Líbano, Iraque e Jordânia fecham espaço aéreo, em meio a ataque do Irã contra Israel

Internacional
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Países vizinhos a Israel no Oriente Médio fecharam o espaço aéreo da região, em meio ao ataque em curso do Irã contra os israelenses. Há pouco, o ministério de Transporte do Líbano informou a suspensão de pousos e decolagens, bem como a circulação de aeronaves nos céus do país, pelo menos até a manhã de domingo.

O Iraque também tomou a mesma medida, de acordo com a imprensa local.

Mais cedo, antes mesmo da confirmação do ataque, a Jordânia já havia anunciado o fechamento de seu espaço aéreo.

A Guarda Revolucionária do Irã confirmou que lançou "dezenas de drones e mísseis" em direção ao território israelense neste sábado, 13, segundo informou a mídia estatal iraniana.

O grupo explicou que a ofensiva representa uma resposta ao ataque que destruiu o consulado do Irã em Damasco, na Síria.

Israel não assumiu autoria pela investida oficialmente, mas até mesmo seus aliados veem envolvimento do país na ação, que matou pelo menos 16 pessoas.

Se não forem interceptados, os drones lançados pelo Irã devem chegar aos alvos em Israel por volta das 2 horas no horário local do domingo (20 horas em Brasília, no ainda neste sábado), segundo relato de múltiplos veículos na imprensa israelense com base em fontes.

Porta-voz do Exército israelense para a imprensa árabe, Avichay Adraee assegurou que os militares estão implementando medidas previamente planejadas para esse tipo de situação.

As ações incluem a suspensão de serviços de GPS em regiões do país. "Estamos monitorando a ameaça no espaço aéreo", reiterou em comunicado.

Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país tem se preparado para um ataque do Irã há anos, mas principalmente nas última semanas. Em vídeo publicado nas redes sociais, o premiê assegurou que o sistema de defesa está a postos para qualquer cenário que eventualmente surgir.

Netanyahu reforçou o compromisso em responder a ações que prejudiquem os israelenses. "Nos defenderemos de qualquer ameaça e o faremos com frieza e determinação", assegurou ele, que ainda pediu que os cidadãos mantenham a calma.

O líder político também aproveitou para agradecer Estados Unidos, Reino Unido e França pelo apoio que têm demonstrado nos últimos dias.

Segundo múltiplos veículos da imprensa internacional, uma ofensiva do Irã já era esperada, em retaliação por uma investida que destruiu o consulado iraniano em Damasco, na Síria.

A Casa Branca confirmou que o Irã iniciou o ataque aéreo contra Israel e disse esperar que a investida se desenrole ao longo de algumas horas. Em comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Adrienne Watson, reforçou o compromisso de Washington em apoiar o povo israelense e a defesa do aliado contra as ameaças do Irã.

Segundo Watson, o presidente norte-americano, Joe Biden, está sendo constantemente atualizado sobre a questão por sua equipe de segurança e fará reuniões na Casa Branca nesta tarde. "O Presidente Biden tem sido claro: o nosso apoio à segurança de Israel é inflexível", destacou.

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A vereadora Luana Alves (PSOL) acionou nesta quarta-feira, 30, a Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo contra a também vereadora Cris Monteiro (Novo). A parlamentar do PSOL pede que a colega seja investigada pela declaração de que "mulher branca, bonita e rica incomoda". Segundo Luana Alves, o episódio configurou um ato de racismo e quebra de decoro parlamentar.

O caso ocorreu nesta terça-feira, 29, quando, na tribuna da Câmara, Cris Monteiro dirigiu-se a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e provocou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante o discurso, Cris repreendeu Luana, que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calada. (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês". Em coro, servidores que acompanhavam a sessão das galerias gritaram "racista" após a declaração da vereadora do Novo.

No documento, Luana Alves argumenta que a conduta de Cris Monteiro violou princípios constitucionais como o da igualdade e da dignidade da pessoa humana, além do crime de racismo, que destaca a vereadora, é inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão.

