Ucrânia diz ter frustrado plano da Rússia para assassinar Zelenski

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O Serviço de Segurança Ucraniano afirmou ter frustrado uma conspiração da Rússia para assassinar o presidente Volodmir Zelenski atacando seu comboio com mísseis e drones. Segundo o serviço, foi a mais recente tentativa de Moscou de eliminar o líder ucraniano.

A agência, conhecida como SBU, afirmou ter detido dois altos funcionários do Departamento de Segurança do Estado ucraniano, responsável pela proteção do presidente. A SBU disse que os dois integram um grupo de cinco agentes que trabalhavam no complô sob a direção do Serviço Federal de Segurança da Rússia, o FSB. A agência disse que o grupo também planejava matar o presidente da SBU, o tenente-general Vasil Maliuk, e o principal oficial da inteligência militar do país, o tenente-general Kirilo Budanov.

Maliuk disse que o complô deveria ser um "presente" para o presidente russo, Vladimir Putin, antes de sua posse nesta terça-feira, 7, para o seu quinto mandato presidencial. Um porta-voz do Kremlin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A alegada conspiração surge num momento em que as forças ucranianas, em menor número e em armas, estão perdendo terreno no leste, enquanto aguardam desesperadamente novos carregamentos de armamento dos EUA. O Exército russo tomou várias aldeias nas últimas semanas na região oriental de Donetsk e está montando um ataque frontal à cidade de Chasiv Yar, que fica em um ponto alto da região.

A SBU disse que a trama envolveria uma série de ataques a veículos que transportavam Zelenski e outros alvos. Assim que os russos recebessem as coordenadas, eles enviariam um ataque com mísseis. Então, um dos homens que vigiava os alvos usaria um drone FPV para atacar qualquer pessoa viva no local da explosão. Os russos enviariam um segundo ataque com mísseis, no que é chamado de ataque duplo, para encobrir a presença do drone e garantir que o assassinato fosse totalmente executado.

A agência de segurança ucraniana publicou mensagens de texto, fotos, uma entrevista com um dos homens detidos e um telefonema interceptado entre ele e o que chamou de seu manipulador do FSB como prova da conspiração. Na ligação, o suposto assessor do FSB disse ao homem que receberia pelo menos US$ 50 mil pelo trabalho.

A agência não revelou os nomes dos ucranianos detidos. Informou apenas se tratar de coronéis do Departamento de Segurança do Estado.

O envolvimento de oficiais superiores na alegada conspiração realça o problema persistente de colaboradores e espiões nos serviços de segurança da Ucrânia.

A SBU disse ter descoberto mais de 2 mil pessoas que cometeram traição desde o início da guerra. Segundo a agência, eles atuavam fornecendo a Moscou coordenadas para alvos militares, além de tentar rastrear os movimentos de altos funcionários, incluindo o presidente.

Autoridades ucranianas disseram que a Rússia vem recrutando agentes em massa no país há décadas, incluindo nos serviços de segurança e inteligência, que há muito estão repletos de corrupção e simpatizantes de Moscou.

A luta contra as infiltrações russas é uma parte crítica do esforço de guerra da Ucrânia, à medida que a Rússia procura semear a discórdia e oprimir a vontade de lutar do seu vizinho.

No início da guerra, em fevereiro de 2022, esperava-se que os agentes russos na Ucrânia facilitassem uma rápida operação que Moscou pensava que seria relâmpago. Muitos eventualmente fugiram ou foram capturados.

A última suposta conspiração é a mais recente no que as autoridades ucranianas disseram ser uma série de atentados contra a vida de Zelenski, o ex-comediante que se tornou o líder do esforço de guerra da Ucrânia.

Zelenski reuniu apoio interno e externo com discursos noturnos apaixonados e apelos por ajuda militar e financeira do Ocidente. O seu índice de aprovação interna ultrapassou os 90% logo após a invasão russa, mas caiu para cerca de 60% nos últimos meses, segundo pesquisas, à medida que o esforço da Ucrânia para expulsar a Rússia do seu território vacilou e as baixas aumentaram. Ele continua sendo de longe o político mais popular do país.

Numa entrevista no ano passado, Budanov disse que as agências de inteligência ucranianas frustraram vários atentados contra a vida de Zelenski, mas não disse quantos.

As observações de Budanov seguiram-se à detenção de uma mulher ucraniana que estaria tentando espionar a localização de Zelenski em região da Ucrânia ocupada pela Rússia quando ele visitou uma área afetada pela explosão da barragem de Kakhovka, no ano passado.

