Atirador que feriu Trump usou fuzil e levava material explosivo no carro

Internacional
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No dia seguinte ao atentado contra o ex-presidente Donald Trump, investigadores ainda tentavam montar o quebra-cabeças que explica os motivos do ataque. O FBI identificou o atirador como Thomas Matthew Crooks, jovem de 20 anos, morto por agentes do serviço secreto no local. Ele usou um fuzil AR-15 e levava explosivos em seu carro.

Crooks não portava documento de identidade e o FBI teve de recorrer a amostras de DNA. Autoridades disseram ontem que os agentes estavam investigando o caso como uma tentativa de assassinato e um possível caso de terrorismo doméstico. O telefone do atirador, o fuzil e dispositivos explosivos foram enviados ao laboratório para perícia.

O desafio é descobrir o mistério por trás de Crooks, cujo perfil ambíguo dificulta determinar as razões do atentado. O jovem não tinha passagem pelo Exército ou antecedentes criminais, era registrado como eleitor do Partido Republicano e usava uma camiseta do Demolition Ranch, canal do YouTube centrado em armas de fogo.

Ao mesmo tempo, registros mostram que ele havia doado US$ 15 para o Progressive Turnout Project, grupo ligado aos democratas, em janeiro de 2021. Segundo o Departamento de Justiça, não há evidências de que ele tenha recebido ajuda de outras pessoas e agiu sozinho.

Família

O fuzil usado no ataque foi comprado legalmente, segundo o FBI. A arma foi recuperada na cena do crime, ao lado do corpo. De acordo com Kevin Rojek, chefe da investigação, no carro do atirador foi encontrado um dispositivo explosivo rudimentar, que foi inspecionado por técnicos e enviado para análise.

Neste domingo, 14, a polícia fechou todas as estradas que levam à casa da família do atirador em Bethel Park, no sul de Pittsburgh, na Pensilvânia, a cerca de uma hora de carro do local do comício em Butler. Visivelmente chocado, Matthew Crooks, pai do jovem, disse à CNN que preferia falar com a polícia primeiro antes de emitir qualquer declaração pública sobre o filho.

O atentado deixou um morto - identificado como o bombeiro Corey Comperatore, de 50 anos - e duas pessoas gravemente feridas: David Dutch, de 57 anos, e James Copenhaver, de 74. Ambos estão fora de perigo.

Telefonema

Trump desembarcou em seu jato particular em New Jersey, onde tem um clube de golfe, e à noite já havia chegado a Milwaukee, para a Convenção Nacional Republicana, que começa nesta segunda-feira, 15, e vai até quinta-feira, 18, evento que oficializará sua candidatura à Casa Branca.

O ex-presidente garantiu que participará da convenção. "Pensei em adiar minha viagem, mas decidi que não posso permitir que um assassino em potencial force uma mudança na agenda", disse Trump, que pediu que os americanos se mantenham unidos "diante do mal".

Segundo a Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, conversou com Trump por telefone ainda na noite de sábado, horas após o atentado. O telefonema foi "breve e respeitoso", de acordo com assessores de Biden.

O presidente disse ainda que havia pedido uma investigação sobre o atentado e prometeu compartilhar os resultados com os americanos. Biden também afirmou que instruiu o serviço secreto a revisar os padrões de segurança para a Convenção Nacional Republicana.

À noite, em pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca, Biden voltou a condenar a violência e o atentado contra Trump na Pensilvânia. "Quero falar com vocês esta noite sobre a necessidade de baixarmos a temperatura em nossa política", afirmou o presidente americano. "Precisamos nos manter unidos." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ex-vice-governador de Minas Gerais Antônio Andrade (MDB) morreu na manhã desta quarta-feira, 5, aos 71 anos. Ele integrou o governo de Fernando Pimentel (PT) no mandato 2015/2019.

Entre 2013 e 2014, Antônio Andrade foi ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Dilma Rousseff (PT). Ele também ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) por três mandatos consecutivos, entre os anos de 1994 e 2002, e foi deputado federal de 2006 a 2014.

Andrade passou seus últimos anos de vida na cidade de Vazante, no noroeste mineiro, de onde foi prefeito entre 1989 a 1992. De acordo com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o corpo dele será velado na Câmara Municipal de Vazante e sepultado na mesma cidade. A causa da morte não foi divulgada.

Ele era engenheiro de formação e atuou também no agronegócio, como produtor rural. Durante sua trajetória política, sempre foi filiado ao MDB.

Em seu perfil no X (antigo Twitter), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ter recebido a notícia da morte com tristeza. "Meus sentimentos à família e aos amigos", escreveu.

O deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), presidente da sigla no Estado, publicou uma nota de pesar no Instagram. "Será sempre lembrado por nós, emedebistas, pelo seu trabalho, fidelidade e dedicação ao partido", disse. Ele também afirmou que Antônio Andrade contribuiu "para o desenvolvimento do agronegócio no País".

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.