Brasileiros em Gaza: como estão os 19 cidadãos que ainda aguardam chance de escapar da guerra

Internacional
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Dezenove cidadãos brasileiros e familiares ainda aguardam para sair da Faixa da Gaza, fugindo da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Desde o início do conflito, o governo brasileiro conseguiu apoiar a retirada de 147 pessoas de Gaza, entre brasileiros, binacionais e seus familiares. Quando considerados os repatriados de territórios palestinos e de Israel, o total é de 1.560 pessoas, segundo dados do governo federal.

"Quase todos já haviam sido autorizados, mas não puderam sair por vários motivos", afirmou o embaixador Alessandro Candeas, representante do Brasil junto à Autoridade Nacional Palestina, a respeito do grupo remanescente de 19 pessoas, que ainda espera uma chance de escapar da região sul da Gaza.

Os brasileiros na espera por repatriação concentram-se na região Sul, próximo à passagem de Rafah, onde Israel agora realiza operações militares e promove bombardeios, elevando os riscos para civis. A guerra deslocou cerca de 1,7 milhão de palestinos do Norte de Gaza.

Na quinta-feira passada, dia 8, uma família com nacionalidade brasileira e palestina conseguiu deixar Gaza. Trata-se de uma mãe e três crianças - um menino de 4 anos, uma menina de 2 anos e um bebê com menos de dois meses de vida. Eles conseguiram cruzar a fronteira e se dirigir ao Cairo, onde embarcaram ao Brasil em voo comercial. Por causa do parto, a mulher e seus filhos não puderam embarcar no último voo de repatriação, em 23 de dezembro.

Segundo o embaixador, eles também constavam em listas com autorização para deixar Gaza antes, mas a mãe não pode viajar porque estava grávida. Assim como outros brasileiros, estavam alojados em Rafah, em casa alugada pelo escritório do Brasil em Ramallah, recebendo a assistência consular, como recursos para comprar alimentos, água e remédios.

A saída de cidadãos estrangeiros do território conflagrado é feita por meio de listas. Exige um aval triplo, de autoridades do Egito, de Israel e também do Hamas, que controla Gaza. O Catar e os Estados Unidos também atuaram nas tratativas desde o início das negociações para que milhares de estrangeiros pudessem deixar Gaza.

Agenda com egípcios e palestinos

Na próxima quinta-feira, dia 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcará no Cairo para conversar pessoalmente com o presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, sobre a crise humanitária em Gaza, a saída de brasileiros, a soltura de reféns israelenses capturados pelos terroristas do Hamas, entre outros aspectos da guerra, como um acordo de cessar fogo.

Lula tem feito uma série de gestos políticos e diplomáticos em favor de pleitos dos palestinos e vem sendo criticado por israelenses. O petista acusou Tel-Aviv de promover genocídio e terrorismo na resposta militar ao ataque terrorista do Hamas, desde 7 de outubro do ano passado. E endossou politicamente um processo contra Israel, movido pela África do Sul, que acusou o país de promover o genocídio do povo palestino, perante a Corte Internacional de Justiça.

Na quinta-feira, Lula jantou e foi homenageado na Embaixada da Palestina em Brasília. Na ocasião, prometeu reforçar o caixa Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNWRA). O órgão vive uma crise e viu suas doações internacionais indispensáveis ao suporte humanitário serem bloqueadas, após ter sido acusada por Israel de colaborar com atos terroristas do Hamas. O presidente já havia recebido o embaixador Ibrahim Alzeben em audiência no Palácio do Planalto.

Depois, Lula terá uma conversa na Liga Árabe, sediada no Cairo. Em seguida, irá à Etiópia, onde conversará com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina.

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Levantamento do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), apontou que a manifestação organizada em prol da anistia aos presos pelos ataques de 8 de Janeiro reuniu 18,3 mil pessoas em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo, 16. O valor representa menos de 2% do público de um milhão de pessoas que era aguardado para o ato.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) registrou a baixa adesão. "A gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui, no 7 de Setembro, tinha mais gente do que agora", disse. O monitor do Cebrap registrou 64,6 mil manifestantes no ato citado pelo ex-presidente, que ocorreu em setembro de 2022.

