Nikki Haley alerta Trump sobre rival mais jovem e renova pedido de testes cognitivos

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A republicana Nikki Haley, a segunda colocada contra Donald Trump na corrida pela indicação do Partido Republicano deste ano, disse que os democratas precisam abandonar o presidente Biden como seu candidato, após o desempenho decepcionante no debate. Ao mesmo tempo, Haley reiterou seus pedidos de testes cognitivos para todos os candidatos federais.

Mas a ex-governadora da Carolina do Sul, em uma entrevista ao Wall Street Journal, alertou também que os republicanos não devem presumir que a substituição de Biden ajudaria Trump de forma inerente.

"Eles vão ser inteligentes: vão trazer alguém mais jovem, vão trazer alguém vibrante, vão trazer alguém testado", disse ela. "Este é um momento para os republicanos se prepararem para o que está por vir, porque não há como haver um Partido Democrata sobrevivente se eles permitirem que Joe Biden continue a ser o candidato."

Haley revelou que conversou há cerca de uma semana com Trump - o ex-presidente e presumível candidato republicano - pela primeira vez desde que deixou a disputa no início de março, para oferecer pessoalmente seu apoio depois de declarar em maio que votaria nele. Segundo ela, foi uma "boa conversa", mas não houve discussão sobre um papel de campanha para Haley ou participação na Convenção Nacional Republicana do próximo mês em Milwaukee.

Sobre os testes cognitivos, a republicana argumentou que Washington está "repleta de pessoas idosas" e os eleitores precisam saber "quem está à altura do desafio e quem não está", defendendo que essa informação seja divulgada publicamente assim como relatórios financeiros básicos.

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta segunda-feira, 1º, que o Congresso volte a discutir ainda este ano a reserva de vagas para mulheres nos legislativos do País. O deputado alagoano participou da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, em Maceió (AL), e também citou uma série de projetos já aprovados no Parlamento brasileiro voltados para a igualdade de gênero.

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada em 2015 e que reserva cadeiras para mulheres no Congresso Nacional, assembleias estaduais e câmaras municipais já passou por comissões da Câmara dos Deputados, mas não chegou a ser votada no plenário.

Em entrevista coletiva após a abertura do evento em Maceió, Lira disse que a ideia seria começar com a garantia de 15% de cadeiras para mulheres no Legislativo. A obrigatoriedade de representação feminina, por essa proposta, passaria a 20% quatro anos depois, para 25% após mais quatro anos e a 30% na legislatura subsequente. Na eleição de 2022, as deputadas mulheres alcançaram cerca de 18% do total de vagas na Câmara federal.

"Houve na época uma grande discussão porque, lógico, a bancada feminina queria uma situação mais efetiva, já que ela já tem mais que os 15% iniciais. Mas, se a gente pensar como estamos tentando hoje, pensar em Brasil, temos mais de 3 mil câmaras municipais que não tem uma mulher", disse Lira, ao lado da deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

Atualmente, o que há na lei é uma exigência de 30% de candidaturas femininas no País a cargos no Legislativo. Lira defendeu que reservar vagas para mulheres é melhor do que estabelecer um porcentual de candidatas.

"A gente esteve bem perto (de aprovar a PEC). Por isso estou dizendo, acho que ainda este ano vamos voltar a essa discussão para constitucionalizar cadeiras efetivas. É muito melhor efetivar cadeiras, sair dando as vagas para que elas preencham com seus méritos", disse o deputado, "do que se exigir porcentual de candidatas e a gente estar fabricando candidatas que, muitas vezes, a punição vem grande, caçando-se chapas inteiras de vereadores, de deputados estaduais porque se identificam candidatas que não participaram da campanha, que são laranjas."

O lema do evento, que continua até esta terça-feira, 2, é "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". O P20 reúne presidentes de parlamentos dos países do G20, com o objetivo de fortalecer a colaboração global para garantir o cumprimento de acordos internacionais.

Esse intercâmbio entre os parlamentos de diversos países foi destacado pelo presidente da Câmara. "(É a) Oportunidade de o Brasil ficar marcado, se Deus quiser, na História como o País que promoveu o primeiro encontro de mulheres parlamentares a nível desses países que estão aqui hoje", declarou. Lira está este ano na presidência rotativa do P20.

No discurso de abertura do evento, Lira havia dito que o Congresso continua ajustando o sistema de cotas para equilibrar a representação feminina na política.

"Esta é a legislatura com o maior número de deputadas e senadoras na história do nosso Parlamento. Mas podemos e devemos fazer mais. Para que esse número seja ampliado, o Parlamento brasileiro tem buscado medidas que promovam maior inclusão e representatividade feminina na política", afirmou.

Lira citou que foi aprovada em 2021 uma lei que modifica o Código Penal para tipificar como crime a violência política contra a mulher. "O Brasil conta, portanto, com sólida base legal para coibir qualquer ato que tenha por objetivo constranger, agredir, ofender ou calar as brasileiras que pretendam ocupar, ou que já ocupam, lugares de poder na política", disse.