"A fala da vereadora Cris Monteiro revela conteúdo discriminatório com base na cor da pele, classe e gênero, sendo inaceitável em qualquer espaço, especialmente no plenário desta Casa Legislativa. A argumentação reforça que o racismo pode se manifestar por meio de discursos que reforçam privilégios e estigmatizam corpos racializados, e, portanto, exige responsabilização política desta Corregedoria", diz trecho do documento.

A vereadora do PSOL pede que a Corregedoria tome providências cabíveis em relação à conduta da parlamentar. As possíveis penalidades incluem considerar a conduta incompatível com o decoro parlamentar, o que, conforme a Lei Orgânica e o Regimento Interno da Casa, pode levar à perda do mandato.

Nesta terça, o áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso", disse Cris Monteiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou o deputado José Nelto (União-GO) e mais sete da função de vice-líderes do Governo na Câmara dos Deputados e indicou outros parlamentares para substituí-los, conforme mensagens publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 30. O documento também formaliza a escolha do deputado Alencar Santana (PT-SP) para Primeiro Vice-Líder do Governo na Casa.

A retirada de Nelto do posto já havia sido anunciada pelo líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), depois que o parlamentar do União apoiou o requerimento de urgência para a anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e disse ter agido assim porque faltou orientação do governo. Nelto foi um dos 262 signatários do requerimento protocolado no último dia 14 pelo líder da bancada do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ).

Pelas mensagens presidenciais enviadas à Câmara, foram desligados da função de vice-líder do Governo os deputados:

- Bacelar (PV-BA;

- Duda Salabert (PDT-MG);

- José Nelto (União-GO);

- Marreca Filho (PRD-MA);

- Neto Carletto (Avante-BA);

- Reginaldo Lopes (PT-MG);

- Renildo Calheiros (PCdoB-PE)

- Rogério Correia (PT-MG).

Os novos nomeados são:

- Aliel Machado (PV-PR);

- Augusto Coutinho (Republicanos-PE);

- Gervásio Maia (PSB-PB);

- Jilmar Tatto (PT-SP);

- Márcio Jerry (PCdoB-MA);

- Mário Negromonte Jr. (PP-BA);

- Romero Rodrigues (Podemos-PB);

- Zé Neto (PT-BA).

O relator da representação do PL para suspender o processo penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) no Supremo Tribunal Federal (STF), deputado Alfredo Gaspar (União-AL), diz que a ação penal deve ser sustada em sua integralidade. O caso está sob avaliação inicial na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.

"Considerando a necessidade de conferir autonomia e independência ao mandato exercido pelo parlamentar legitimamente eleito, não resta alternativa a esta Casa que não o sobrestamento da ação penal em sua integralidade", diz o texto apresentado nesta quarta-feira, 30.

Para avançar, o texto precisa da aprovação de 34 parlamentares, para, então, ir ao crivo do plenário, quando precisaria do apoio de 257 deputados. A expectativa é que a votação ocorra na próxima semana, após um pedido de vista (mais tempo para análise) na CCJ - o que deve ser uma estratégia adotada por governistas.

Gaspar diz que a alternativa de sustar a ação penal serve para "evitar a instrumentalização do processo judicial". "A possibilidade de sustação da ação penal contra os congressistas visa a evitar a instrumentalização do processo judicial com o intuito de constranger, de inquinar, de ameaçar o parlamentar acusado, comprometendo sua liberdade no exercício do mandato", afirmou.

Inicialmente, o PL trabalhava com essa ação de modo a não apenas paralisar o caso contra Ramagem, mas também contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sigla fundamenta a ação num trecho da Constituição que dá à Câmara o poder de interromper o andamento de uma ação penal enquanto o parlamentar mantiver o seu mandato.

Em reação, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo, enviou um ofício à Câmara para informar que a ação na Primeira Turma que tornou Ramagem réu não pode ser sustada em sua integralidade.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o caso é visto com preocupação entre petistas. Na visão deles, se a medida passar no colegiado e for a plenário, poderá travar a pauta do governo Lula, assim como ocorreu com a anistia aos presos do 8 de Janeiro.