Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morre aos 63 anos em queda de helicóptero

Internacional
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O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu em um acidente de helicóptero, que caiu na floresta Dizmar, perto da cidade de Varzaghan, no Irã, no domingo, 19, conforme a agência estatal iraniana Irna. Além de Raisi, o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, também faleceu, assim como dois outros passageiros da aeronave.

As equipes de resgate encontraram o helicóptero na madrugada desta segunda-feira, 20. Os canais de televisão mostraram imagens de destroços em chamas. Os corpos de todas as vítimas foram resgatados e as autoridades iranianas declararam o fim das operações de busca.

Pela legislação iraniana, se o presidente morrer, o vice assume e uma eleição deve ser realizada em seis meses. O vice-presidente é o conservador Mohammad Mokhber.

Raisi esteve no Azerbaijão no domingo para inaugurar uma represa com o presidente do país, Ilham Aliyev. A barragem é a terceira que as duas nações construíram no rio Aras.

Acidente

O acidente ocorreu na manhã de domingo, 19, e levou diversas equipes de resgate para a região. Mas as condições climáticas, de muita chuva e neblina, fizeram com que o resgate fosse difícil. As equipes de busca demoraram cerca de12 horas para localizar o helicóptero.

Um drone turco detectou uma fonte de calor suspeita e transmitiu as coordenadas do local do acidente às autoridades iranianas, conforme relatado pela agência de notícias Anadolu.

"Ao encontrar a localização do helicóptero e ver a cena, não há sinal de que algum dos passageiros esteja vivo", disse o chefe da Sociedade do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossien Koulivand, que estava no local, à televisão estatal. Ele acrescentou que as pessoas podiam sentir cheiro de queimado no ar.

Quem é Ebrahim Raisi

Ebrahim Raisi foi eleito presidente do país persa em junho de 2021, ainda no primeiro turno, e é considerado um político ultraconservador. Ele contou com o apoio do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que celebrou a eleição como uma vitória da nação contra a "propaganda inimiga".

O pleito, no entanto, aconteceu com o menor comparecimento da história da República Islâmica - dos 59 milhões de cidadãos aptos a votar, pouco mais de 28 milhões foram às urnas. O sentimento era de que a eleição serviria apenas para coroar um candidato com vitória já esperada, o que gerou apatia generalizada entre os eleitores iranianos.

Em outubro de 2023, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, teve um encontro bilateral com Raisi, durante a cúpula dos Brics, na África do Sul, em Joanesburgo. A reunião aconteceu após o Irã ser confirmado como novo membro do grupo.

O Irã armou a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia, bem como lançou um ataque de drones e mísseis contra Israel em meio à guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. O Irã também continuou a armar grupos por procuração no Oriente Médio, como os rebeldes Houthi do Iêmen e o Hezbollah do Líbano.

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O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira, 28, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acertou ao indicar a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), para chefiar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Para Alckmin, a deputada é "aberta ao diálogo" e compromissada com o Brasil. As declarações ocorreram na plataforma X.

"Gleisi é uma companheira da melhor qualidade. Mulher aberta ao diálogo e de compromisso com o Brasil. Decisão acertada do presidente Lula", escreveu Alckmin na publicação.

A presidente do PT substitui Alexandre Padilha, nomeado como ministro da Saúde. O vice-presidente também aproveitou a postagem para desejar sorte a ele. "E ao colega de juramento de Hipócrates, ministro Padilha, boa sorte na missão de cuidar da saúde dos brasileiros! Contem conosco!", afirmou Alckmin, em menção ao fato de compartilhar a mesma formação em medicina que Padilha.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), afirmou em publicação no X (antigo Twitter) que buscará uma construção conjunta com os partidos aliados do governo de Luiz Inácio Lula da Silva durante a sua condução da Secretaria de Relações Institucionais - no lugar de Alexandre Padilha, deslocado para a pasta de Saúde. O anúncio foi feito pela Secretaria de Comunicação Social nesta sexta-feira, 28.

