Obama diz a aliados que chance de Biden se reeleger é cada vez menor

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O ex-presidente dos EUA Barack Obama disse a aliados nos últimos dias que o caminho de Joe Biden para a vitória está cada vez mais inviável e o presidente precisa reconsiderar a viabilidade de sua candidatura, segundo fontes ouvidas pelo Washington Post.

A posição de Obama aumenta a pressão feita por vários líderes democratas, como a ex-presidente Nancy Pelosi, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, para que o presidente desista da candidatura. Desde o debate com Donald Trump, no fim de junho, quando teve uma performance desastrosa, Biden tem tido a candidatura questionada dentro e fora do partido.

Pressão

Nas últimas semanas, o presidente vem sofrendo pressão de doadores de campanha e viu a vantagem de Trump nas pesquisas aumentar, sobretudo nos Estados que decidem a disputa no colégio eleitoral.

Obama falou com Biden apenas uma vez depois do debate, e ele foi claro nas conversas com aliados que o futuro da candidatura de Biden é uma decisão para o presidente tomar. Ele enfatizou que sua preocupação é proteger Biden e seu legado, e rejeitou a ideia de que ele sozinho pode influenciar o presidente.

Negociações

Nos bastidores, Obama tem se engajado em conversas sobre o futuro da campanha, fazendo ligações para os democratas mais ansiosos, incluindo a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, uma das maiores defensoras de uma troca na chapa democrata.

Nas conversas, Obama e Pelosi concordaram sobre as dificuldades de Biden, de acordo com pessoas familiarizadas com as ligações, que aceitaram falar sob condição de anonimato. Um porta-voz de Obama não quis comentar o caso, mas não negou o conteúdo das declarações.

Obama tem dito a aliados que se sente como um protetor de Biden, que foi seu vice por oito anos. Nessas conversas, Obama elogia o presidente, mas quer proteger suas realizações, que podem estar em risco se os republicanos controlarem a Casa Branca e o Congresso.

Em algumas conversas, Obama demonstra preocupação com as pesquisas, que mostram que a vantagem de Trump no colégio eleitoral está se expandindo, e por doadores estarem abandonando o presidente. Publicamente, Biden e seus assessores permanecem desafiadores, dizendo que a candidatura está de pé.

Na quarta-feira, 16, Biden interrompeu a campanha após testar positivo para covid. Voltou para Delaware, onde tem uma casa de férias, para ficar em quarentena. O vice-diretor da campanha, Quentin Fulks, negou a possibilidade de desistir.

Em privado, no entanto, fontes da campanha dizem que Biden já está mais suscetível à ideia e tem questionado aliados sobre o desempenho de sua vice, Kamala Harris. Segundo o New York Times, Biden está disposto a ouvir aliados.

Ansiedade

As preocupações de Obama surgem em um contexto de crescente ansiedade do Partido Democrata em relação às perspectivas de Biden e seu potencial impacto sobre outros candidatos à Câmara e ao Senado. Doadores, ativistas e autoridades eleitas estão recorrendo cada vez mais a um pequeno grupo de líderes veteranos para ajudá-los a sair da crise criada pelo desastroso desempenho de Biden no debate.

Obama, a figura mais reverenciada do partido, tem tentado manter um perfil mais discreto, na esperança de aproveitar sua longa amizade com Biden. Mas seu papel como líder faz dele uma referência para a base democrata.

Ex-assessores de Obama, como seu conselheiro David Axelrod, e um grupo de assessores que comandam a empresa de podcast Crooked Media, estão entre os democratas mais expressivos argumentando que Biden tem mais chances de vitória.

Pesquisas

Os democratas têm observado uma queda de Biden nas pesquisas nacionais, que agora mostram o presidente atrás de Trump em Estados importantes do Meio-Oeste. Os estrategistas estão se preparando para a possibilidade de Trump obter um novo impulso após a convenção republicana, junto com o aumento de sua popularidade após o atentado da semana passada na Pensilvânia.

O Washington Post relatou anteriormente que Obama expressou preocupações sobre o futuro de Biden após o debate e os dois conversaram nos dias seguintes. No entanto, segundo aliados dos dois democratas, nas semanas seguintes as preocupações de Obama sobre a candidatura de Biden só aumentaram. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.