Putin manda navios de guerra e submarino nuclear a Cuba para exercícios militares

Internacional
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Uma frota de navios de guerra da Rússia chegou a Cuba nesta quarta-feira, 12,paras exercícios militares no Mar do Caribe. O comboio é formado por uma fragata, um submarino nuclear, um navio petroleiro e um rebocador de resgate. Analistas avaliam o ensaio, a pouco mais de 100 quilômetros da costa americana, uma projeção de força à medida que crescem as tensões sobre o apoio ocidental à Ucrânia.

A fragata principal, adornada com as bandeiras russa e cubana, foi recebida com uma salva de 21 canhões em Havana. Os marinheiros russos a bordo do navio se posicionaram em formação militar ao se aproximarem da ilha. Alguns residentes cubanos pararam para tirar fotos dos navios que chegavam.

Autoridades americanas dizem que os navios russos devem permanecer na região até setembro e, possivelmente, também devem parar na Venezuela.

Aliança de longa data

A Rússia é uma aliada de longa data da Venezuela e de Cuba. Desde os tempos de Fidel Castro e Hugo Chávez, seus navios de guerra e aeronaves têm feito incursões periódicas no Caribe. O exercício atual, no entanto, ocorre depois de o presidente Joe Biden autorizar a Ucrânia a usar armas americanas para atacar alvos dentro da Rússia. Isso fez com que o líder russo Vladimir Putin sugerisse que seus militares poderiam responder com "medidas assimétricas" em outras partes do mundo.

"Acima de tudo, os navios de guerra são um lembrete para Washington de que é desagradável quando um adversário se intromete em seu país vizinho", disse Benjamin Gedan, diretor do Programa para a América Latina do Wilson Center, um think tank com sede em Washington. "Isso também lembra aos amigos da Rússia na região, incluindo os antagonistas dos EUA, Cuba e Venezuela, que Moscou está do lado deles."

Embora a frota inclua um submarino de propulsão nuclear, uma autoridade sênior do governo Biden disse que a comunidade de inteligência determinou que nenhuma embarcação está transportando armas nucleares. A autoridade, que falou sob condição de anonimato para fornecer detalhes que não haviam sido anunciados publicamente, disse que os destacamentos da Rússia "não representam uma ameaça direta aos Estados Unidos".

Os navios russos ocasionalmente atracam em Havana desde 2008. Em 2015, um navio de reconhecimento e comunicações chegou sem aviso prévio a Havana um dia antes do início das discussões entre autoridades americanas e cubanas sobre a reabertura das relações diplomáticas.

Sem risco imediato

Um porta-voz do Departamento de Estado disse que as escalas da Rússia em Cuba são visitas navais de rotina, embora reconheça que seus exercícios militares aumentaram em virtude do apoio dos EUA à Ucrânia e à atividade de exercícios em apoio a aliados da Otan.

Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, recebeu seu colega cubano, Bruno Rodríguez, em Moscou. Na ocasião, Lavrov agradeceu às autoridades cubanas por sua posição sobre a Ucrânia.

"Desde o início, Havana fez uma avaliação do que estava acontecendo, delineando as razões absolutamente corretas e verdadeiras para o que estava acontecendo (na Ucrânia), e o que estava sendo preparado pelo Ocidente por muitos anos", disse Lavrov.

"A doutrina militar e de defesa russa mantém a América Latina e o Caribe em uma posição importante, com a esfera vista como sob influência dos EUA, atuando como um contrapeso às atividades de Washington na Europa", disse Ryan Berg, diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington.

"Embora isso provavelmente seja pouco mais do que uma provocação de Moscou, envia uma mensagem sobre a capacidade da Rússia de projetar poder no Hemisfério Ocidental com a ajuda de seus aliados e certamente manterá os militares dos EUA em alerta máximo enquanto estiverem no teatro de operações", concluiu Berg.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.