Senado por São Paulo. Segundo o instituto, Tarcísio lidera as intenções de voto tanto no cenário estimulado quanto na pesquisa espontânea.

Ainda de acordo com o levantamento, a presença do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (PSB) na disputa impediria uma reeleição do atual governador já no primeiro turno. Nos cenários sem Tarcísio, o candidato melhor colocado é o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Quanto ao Senado, nomes como o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), do secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite (PL-SP), e do deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) despontam à direita; à esquerda, o jogador Raí (sem partido) e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), são os mais citados.

O Paraná Pesquisas ouviu 1.650 pessoas, no Estado de São Paulo, entre os dias 20 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança da pesquisa é de 95%.