UE debate novo plano de US$ 20 bilhões para aumentar a ajuda militar à Ucrânia

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Autoridades da União Europeia (UE) começarão nesta semana a debater um novo plano para desbloquear dezenas de bilhões de dólares em assistência militar à Ucrânia, procurando renovar um programa de ajuda crítico atolado de divisões internas.

A medida da UE surge depois de vários países europeus terem aumentado sua assistência militar bilateral à Ucrânia, mesmo quando a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, é impedida pelo Congresso de fornecer assistência em grande escala.

O novo plano acontece num momento em que os militares da Ucrânia são empurrados para a defensiva em partes da linha da frente. Na ausência de nova assistência dos Estados Unidos, as autoridades ucranianas e ocidentais alertam que a Rússia tem uma grande e crescente vantagem em mão de obra, munições e outros materiais básicos de guerra.

"Dada a dependência da Ucrânia do apoio externo, as escolhas feitas pelos Estados-membros e parceiros da UE no próximo período permitirão à Ucrânia progredir de forma decisiva ou prejudicarão seriamente a sua capacidade de resistência", diz a proposta.

Separadamente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planeja anunciar na terça-feira (23) o que ela vem chamando de "um novo e importante investimento em munições de artilharia", visando aumentar a produção de munições de artilharia de 155 milímetros. A Ucrânia está ficando sem munições, disseram os seus líderes.

Os líderes da UE também se reunirão no dia 1º de fevereiro para tentar chegar a um acordo sobre um pacote econômico de 50 bilhões de euros para a Ucrânia.

A Alemanha, a Grã-Bretanha, os Países Baixos e a Suécia estão entre os países que prometeram recentemente milhares de milhões de dólares em novos pacotes bilaterais de assistência militar para Kiev. Mas o programa de assistência militar à escala da UE para a Ucrânia deparou-se com grandes problemas.

Se o novo plano da UE for aprovado, ele prevê que mais de 20 bilhões de euros de fundos da União Europeia sejam devolvidos aos Estados-membros por dezenas de milhões de euros de assistência militar que prestam à Ucrânia durante os próximos quatro anos. O plano surgiu de semanas de debates entre a UE e os seus Estados membros. Um rascunho confidencial do plano, visto pelo Wall Street Journal, foi formalmente divulgado na sexta-feira, 19.

No início da guerra da Rússia contra a Ucrânia, a Europa começou pela primeira vez a utilizar fundos da UE em grande escala para pagar assistência militar letal através do Mecanismo Europeu para a Paz do bloco (EPF, na sigla em inglês). Isto revelou-se um grande sucesso durante um ano, com 5,5 bilhões de euros em fundos a serem reembolsados aos Estados-membros que forneceram Kiev em grande parte a partir dos seus estoques existentes de armas, munições, tanques e mísseis de defesa aérea.

Mas desde o início do ano passado, o programa EPF encalhou. O governo da Hungria, parceiro da Rússia, bloqueou qualquer desembolso do fundo para os Estados membros durante mais de seis meses, exigindo uma concessão não relacionada da Ucrânia.

Acredita-se que vários Estados membros da UE tenham esgotado as reservas a um nível que não conseguem fornecer novos níveis significativos de assistência e a Alemanha, que está aumentando sua assistência militar bilateral à Ucrânia, opõe-se a pagar também perto de um quarto do Projeto de lei da EPF.

Enfrentando estas dificuldades, a proposta de serviço externo da UE sugere a criação de um fundo militar dedicado à Ucrânia, que absorveria cerca de 6,5 bilhões de euros nos ativos do EPF e receberia até 5 bilhões de euros por ano entre 2024 e 2027.

A ideia seria utilizar esse dinheiro para compensar os países pela aquisição conjunta entre vários Estados-membros de assistência militar, como munições, drones e mísseis de defesa aérea, para dar à Ucrânia.