Segundo o relatório da USP, um drone tirou fotos aéreas da multidão e um software específico para esse tipo de trabalho analisa as imagens para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas. "Usando inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e conta quantos pontos aparecem na imagem. Esse processo garante uma contagem precisa, mesmo em áreas densas", aponta.

Ainda segundo os especialistas, "o método atualmente possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de indivíduos. Na contagem de público, o erro percentual absoluto médio é de 12%, para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas. O banco de imagens utilizado para a contagem da manifestação está disponível para consulta".

Para analisar o número de pessoas que foram ao ato neste domingo, foram tiradas fotos da praia de Copacabana em quatro horários (10h, 10h40, 11h30 e 12h), totalizando 66 fotos. "Selecionamos 6 fotos tiradas às 12h, momento de pico da manifestação. As imagens cobriam toda a extensão da manifestação, sem sobreposição", registra o relatório.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participa hoje com o ex-presidente Jair Bolsonaro de manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, que pede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Em discurso, ele afirmou que o cenário de inflação elevada do País é fruto de erros do governo federal, que não promove um ajuste fiscal.

"Ninguém aguenta mais inflação porque tem um governo irresponsável que gasta mais do que deve. Ninguém aguenta mais o arroz caro, o feijão caro, a gasolina cara, o ovo caro", disse o governador, alfinetando ainda a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de picanha barata. "Se está tudo caro, volta Bolsonaro", disse.

Tarcísio disse que o governo tem medo de perder a eleição para Bolsonaro, por isso há interesse em mantê-lo afastado das urnas. Ele defendeu que a oposição vai pautar e aprovar o projeto para anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro.

"Os caras que assaltaram o Brasil, os caras que assaltaram a Petrobras, voltaram para a cena do crime, voltaram para a política, foram reabilitados. Tá certo isso? Parece haver justiça nisso? Então é correto que a gente garanta a anistia daqueles inocentes que nada fizeram. E nós vamos lutar. Nós vamos garantir isso. Nós vamos garantir que esse projeto seja pautado, seja aprovado. E quero ver quem vai ter coragem de votar contra. E podem ter certeza que nós vamos conseguir os votos", afirmou.

Mais cedo, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), também fez uma breve fala na manifestação, declarando que Jair Bolsonaro será seu candidato - e único candidato - para a eleição de 2026.

Bolsonaro está inelegível até 2030, porque foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em três ocasiões, e duas sentenças seguem em vigor. Uma delas foi cancelada porque o colegiado já havia decidido sobre o mesmo fato. Ele foi condenado em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o ex-presidente como líder de uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares".

A Polícia Civil da Bahia informou que o presidente do Partido Verde (PV), da Bahia, Ivanilson Gomes, foi libertado por sequestradores na noite de sábado, 15, após quase 36 horas sob domínio dos criminosos. Segundo a nota, ele "se encontra em segurança". Um suspeito foi preso. A polícia busca o restante do bando.

Gomes foi sequestrado na sexta-feira, 14, depois de uma invasão à sede do PV no bairro Rio Vermelho, na capital baiana. Os funcionários que estavam na hora do crime foram roubados. Ao menos três bandidos participaram da ação, o que já configura associação criminosa e extorsão mediante sequestro, porque solicitaram resgate para libertar a vítima. As penas pelos dois crimes, somadas, vão de 9 a 18 anos.

"Um suspeito de participar do sequestro já se encontra preso e uma investigação está em curso para elucidação do crime", disse trecho da nota da polícia. "Depoimentos e imagens de câmeras de segurança do local vão ajudar a elucidar o caso. Qualquer informação sobre movimentações suspeitas relacionadas ao caso pode ser enviada com total sigilo, através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP). O serviço funciona em regime 24 horas."

Gomes foi levado pelo bando que invadiu a sede do partido à Rua João Gomes, número 160. Em um primeiro momento, as vítimas pensaram se tratar apenas de um roubo, mas logo evoluiu para o sequestro do presidente da legenda.