As autoridades da Polônia prenderam um homem este ano, a quem nomearam apenas como Pawel K, no que chamaram de conspiração russa para atacar o presidente ucraniano. As autoridades disseram que o homem estava fornecendo informações da Polônia a Moscou sobre um aeroporto frequentemente usado por militares e políticos dos EUA e da Ucrânia, incluindo Zelenski e o presidente americano, Joe Biden.

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A repercussão da vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional no Oscar conseguiu superar a polarização do debate político brasileiro nas redes sociais, aponta um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A avaliação é que predominaram publicações que exaltam o orgulho pela cultura nacional e que representam o Brasil de forma positiva para o restante do mundo, escanteando os conflitos políticos entre direita e esquerda.

O levantamento também identificou que houve baixo engajamento de perfis alinhados à direita, com poucas contas parabenizando os responsáveis pelo filme ou comentando a vitória.

À esquerda o movimento foi na direção oposta: as publicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - que assim como o ex-deputado Rubens Paiva, cuja história é narrada no filme, foi presa e torturada pela ditadura militar - estiveram entre as com maior volume de interações.

"Foi interessante o silêncio da direita. Não conseguiram construir nenhum argumento crítico contrário. Soaria impatriótico, desumano e não engajaria", analisou o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, diretor da Escola de Comunicação da FGV e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele avalia que o filme consegue ser patriótico sem ser chauvinista ou reacionário, ao mesmo tempo que transmite uma mensagem de força e potência das mulheres ao narrar a reconstrução pessoal de Eunice Paiva e de sua família.

"Isso dá pista de haver uma fresta para o Brasil se unir e se reinventar quebrando a polarização com base em valores universais e um repertório cultural mais amplo", diz o sociólogo. "É uma pista para a política agora e em 2026", acrescentou.

A vitória de Ainda Estou Aqui gerou cerca de 4 milhões de publicações no X, no Instagram, no YouTube e em sites de notícia e ultrapassou 75 milhões de engajamento geral no Facebook, no X e no Instagram. As publicações sobre a obra na conta oficial da Academia no Instagram (@theacademy) foram responsáveis por 30% de todas as interações do perfil em 2025. Foram 3,8 milhões de interações e 24 milhões de visualizações.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) quer reunir informações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) para defender a atual ocupante do posto, Rosângela da Silva, a Janja, de críticas da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar enviou ofícios à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria Geral da União (CGU) pedindo informações sobre viagens, gastos e investigações em andamento contra a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Farias, que é líder da bancada do PT, indicou que as respostas dos órgãos servirão como base para ações na Câmara dos Deputados para desgastar Michelle. "Cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar 2 contra Michelle Bolsonaro. A turma da rachadinha com cartão corporativo não tem moral. Vamo [sic] pra cima", escreveu o deputado nas redes sociais.

Janja tem sido criticada por opositores por gastos em viagens ao exterior e por ter um gabinete informal no governo Lula mesmo sem ter um cargo na gestão federal. Como mostrou o Estadão, ela tem uma equipe com 12 assessores que até o final do ano passado tinha gastado R$ 1,2 milhão em viagens. A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República diz que servidores exercem funções fixadas em lei.

O PL Mulher, que é comandado por Michelle Bolsonaro, disse em nota que o petista "requentou uma série de denúncias mentirosas" contra a ex-primeira-dama. "Isso constitui uma louca tentativa de fazer desviar os olhos da população dos recentes escândalos do governo petista, da alta dos preços dos alimentos e da gasolina, bem como das gafes e gastos da atual primeira-dama", disse o órgão partidário.

Lindbergh questionou a Polícia Federal e a CGU se os órgãos abriram investigações sobre supostos desvios de recursos públicos durante o governo Bolsonaro com o objetivo de pagar despesas da ex-primeira-dama. Ele também entrou com uma representação criminal para o Ministério Público Federal investigar o caso.

Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, mostram pedidos de assessoras de Michelle para que ele fizesse depósitos em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama e também realizasse saques para o pagamento das contas. A mulher de Jair Bolsonaro também utilizava o cartão de crédito de uma amiga, assessora parlamentar no Senado, para alguns gastos.

O líder do PT na Câmara perguntou à Casa Civil, comanda por Rui Costa (PT), quantas viagens a ex-primeira-dama realizou durante o governo Bolsonaro, quanto custaram os voos e se eles foram pagos com dinheiro público, além das justificativas para os deslocamentos.

Lindbergh Farias também perguntou à pasta o que foi feito para seguir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o programa Pátria Voluntária, criado pelo governo Bolsonaro e comandado por Michelle para incentivar o voluntariado no Brasil. O TCU constatou em uma auditoria finalizada em 2023 que não havia critérios objetivos para selecionar as instituições sociais que receberiam recursos do programa e sugeriu à pasta que dessa transparência à prestação de contas das entidades que foram beneficiadas.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.