O resto do dinheiro seria utilizado para pagar os custos crescentes do programa de treino militar da UE para a Ucrânia, que já instruiu 40 mil combatentes. Haveria um período de transição antes que o novo plano entrasse em vigor.

O documento da UE dá uma estimativa aproximada de que poderia oferecer uma compensação pela assistência militar avaliada em 7,5 bilhões de euros aos Estados-membros este ano.

A proposta da UE surge depois de o chanceler alemão, Olaf Scholz - cujo governo está duplicando a assistência militar bilateral à Ucrânia este ano, apesar das fortes restrições orçamentais - ter instado outros países da UE a fazerem mais para ajudar militarmente Kiev. Scholz apelou a uma auditoria à assistência militar da UE decidida até agora, algo que a UE está realizando no momento.

O novo plano, que enfrentaria o obstáculo significativo de exigir o apoio unânime dos Estados-membros, oferece diversas vantagens.

Ele permitiria que os Estados membros menores com baixos estoques de munições combinassem os seus recursos em aquisições conjuntas para causar um maior impacto na ajuda à Ucrânia. O novo fundo tornaria mais fácil para os governos europeus trabalharem coletivamente com a Ucrânia sobre os materiais de que este país mais necessita. A concepção do fundo poderia evitar os desembolsos regulares que a Hungria tem frequentemente bloqueado ou utilizado como alavanca para exigir algo em troca.

Fundamentalmente, proporcionaria um fluxo constante de procura de equipamento militar ao longo dos próximos anos, para além da assistência bilateral nacional à Ucrânia, o que poderia motivar as hesitantes empresas de defesa da Europa a aumentar a produção de armas críticas.

Para a Alemanha e alguns outros, a sua assistência bilateral à Ucrânia poderia ser compensada pelas suas contribuições para o fundo da Ucrânia.

Autoridades da UE disseram que os Estados membros iniciarão discussões formais sobre o plano nos próximos dias e que a proposta provavelmente será discutida pelos líderes da UE na cúpula de 1º de fevereiro. Qualquer decisão final, entretanto, provavelmente levará semanas. Fonte: Dow Jones Newswires

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O empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou o plano de construir um condomínio de luxo na cidade histórica de Pirenópolis, no interior de Goiás. Contudo, para residir no espaço, é preciso passar por um processo seletivo que vai beneficiar pessoas que desejam "prosperar".

Segundo Marçal, o empreendimento será reservado para "poucas pessoas" que desejarem fazer um "networking" enquanto vivem no local. O condomínio se chama Riviera da Comenda e fica localizado na zona rural de Pirenópolis. Distante 152 quilômetros de Brasília, a cidade é conhecida por ser um destino turístico de moradores da capital do País.

Se referindo a Pirenópolis como "Europa do Estado de Goiás", Marçal disse que vai escolher os moradores "a dedo". "Não é o seu dinheiro que faz você entrar aqui, você precisa ser selecionado para estar aqui", disse.

O condomínio de Marçal conta com 30 unidades disponíveis. O espaço prevê a construção de uma pista de luxo para jatinhos, trilhas privativas, academia e três praças com playground.

"Prosperar não é só sobre dinheiro, é sobre ter tempo para desfrutar com a família, treinar seus filhos, e viver de forma equilibrada. Clica aí e veja se você consegue uma vaga", anunciou o ex-coach em um vídeo no Instagram publicado no início de abril.

Na primeira etapa do processo seletivo, é preciso responder perguntas sobre dados como a profissão do participante e a "principal intenção com o imóvel". Se pagar por uma unidade financiada, é preciso dar um valor de entrada acima de R$ 300 mil.

Apostando em uma campanha agressiva e voltada para as redes sociais, Pablo Marçal foi candidato à Prefeitura de São Paulo no ano passado e quase foi ao segundo turno ao conquistar 1.719.274 votos (28,1% dos votos válidos).

