Porta-aviões nuclear dos EUA chega à Coreia do Sul após pacto de Putin com o Norte

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Um porta-aviões nuclear dos Estados Unidos chegou neste sábado, 22, à Coreia do Sul para um exercício militar triplo envolvendo o Japão, reforçando a aliança de Washington com os países asiáticos após o anuncio de que a Coreia do Norte firmou um pacto de segurança com a Rússia na quarta-feira, 19.

A chegada do USS Theodore Roosevelt a Busan ocorreu um dia depois de Seul ter convocado o embaixador russo para protestar contra o acordo firmado entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

O acordo promete assistência de defesa mútua em caso de guerra. A Coreia do Sul aponta que o pacto representa uma ameaça à sua segurança e alertou que poderia considerar o envio de armas para a Ucrânia para ajudar a combater a invasão russa como resposta - uma medida que certamente prejudicaria as relações diplomáticas com Moscou.

Exercícios

Os exercícios militares devem começar neste mês, mas o Exército da Coreia do Sul não forneceu informações específicas sobre o treinamento.

O Contra-almirante americano Christopher Alexander afirmou que o exercício militar visa aprimorar a proficiência tática dos navios e melhorar a interoperabilidade entre as marinhas dos países "para garantir que estamos prontos para responder a qualquer crise e contingência".

A Marinha da Coreia do Sul apontou em um comunicado que a chegada do porta-aviões demonstra a forte postura de defesa dos aliados e "severa vontade de responder às crescentes ameaças norte-coreanas". A visita do porta-aviões ocorre sete meses depois de outro porta-aviões dos EUA, o USS Carl Vinson, ter chegado à Coreia do Sul em uma demonstração de força contra Pyongyang.

O grupo de ataque Roosevelt também participou de um exercício com as forças navais sul-coreanas e japonesas em abril, no disputado Mar da China Oriental, onde tensões envolvendo a China estão aumentando.

Acordo de Rússia e Coreia do Norte

De acordo com o texto do tratado entre Rússia e Coreia do Norte, os dois países concordaram em fornecer um ao outro toda a assistência militar disponível em caso de guerra.

A Agência Central de Notícias Coreana (KCNA) indicou que o Artigo 4 estabelece que se um dos países for invadido e for empurrado para um estado de guerra, o outro deve mobilizar "todos os meios à sua disposição sem demora" para fornecer "assistência militar e outra".

Kim e Putin descreveram o acordo alcançado nesta quarta-feira como uma grande atualização das relações bilaterais, abrangendo segurança, comércio, investimento, laços culturais e humanitários. Especialistas avaliam que o tratado poderia marcar a ligação mais forte entre Moscou e Pyongyang desde o fim da Guerra Fria.

O acordo também prevê que os dois países não devem assinar nenhum tratado com um terceiro país que infrinja os interesses da Rússia ou da Coreia do Norte, bem como não devem permitir que seu território seja utilizado de alguma forma que ameace a segurança ou soberania um do outro.

Declaração de Washington

A Coreia do Sul também tem um acordo de cooperação militar para se proteger da Coreia do Norte. Em abril de 2023, após um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, na Casa Branca, os dois países assinaram a chamada Declaração de Washington.

O governo americano prometeu reforçar a segurança de Seul, que se comprometeu a não desenvolver um arsenal nuclear próprio. Biden e Yoon concordaram em montar um grupo para decisões conjuntas em caso de ataque norte-coreano, mas elas não serão posicionadas no território aliado, como ocorria antes do fim da Guerra Fria.

O acordo costurado entre Estados Unidos e Coreia do Sul fez com que Seul garantisse um papel central no planejamento estratégico para o uso de armas nucleares em qualquer conflito com a Coreia do Norte. Como parte do acordo, Washington e Seul criaram um Grupo Consultivo Nuclear para coordenar as respostas militares à Coreia do Norte. Os Estados Unidos prometeram consultar os aliados sul-coreanos antes de uma possível retaliação contra a Coreia do Norte.

(Com Associated Press)

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