"Seguirei dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei", disse Gleisi, que já foi ministra, senadora, deputada federal. "Sempre entendi que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo."

A petista também agradeceu ao partido o qual preside até este ano. Lula quer eleger o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para o cargo no meio do ano. "Agradeço ao Partido dos Trabalhadores, dirigentes e militantes, pelo apoio que recebi nestes anos em que tive a honra de presidir o partido", afirmou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, escolheu a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser a ministra de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, anunciado como próximo ministro da Saúde. A decisão de Lula é considerada uma reviravolta. Até poucos dias atrás, o mundo da política dava como certo que Gleisi assumiria a Secretaria-Geral da Presidência da República no lugar de Márcio Macêdo.

A informação foi confirmada em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) nesta sexta-feira, 28.

Segundo o comunicado, Lula se reuniu com Gleisi nesta sexta pela manhã e a convidou para o cargo.

"Gleisi vai substituir o atual ministro da SRI, Alexandre Padilha, que foi recém-indicado para o Ministério da Saúde. A posse da nova ministra está marcada para o dia 10 de março", disse a Secom.

A presidente do PT passou a se posicionar para assumir a articulação política do governo há poucos dias. A reportagem ouviu especulações sobre seu nome pela primeira vez na última sexta-feira, 21, mas ainda como uma possibilidade muito remota. O nome da presidente do PT cresceu nesta semana, mesmo Lula sendo desaconselhado de indicar a aliada para o cargo.

A entrada de Gleisi Hoffmann na SRI também era tratada com ceticismo em Brasília porque a presidente do PT demonstrou ter perfil combativo nos últimos anos, enquanto a área exigiria um perfil de negociação mais flexível.

Gleisi é presidente do PT desde 2017 e esteve à frente do partido em alguns de seus momentos mais críticos. A posição a fez ganhar fama de sectária.

Novo polo de poder

A ida de Gleisi Hoffmann para o Planalto também cria um novo polo de poder no Palácio do Planalto. Hoje, a principal força política no governo abaixo de Lula consiste nos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secom), ambos vindos da Bahia e aliados de longa data. Na avaliação de petistas, Gleisi tem tamanho suficiente para contrariá-los, se achar necessário.

Ao longo de todo o governo, Gleisi Hoffmann expôs divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Aliados da petista costumam dizer que, como presidente do partido, ela tinha a obrigação de tentar puxar o governo para a esquerda, daí às falas que contrariavam a política de Haddad. Há uma avaliação de que a disciplina que exige um cargo no primeiro escalão do governo fariam as divergências entre Gleisi e o ministro da Fazenda diminuírem.

Um sinal nesse sentido foi dado pela própria petista no fim de semana, durante a festa de 45 anos da legenda. Ela deu os parabéns a Haddad por seu trabalho na área fiscal. "O desequilíbrio orçamentário, estamos resolvendo. Colocando um compromisso com as contas públicas. Nós estamos promovendo uma dos maiores ajustes fiscais da história desse país", disse ela em discurso.

PT

Com Gleisi no governo, o PT precisará de um novo quadro para presidir o partido até junho, quando haverá eleições. O nome mais citado para esse mandato-tampão é do líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE). Lula quer eleger Edinho Silva como presidente do partido no meio do ano.

O entorno do chefe do governo acredita que, com a ida de Gleisi para o coração do governo, a resistência de setores do PT ao nome de Edinho Silva para a direção do partido diminuirá.

O grupo político de Gleisi vinha fazendo movimentos para tentar emplacar outro presidente para a legenda, possivelmente Guimarães.

Carreira

Gleisi Helena Hoffmann tem 59 anos, é advogada, deputada federal e já ocupou diversos cargos na política. Foi senadora pelo Paraná de 2011 a 2018. Também foi ministra da Casa Civil de 2011 a 2014, durante o governo de Dilma Rousseff.