Ele já manifestou interesse em se candidatar à Presidência da República em 2026. Porém, desde o final da campanha municipal, ele foi punido com a inelegibilidade por oito anos em duas decisões do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Cabe recurso nos dois processos.

Para assistir ao vídeo de Marçal promovendo o empreendimento, é só clicar aqui.

Ex-ministra do Desenvolvimento Social do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Márcia Lopes, de 67 anos, foi anunciada nesta segunda-feira, 5, para o posto de ministra das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves.

Formada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Márcia Lopes é filiada ao PT desde 1982. Assistente social por formação, a ministra atuou como professora universitária por 30 anos, desde 1981, em paralelo à vida pública.

A trajetória de Márcia no serviço público começou em Londrina, onde foi nomeada, em 1993, como secretária municipal de Assistência Social. Ficou no posto até 1996. No Paraná, atuou ainda como conselheira municipal de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente em Londrina e conselheira estadual de Assistência Social do Estado por duas gestões.

Em 2000, se candidatou e foi eleita vereadora de Londrina pelo PT. Cumpriu apenas um mandato e não tentou a reeleição. Oito anos após deixar a vereança, Márcia disputou, em 2012, a prefeitura de Londrina pelo PT e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 38.484 votos (14,08%).

Em âmbito federal, foi secretária nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2004, secretária executiva da pasta, de 2005 a 2007, e ministra, em 2010.

Especializada na área da Criança e Adolescente e com mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Márcia Lopes foi Conselheira Nacional de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Atuou ainda como presidente da Rede de Pobreza e Proteção Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2007.

Foi anunciada em novembro de 2022 pelo então vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a área da assistência social durante o governo de transição. É irmã de Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil no governo de Dilma Rousseff.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deve analisar nesta terça-feira, 6, o pedido que pode levar à suspensão cautelar do mandato e à abertura de um processo de cassação do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES). No último dia 1, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender a ministra Gleisi Hoffmann (PT).

"As falas do representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas", diz o documento assinado pelo presidente da Câmara.

O documento afirma que Gilvan proferiu manifestações "gravemente ofensivas e difamatórias contra deputada licenciada para ocupar cargo de ministra de Estado [Gleisi], em evidente abuso das prerrogativas parlamentares, o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato".

Quais os próximos passos?

Primeiro, o Conselho deve avaliar o pedido de suspensão cautelar do mandato do deputado Gilvan, por um período de seis meses. Posteriormente, será iniciado o processo de instrução, que pode resultar na cassação do mandato. Cabe recurso por parte de Gilvan caso a votação vá a plenário.

O local exato da reunião, marcada para às 11 horas, ainda não foi definido. O deputado Ricardo Maia (MDB-BA) foi designado como relator do caso.

Relembre o caso

Durante sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, realizada no dia 29, o deputado proferiu comentários considerados abertamente insultuosos, desrespeitosos e pejorativos em relação à ministra Gleisi. Ainda naquela ocasião, Gilvan também protagonizou um desentendimento com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara.

O documento assinado por Motta argumenta que o deputado do PL ofendeu a ministra ao vinculá-la ao termo "amante", numa referência a uma alcunha que teria sido atribuída à petista em um suposto esquema de favorecimento envolvendo a empresa Odebrecht. Além disso, o parlamentar utilizou a palavra "prostituta" ao fazer tais declarações.

Gilvan fazia referência a chamada "lista da Odebrecht", relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa "super planilha", o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora.

Dias antes, em discussão na Comissão de Segurança Pública sobre um projeto para desarmar a segurança da Presidência da República, Gilvan da Federal afirmou desejar a morte de Lula.

"Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o 'quinto dos inferno' (sic). É um direito meu", disse o deputado federal. "Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer... Tomara que tenha um 'ataque cardíaco'. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso País. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados", prosseguiu.

Após a repercussão negativa e pedidos de investigação sobre a conduta do parlamentar, ele pediu desculpas.