PEC da anistia

Em junho, chegou a entrar na pauta do plenário da Câmara uma PEC defendida pelos presidentes de partidos que prevê um Refis (renegociação de débitos) para as siglas multadas por descumprir cotas de gênero nas eleições de 2022. Inicialmente, a ideia era uma anistia completa dessas dívidas. Pela nova versão do texto, contudo, o perdão total valeria somente para as cotas raciais.

Os partidos argumentam que houve decisão recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as cotas raciais para a qual não estavam preparados e que isso justificaria o perdão da dívida nesse caso. A PEC, que passou por comissões da Câmara ano passado, acabou sendo retirada da pauta por falta de acordo com o Senado.

"Não há anistia com relação a mulheres em matéria alguma tramitando na Casa. O que há é um pedido dos presidentes de partidos, de todos, para que se resolva um problema, em uma alteração constitucional, de se colocar na Constituição cotas para raça. Não há nenhuma matéria, nenhuma frase com relação a anistia com relação a cotas de mulheres", disse Lira.

"O texto que foi acordado, se for consensuado entre Câmara e Senado, será para que em vez de uma resolução extemporânea, fora do prazo de um ano, no TSE, tenhamos isso na Constituição", emendou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nova intervenção repudiando vaias do público em eventos do governo federal. Desta vez, ele saiu em defesa do prefeito de Feira de Santana, Colberto Martins (MDB), na Bahia. Lula disse que a gestão federal convidou o gestor municipal para participar da cerimônia e, portanto, quer que ele seja respeitado.

"Queria pedir a vocês a compreensão de que esse é um ato feito entre o governo federal e governo estadual. Todas as pessoas que estão aqui foram convidadas", disse o petista nesta segunda-feira, 1º, durante cerimônia de anúncio de investimentos para melhoria de rodovias e assinatura de autorizações de contratos de seleções do Minha Casa, Minha Vida.

Martins havia começado a discursar quando a vaias a ele começaram. Lula, então, levantou da cadeira em que estava sentado e pegou o microfone para repudiar a ação do público.

"É muito desagradável a gente convidar uma autoridade municipal e, depois, a gente tratá-la com vaia. Não tem o porquê fazer isso", comentou.

Lula afirmou que o prefeito está no evento "não porque ele quer, mas porque nós o convidamos para vir aqui". "Nós queremos que ele seja respeitado."

"Senão, não vou poder frequentar nenhum evento convocado por um governador de oposição. Então, é importante que a gente saiba que a gente deseja aos outros o que a gente quer para a gente. E a gente quer ser bem tratado", finalizou Lula.

Após Martins, discursou o deputado federal Zé Neto, pré-candidato do PT à cidade. Ao tomar o microfone, ao contrário de Martins, o público começou a enaltecer o parlamentar chamando-o de "prefeito".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a sua base no Congresso Nacional precisa "aprender a defender mais" o governo e pediu que os deputados federais usem mais os microfones da Câmara.

As declarações ocorreram em uma solenidade de anúncios do governo no município de Feira de Santana, na Bahia, nesta segunda-feira, 1º.

"Não é pouca coisa ter a bancada de deputados federais ajudando a gente, votando nas coisas. A bancada só precisa aprender a defender mais a gente das porradas que a gente toma", disse.

Lula acrescentou: "Nós, muitas vezes, não gostamos de enfrentar o debate, e aquele microfone é feito para a gente debater. Não há nada que a gente não tenha que dar resposta".

O presidente também pediu que os parlamentares não levem "desaforo para casa".

"A gente não tem que levar desaforo para casa, porque os que nos criticam não valem uma titica de cachorro", afirmou. "Por muito menos que a gente faça, a gente já faz muito mais do que eles."

Rui Costa na Casa Civil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "não é fácil manter uma relação civilizada e democrática" com os seus ministros e parlamentares da base e elogiou a atuação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

A declaração ocorreu em uma cerimônia no município de Feira de Santana, na Bahia, para anúncios do Minha Casa Minha Vida e de expansão rodoviária.

"Graças a Deus, a Bahia me deu o Rui Costa para trabalhar na Casa Civil, porque o Rui Costa trabalhou com o Jaques Wagner, o Rui Costa foi governador, e ele trabalha junto com equipe", disse Lula.

Na sequência, o presidente citou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, e disse que ela e Rui Costa formam uma "dupla imbatível".

"Eles não deixam nada escapar. Nenhum ministro conta uma mentira para mim que o Rui e que a Miriam não desmintam", afirmou. "É por isso que, muitas vezes, vocês ouvem que há divergência entre o Rui e os outros ministros."

Lula prosseguiu: "Isso é muito importante, porque a presença do Rui Costa na Casa Civil e a equipe que ele montou é a certeza de que posso dormir toda noite tranquilo, que ninguém vai tentar me dar uma rasteira".

Na ocasião, Lula também lembrou a atuação de Dilma Rousseff como ministra e disse que situação similar ocorria naquele tempo.

O presidente fez a solenidade ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e de demais ministros, senadores e deputados. Após Feira de Santana, o petista segue para Salvador.