Líderes mundiais se reúnem na Suíça para discutir Paz na Ucrânia; Rússia não comparece

Internacional
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Líderes mundiais se reuniram em um resort suíço neste sábado, 15, para discutir a paz na Ucrânia. No entanto, a Rússia não compareceu ao encontro, o que frustrou as expectativas de um avanço real para a paz.

Apesar da ausência da Rússia na cúpula, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky previu no início que as conversas levariam à "história sendo feita". "Conseguimos trazer de volta ao mundo a ideia de que esforços conjuntos podem parar a guerra e estabelecer uma paz justa", disse ele em uma coletiva de imprensa ao lado da presidente suíça Viola Amherd.

Zelensky ainda disse que a cúpula poderia lançar as bases para um eventual fim do conflito. "Na primeira cúpula de paz, devemos determinar como alcançar uma paz justa, para que no segundo, possamos já estabelecer um fim real para a guerra", afirmou.

Embora a Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, não tenha comparecido ao encontro, o presidente do país, Vladimir Putin, deu na sexta-feira o raro passo de expor seus termos para o fim da guerra. Mas suas propostas não incluíam novas exigências, e Kiev as considerou "manipuladoras" e "absurdas".

A conferência contou com a presença de presidentes ou primeiros-ministros de países como Reino Unido, Equador e Quênia, da vice-presidente dos EUA Kamala Harris e de vários ministros das Relações Exteriores, incluindo da Turquia e da Arábia Saudita. Enquanto isso, alguns países em desenvolvimento importantes, como Índia, África do Sul e Brasil, que estavam apenas observando o evento, enviaram oficiais de nível inferior.

A China, que apoia a Rússia, juntou-se a dezenas de países que não participaram do evento. Pequim afirmou que qualquer processo de paz exigiria a participação da Rússia e da Ucrânia e apresentou suas próprias ideias para a paz.

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Pelo menos 62 tribunais no Brasil usam inteligência artificial ou estão implementando a tecnologia. O número corresponde a 66% do universo total de Cortes no País.

Os programas são usados para diferentes finalidades. Na maiorias das vezes, cumprem funções auxiliares de rotina, como agrupar processos, classificar documentos, identificar suspeitas de advocacia predatória, notificar sobre movimentações processuais e indexar documentos digitalizados.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza e administra o Poder Judiciário, mapeou 140 projetos IA desenvolvidos ou em desenvolvimento. A tendência, segundo o órgão, é de "adesão às inovações tecnológicas" nos tribunais.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul lidera o ranking, com 12 projetos.

Desde 2020, o CNJ monitora o avanço da inteligência artificial no Poder Judiciário. Os dados são reunidos a partir de questionários e entrevistas.

Os benefícios mais citados da implementação de IA foram: aumento da eficiência e agilidade ao processar documentos (52,8%); otimização de recursos (48,6%); automatização de tarefas repetitivas (45%); e redução do tempo de tramitação dos processos (37,1%).

Entre os tribunais que ainda não aderiram à tecnologia, os principais obstáculos mencionados foram a falta de recursos e questões estratégicas ou de prioridade.

Em palestra na Universidade de Oxford, no Reino Unido, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, disse neste domingo, 23, que vê espaço para a popularização da inteligência artificial no apoio a tarefas do Poder Judiciário, inclusive na tomada de decisão.

A corrupção eleitoral, caracterizada pela compra de votos, está no topo das condutas mais repudiadas pelos eleitores, conforme pesquisa contratada pelo Instituto Não Aceito Corrupção (Inac). O levantamento, realizado entre março e maio deste ano, abordou as práticas corruptas e sua aceitação pela sociedade. Funcionários fantasmas, rachadinha e nepotismo também estão entre as condutas consideradas inaceitáveis, que geram repúdio.

A pesquisa buscou medir a aceitação de múltiplas práticas corruptas. No levantamento da empresa Ágora Pesquisa foram ouvidos 2.026 eleitores, com idades entre 16 e 75 anos, de diferentes regiões, classes sociais e gêneros.

Os entrevistados também foram questionados sobre a compra de votos. 62% disseram que conhecem alguém que trocou o voto por dinheiro e 54% relataram ter sofrido pelo menos uma tentativa direta de corrupção eleitoral nos últimos dez anos.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que a compra de votos (captação ilícita de sufrágio) "ocorre quando a candidata ou o candidato doa, oferece, promete ou entrega para o eleitor qualquer bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza - inclusive emprego ou função pública - para obter seu voto".

O levantamento promovido pelo Inac buscou mapear o preço médio do voto conforme a região - Nordeste: R$ 124,62; Norte: R$ 138,83; Sudeste: R$ 139,58; Centro-Oeste: R$ 140,54; e Sul: R$ 142,88.

Para o Roberto Livianu, presidente do Inac e procurador de Justiça em São Paulo, os dados evidenciam o deságio da Justiça Eleitoral no Brasil. "A compra de votos é algo real e concreto", afirmou.

Os entrevistados foram questionados sobre canais de denúncia e somente 20% deles responderam que conhecem e que funcionam. No universo de oito em cada dez entrevistados estão os que responderam que não conhecem, ou conhecem (ou são conhecidos os canais), mas acreditam que os órgãos de denúncia não funcionam. Neste conjunto de respostas estão também aqueles que sabem que existem genericamente, sem identificar quais são estes canais.

