Lula diz que tentativa de golpe na Bolívia é 'imperdoável'

Internacional
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 8, ao chegar à Bolívia, que é "imperdoável" a tentativa de golpe sofrida pela país vizinho e afirmou que ajudará "naquilo que puder" para ajudar a fortalecer a democracia. Lula chegou à Santa Cruz de la Sierra para uma visita oficial à Bolívia e uma reunião bilateral com o presidente Luis Arce na terça-feira, 9.

"É imperdoável, é imperdoável a tentativa de golpe. Graças a Deus, o povo boliviano garantiu a democracia e acho que a solidariedade internacional foi muito importante. É inimaginável você pensar no primeiro quarto do século 21, você achar que vai resolver o problema dando golpe, que os militares podem ser a solução, para quê? A solução está no fortalecimento da democracia, está na participação da sociedade civil, está no voto do eleitor brasileiro, boliviano e assim por diante", disse Lula a jornalistas.

No dia 26 de junho, Arce denunciou uma tentativa de golpe de Estado e trocou toda a cúpula militar da Bolívia. Horas depois, os blindados e soldados que estavam cercando a sede do Executivo se desmobilizaram. O general Juan José Zúñiga, chefe do Exército, foi preso pela polícia.

Perguntado sobre como é possível resolver a briga política entre Arce e seu antigo padrinho político, o ex-presidente Evo Morales, Lula respondeu: "Como se resolve qualquer conflito entre dois seres humanos. Eu não conversei ainda com o presidente Arce. Amanhã, vou me dar conta por inteiro de como está a situação política na Bolívia, como está a divergência entre Evo e quem são os candidatos de oposição. Ou seja, naquilo que a gente puder ajudar para construir uma unidade e fortalecer a democracia, esse, acho é o papel do Brasil".

Antes, Lula listou uma série de ações que o Brasil pode adotar para ajudar no desenvolvimento da Bolívia. Dentre elas, transferência de tecnologia, venda de insumos e máquinas agrícolas a preços mais acessíveis e até fazer com que a Petrobras volte a prospectar gás no país.

Os jornalistas lembraram Lula que o presidente não visitava a Bolívia havia 15 anos. "Às vezes eu fico triste porque faz 15 anos que não venho aqui, imaginava que as coisas tinham evoluído, que tivesse tido mais investimento, que o Brasil tivesse cuidado melhor dos seus parceiros", lamentou. "Acredito muito na questão da integração, acredito que não há saída individual para nenhum país da América do Sul. Ou nós aprendemos agir como bloco e saímos da mesmice e nos transformamos numa região desenvolvida, competitiva, ou a gente vai continuar pobre. Esse é o dilema que estamos vivendo."

Lula exaltou a entrada oficial da Bolívia no Mercosul, que foi formalizada nesta segunda em reunião de cúpula do bloco realizada em Assunção, no Paraguai. "Caminho natural para quem acredita que podemos fazer um bloco forte. Nosso potencial é extraordinário", disse, ao citar o processo global de transição energética. "Chegou a vez da gente mostrar que tem valor e que deixar de ser pequeno, a gente quer ser grande. Isso passa pela unidade dos países, pela integração."

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.