O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, nomeou nesta quarta-feira, 3, um novo ministro do Interior, que terá a responsabilidade de promover as suas ambiciosas reformas sociais em um Congresso sem maioria garantida para Petro.A pasta será liderada por Juan Fernando Cristo, um experiente político centrista que foi ministro do Interior no governo de Juan Manuel Santos (2010-2018). Ele substitui Luis Fernando Velasco, que estava no cargo desde abril de 2023.
A mudança faz parte de uma reestruturação que Petro realiza no seu gabinete ao avaliar o impacto das suas políticas e gestão quando está prestes a completar dois anos de mandato. Nos últimos dias, Petro trocou os ministros dos Transportes, da Justiça e da Agricultura.
Petro confiou a Cristo a aprovação de reformas sociais no Congresso, que incluem uma reforma de saúde e uma lei educacional que foram arquivadas no primeiro semestre.
O presidente colocou seu capital político nas reformas que considera a forma de cumprir suas promessas de campanha sob a premissa de que serviriam para reduzir as desigualdades socioeconômicos. No entanto, a agenda encontrou resistência no Congresso.
O governo quer eliminar a intermediação financeira realizada por empresas privadas de saúde para que uma entidade estatal pague diretamente pelos serviços de saúde aos centros médicos, em uma reforma que mudaria o sistema de saúde que funciona no país há três décadas.
O pacote de reformas também almeja regulamentar o sistema educacional como um direito fundamental desde o nível básico até ao universitário. O projeto de lei fracassou no Congresso devido à falta de consenso político e à pressão do sindicato dos professores, que realizou uma greve durante uma semana contra o que denunciaram ser uma forma de "privatização" da educação.
O presidente também pediu a Cristo que articulasse o cumprimento do acordo de paz que Santos assinou com a extinta guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
Petro também encarregou o seu novo ministro de "construir pontes sociais e políticas para um acordo nacional que promova mudanças regulatórias e utilize o poder constituinte".
O presidente tem falado nos últimos meses do "poder constituinte" como uma forma alternativa de realizar mudanças estruturais no país impulsionadas pelos cidadãos, sem deixar claro o mecanismo legal para o conseguir.
Colômbia: presidente nomeia novo ministro do Interior para avançar em reformas sociais
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