No Japão, homem que passou 45 anos no corredor da morte pode ser inocentado em setembro

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O ex-boxeador japonês Iwao Hakamada, que passou 45 anos no corredor da morte - considerado o maior tempo de espera de um prisioneiro no mundo - saberá seu destino no final de setembro, quando o tribunal distrital de Shizuoka, no centro do Japão, decidirá sobre seu novo julgamento, que começou em março de 2023, informou o The Guardian.

Segundo o jornal britânico, Hakamada, hoje com 88 anos, foi considerado culpado pelo assassinato do seu ex-chefe, da esposa dele e os dois filhos do casal, que foram esfaqueados até a morte em 30 de junho de 1966. Hakamada havia trabalhado anteriormente na fabricante de missô em Shizuoka na qual seu ex-chefe era diretor. Ele também foi acusado de incendiar a casa em que a família morava. No entanto, ele manteve a sua inocência durante os 45 anos em que passou aguardando a execução.

Em 2014, o caso sofreu uma reviravolta quando o tribunal que havia o condenado culpado decidiu que algumas das evidências eram inseguras e ordenou sua libertação, destacou o The Guardian. Mais tarde, um tribunal superior ordenou um novo julgamento. De acordo com o primeiro tribunal, as evidências apresentadas em seu julgamento pela polícia "poderiam ter sido fabricadas", enquanto seus advogados alegam que os que testes de DNA em roupas manchadas de sangue recuperadas de um tanque de missô provam que o sangue não era dele.

Quase seis décadas depois de ter sido condenado à morte - em um país onde prisioneiros podem passar longos períodos aguardando execução - os promotores continuam a pedir a sua execução em um caso que se tornou uma causa célebre para os oponentes do uso da pena de morte pelo Japão, enquanto outros países extinguem a pena capital, diz o jornal britânico.

O The Guardian aponta que Hakamada sempre alegou que foi forçado a confessar o crime durante interrogatórios que normalmente duravam 12 horas por dia. Hoje, ele está lutando contra doenças físicas e mentais. No ano passado, Hakamada não compareceu ao tribunal após a abertura do novo julgamento, tendo sido declarado mentalmente incapaz de dar provas confiáveis. Seu longo encarceramento expôs o que os ativistas chamam de tratamento desumano de condenados à morte no Japão.

O Japão e os Estados Unidos são os dois únicos países do G7 a manterem a pena de morte. O Japão recebeu críticas internacionais por suas execuções "secretas" com ativistas usando o caso de Hakamada para acusar o país de levar prisioneiros à loucura e submetê-los a tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, afirma o The Guardian.

Hideko Hakamada, irmã do condenado, está otimista, embora os advogados acreditem que os promotores possam recorrer de uma decisão de inocência. "Agora o objetivo está à vista", disse aos repórteres em Tóquio na quarta-feira, 3. "Isso parece um processo sem fim. Estou fazendo isso não apenas pelo bem do meu irmão, mas por outras pessoas que foram falsamente acusadas e presas", completou.

O advogado de defesa de Hakamada, Hideyo Ogawa, disse que a provação de seu cliente apenas endureceu sua oposição à pena de morte. "Ver Iwao nos últimos 10 anos me mostrou o que a pena de morte faz com uma pessoa, é como se ele não estivesse aqui conosco, mas em um mundo próprio. Esse é o impacto que ela tem em alguém quando há uma condenação falsa e isso não deveria ser permitido na sociedade de hoje", afirmou.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.