Hamas rejeita oferta de cessar-fogo de Israel, diz agência

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O grupo terrorista Hamas rejeitou uma proposta israelense de um cessar-fogo de dois meses nesta terça-feira, 23. De acordo com a proposta de Tel-Aviv, o Hamas libertaria reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos em Israel.

A informação foi confirmada por uma autoridade do Egito, país que está participando das negociações, em entrevista à agência de notícias Associated Press. Segundo a fonte, que teve a sua identidade preservada, os líderes do grupo terrorista Hamas se recusaram a deixar a Faixa de Gaza como parte do acordo e demandaram a saída das forças israelenses do enclave palestino, além do retorno de todos os palestinos que tiveram que sair de suas casas por conta da guerra na Faixa de Gaza.

Israel não confirmou que o grupo terrorista Hamas teria recusado uma proposta de cessar-fogo. A emissora israelense Canal 12 apontou que Israel ainda não recebeu a notícia da recusa do grupo terrorista Hamas. Segundo a proposta israelense, o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, e outras autoridades do grupo terrorista seriam autorizadas a saírem do enclave e se instalarem em outros países. O Hamas possui um escritório político em Doha, no Catar, que tem contribuído com as negociações entre as duas partes.

A notícia ocorre em meio a pressão de familiares dos reféns israelenses para que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, consiga um acordo para o retorno de todos os sequestrados a Israel. Em um pronunciamento no domingo, 21, Netanyahu rejeitou um acordo para libertar os reféns. "Só a vitória total garantirá a eliminação do Hamas e o regresso de todos os nossos reféns", disse o primeiro-ministro em um comunicado. Na segunda-feira, 22, dezenas de parentes de reféns invadiram uma reunião do comitê parlamentar, exigindo um acordo para obter a libertação de seus entes queridos.

Proposta israelense

O portal americano Axius apontou na segunda-feira que Israel havia submetido uma proposta para a libertação dos reféns por meio de intermediários do Egito e Catar. De acordo com a proposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iriam pausar a ofensiva no enclave palestino em troca da libertação dos 136 reféns que estão em Gaza.

Pela proposta, Israel gostaria que o grupo terrorista Hamas libertasse primeiro as mulheres e crianças que seguem em Gaza, além de homens com mais de 60 anos e reféns doentes. Depois, o grupo terrorista Hamas libertaria mulheres que fazem parte das forças israelenses, homens civis com menos de 60 anos, e depois soldados israelenses e os corpos dos sequestrados que morreram em Gaza.

Israel libertaria prisioneiros palestinos importantes que seriam acordados entre o grupo terrorista Hamas e Tel-Aviv. Além da saída das forças do país do Oriente Médio, os palestinos que foram retirados de suas casas no norte de Gaza poderiam retornar gradualmente. O número de prisioneiros palestinos que seriam liberados não ficou claro, mas seria um número significativo.

Mortes em Gaza

A recusa do grupo terrorista Hamas para a proposta israelense ocorre no mesmo dia em que o Exército israelense anunciou a morte de 24 soldados na Faixa de Gaza, no ataque mais mortal contra suas forças na guerra de três meses contra o grupo terrorista Hamas em uma explosão nas proximidades da fronteira entre o enclave palestino e Israel.

Os soldados estavam preparando explosivos para demolir dois prédios no centro de Gaza na segunda-feira, 22, quando um terrorista do Hamas disparou uma granada propelida por foguete contra um tanque nas proximidades, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército. A explosão acionou os explosivos, fazendo com que os dois prédios de dois andares desabassem sobre os soldados que estavam lá dentro.

Hagari apontou que os soldados, que eram reservistas, trabalhavam para remover edifícios e infraestrutura do grupo terrorista Hamas de perto da fronteira entre Israel e Gaza, para que as pessoas pudessem regressar em segurança às suas casas no sul de Israel.

A população israelense que vive próxima da fronteira entre Israel e o enclave palestino foi retirada da região após o inicio da guerra no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense e mataram mais de 1.200 pessoas, além de terem sequestrado 240. Após o ataque, as forças israelenses iniciaram uma ofensiva contra o Hamas em Gaza, com bombardeios aéreos e invasão terrestre. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista, mais de 25 mil pessoas morreram no enclave palestino desde o inicio da guerra.

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O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), foi um dos poucos integrantes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comemorar a vitória de Ainda Estou Aqui como melhor filme internacional no Oscar, na noite de domingo, 2.

Em publicação no X (ex-Twitter), Portinho disse que "a cultura é uma política de Estado e não deve ter lado" e que "cultura e política não devem se misturar".

"O Brasil é um só e comemoramos o Oscar de melhor filme internacional! Sou autor da emenda que reduziu impostos na reforma tributária ao setor da cultura. Minha vida e a história da minha família estão intimamente ligadas ao setor por décadas. A cultura é uma política de Estado e não deve ter lado, sendo a Identidade da nossa nação. Não pertence a um grupo político. Não queiram se apropriar", afirmou o senador.