Os eleitores brasileiros voltarão às urnas neste ano para escolher prefeitos e vereadores nas mais de cinco mil cidades do País.

Ranking

Conforme a pesquisa, a corrupção aparece em oitavo lugar na lista de preocupações da população. Saúde, educação e segurança pública lideram o ranking.

Há uma variação geracional na percepção da corrupção. Com a idade, as pessoas parecem se tornar mais sensíveis ao tema, mostra o levantamento. A preocupação também aumenta com a renda.

Os entrevistados responderam a questionários estruturados e tiveram de avaliar, com notas de 1 a 7, o grau de reprovabilidade de cenários hipotéticos criados para ilustrar diferentes práticas de corrupção. Quanto mais alta a nota, mais aceitável é a atitude. As situações narradas aos entrevistados correspondem a uma lista de crimes - sonegação fiscal, peculato, nepotismo, falsidade ideológica, corrupção passiva, ativa e eleitoral, prevaricação, tráfico de influência, captação ilícita de votos, estelionato e furto.

Os exemplos foram pensados de acordo com quatro eixos de corrupção: de políticos e agentes públicos, de empresas, praticada para obter benefícios pessoais e relacionada a serviços. Os resultados mostram que a tolerância dos brasileiros é maior com atos de corrupção relacionados a serviços, como o pagamento de propina para se livrar de uma multa de trânsito. A maior reprovação envolve desvios da classe política.

Para a cientista política Rita Biason, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretora do Instituto Não Aceito Corrupção que participou da pesquisa, essa variação é decorrente da realidade econômica do País.

"Essa aceitação a determinadas práticas de corrupção vem de longa data, quando se refere à possibilidade de socorrer determinado segmento da população", afirmou. "Tem relação com a carência e com a dificuldade de acesso a bens e serviços. Nós temos uma camada da população que não tem acesso a esses serviços, então isso se torna mais tolerável do que em relação ao político. Até porque o político tem um salário e um ganho a partir da arrecadação de impostos."

Respostas

Livianu avaliou que o ranking das condutas de corrupção, conforme seu grau de reprovação, oferece uma pista para o poder público oferecer respostas à sociedade. "Reafirma a importância de se dar respostas consistentes em relação a esses casos por parte do Sistema de Justiça, sob pena de agravar ainda mais o quadro de baixa credibilidade."

A pesquisa usou cenários hipotéticos para testar o grau de aceitação de irregularidades por parte dos entrevistados. A prática considerada mais inaceitável foi o peculato, ilustrada pelo seguinte caso: "um servidor público é nomeado para um cargo de confiança, recebe o salário todos os meses, mas nunca comparecer ao trabalho". Essa situação registrou média de aceitação de 1,2.

Na outra ponta, foi considerada a prática mais aceitável a prevaricação (5,2), na situação em que "um fiscal de trânsito relaxa a multa ao motorista por julgar que se trata de uma situação de emergência (mulher dando à luz ou alguém passando mal, por exemplo)".

Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) declarou nesta segunda-feira, 24, que não pretende utilizar o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para polarizar as eleições na capital paulista. Ele também reconheceu que superar o estereótipo de radical associado à sua imagem será seu maior desafio na disputa.

Boulos participou de uma sabatina promovida pela associação Pró-Centro, formada por empreendedores e interessados pela região central de São Paulo. O evento já ouviu a pré-candidata do PSB, deputada Tabata Amaral, e a do Novo, Marina Helena. Também estão previstas rodadas com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB).

No evento, o pré-candidato do PSOL disse que seu maior desafio será mudar a ideia de que é radical e desmentir notícias falsas sobre sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). "Às vezes é mais fácil colocar um meme e um vídeo de 15 segundos do que debater propostas para a cidade", mencionou.

"Infelizmente, vocês vão ouvir muita [fake news] dizendo: 'O Boulos vai nacionalizar a campanha, vai polarizar, e o Lula vai...' O que eu quero discutir na TV, nos debates, é o que discuti hoje com vocês: cidade, proposta, valores e projetos", disse.

Apesar de afirmar que não pretende polarizar a campanha, Boulos usou a confirmação do nome do coronel da PM Ricardo de Mello Araújo como vice de Nunes para criticar o prefeito. Nas redes sociais, disse que a escolha do militar como vice de Nunes indica que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá influência na cidade caso o prefeito seja reeleito.

"O nome do policial foi enfiado goela abaixo de Nunes e seus aliados e é assim que vai ser nos próximos quatro anos se deixarmos São Paulo se transformar numa filial da milícia. Em troca de apoio eleitoral, Nunes é capaz de tudo", escreveu o pré-candidato do PSOL em seu perfil no X (antigo Twitter).

Ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da PM, Mello Araújo foi escolhido por Bolsonaro para ser o vice de Nunes. Inicialmente, o entorno do prefeito buscava um nome mais moderado para o cargo, mas acabou aceitando a indicação de Bolsonaro devido ao receio de perder o apoio dos eleitores bolsonaristas para Marçal.

A escolha do vice foi uma condição imposta por Bolsonaro para apoiar a reeleição de Nunes. Com isso, há a expectativa de que a disputa pela capital paulista reproduza a polarização entre Lula e Bolsonaro observada em 2022.