"Cultura e política não devem se misturar. Como futebol e política também não. Cultura é de todos. Sem exceção. Do Brasil. De todos os Brasileiros e para todos! Vencemos o Oscar de Melhor Filme Internacional, temos muito a comemorar. Deixemos a política para os políticos e o prêmio do Cinema vai para a nossa cultura e os seus personagens!", completou.

Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conta a história de Eunice Paiva, esposa do ex-deputado federal Rubens Paiva, morto pela ditadura militar. Pelo tom crítico que adota em relação à ditadura, o filme passou a ser criticado pela direita brasileira. Nem a vitória no Oscar fez com que deputados e senadores bolsonaristas comemorassem a vitória de uma produção brasileira.

Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao jornalista Léo Dias, fez uma série de críticas ao filme e à atriz Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva no longa. "Família Paiva, você tem que falar em Eldorado Paulista, a minha cidade. Você tem que falar em maio de 70, quando passou o Lamarca na cidade. Por que o Lamarca achou aquele lugar de guerrilha? Pode ser que não tem nada a ver com o Rubens Paiva", disse.

"A mensagem ali é política. Ela falou que no meu governo não seria possível fazer aquele filme. Não seria por quê? Eu proibi algum filme no meu governo? Eu arrumei a Lei Rouanet, se bem que não tem Lei Rouanet nesse filme. Eu não persegui ninguém", afirmou.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na representação, ele acusa Lula de usar a rede nacional de rádio e TV para autopromoção sob o pretexto de um pronunciamento oficial, o que, segundo ele, configuraria desvio de finalidade e violação aos princípios da moralidade administrativa.

O documento classifica o pronunciamento de Lula, feito em 24 de fevereiro, como uma "campanha publicitária" e alega que o conteúdo veiculado desrespeita o decreto que regula o uso da rede nacional por agentes públicos. O Estadão procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para comentar a representação do senador, mas não obteve resposta.

"(O presidente Lula) se valeu da rede nacional de transmissão para promover sua imagem, transformando o pronunciamento em verdadeira propaganda política, com direito ao uso de muitos recursos publicitários e, inclusive, atores", afirma o texto. A representação sustenta ainda que o presidente adotou um discurso eleitoreiro para destacar dois programas de governo.

Flávio Bolsonaro argumenta também que os atos de Lula podem configurar improbidade administrativa. Ele solicita que o TCU abra um inquérito para investigar as acusações e convoque o presidente para depor. Além disso, pede a aplicação das sanções cabíveis e a devolução aos cofres públicos dos valores gastos na produção dos vídeos.

Na medida em que vê se deteriorar a relação de seu governo com o movimento de luta pela terra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer, na próxima sexta-feira, 7, sua primeira viagem a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde o começo de seu terceiro mandato.

O destino será Campo do Meio, município de 11,5 mil habitantes no sul de Minas Gerais. O prefeito, Samuel Azevedo Marinho (PSD), publicou um vídeo para anunciar a agenda com Lula, a que se referiu como "momento histórico" e "grande festa".

O prefeito afirmou que está prevista a assinatura do decreto para a desapropriação da massa falida da antiga usina Ariadnópolis e o assentamento das famílias do Quilombo Campo Grande. O evento deve ser feito na Escola Popular de Agroecologia Eduardo Galeano, na parte da manhã.

O terreno abriga 459 famílias, de acordo com Tuíra Tule, dirigente nacional do MST. A cooperativa cultiva 2,2 milhões pés de café e mais de 160 tipos de alimentos, e já passou por 11 despejos em 27 anos, segundo ela.

João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, publicou um vídeo ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), anunciando o que ele chamou de "ato nacional em defesa da reforma agrária, com grandes entregas e grandes anúncios".

"O presidente Lula vai lançar assentamentos para 12 mil famílias e lançar igualmente os créditos e todas as novidades. Vocês precisam estar nesse grande anúncio da reforma agrária", afirmou Teixeira.

A relação de Lula com o MST, aliados históricos, vem numa decrescente. Uma liderança nacional do movimento definiu com a palavra "frustração" o sentimento que o movimento nutre pelo governo federal. Isso porque nenhuma família do MST foi assentada em uma processo iniciado no atual mandato, diz ela.

Em 30 de janeiro, Lula recebeu representantes do MST para uma reunião no Palácio do Planalto. Na saída, os ativistas classificaram como "ridículo" o ritmo da reforma agrária no terceiro mandato do petista.

"Não queremos discutir formas de como será o processo de reforma agrária, nós queremos que resolva o problema da terra. Nós não aceitamos na próxima reunião ou ao final deste ano ter um número tão ridículo como esse, 1.500 famílias por ano", disse então Rodrigues, um dos coordenadores nacionais.