Musk aparece como convidado de Netanyahu em discurso do premiê israelense nos EUA

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Um dia após anunciar a operação de internet Starlink na região de Gaza, Elon Musk apareceu no Congresso americano como convidado de Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, em sua visita oficial aos EUA nesta quarta-feira, 24. O dono da Tesla se sentou em uma cabine reservada ao líder israelense ao lado da esposa de Netanyahu e de soldados.

A visita, durante um discurso de Netanyahu no Congresso, aumentou a crítica sobre a tendência de Musk se alinhar à ala direitista americana. Binyamin Netanyahu fez, nesta semana, uma visita diplomática aos EUA, onde pediu reforços militares e de equipamentos para a guerra contra o grupo terrorista Hamas. Essa é a primeira viagem do premiê ao exterior desde o início do conflito, em outubro de 2023.

Na terça-feira, 23, Musk anunciou que o serviço de internet da Starlink estava disponível na região de Gaza, mais especificamente para um hospital da cidade, apoiado pelo governo de Israel.

O momento político de Musk parece se estender em um ano de eleições presidenciais nos EUA. Nas últimas semanas, o bilionário anunciou seu apoio à candidatura de Donald Trump para a Casa Branca, após o atentado contra o ex-presidente em 13 de julho.

Desde então, o dono da Tesla, SpaceX e X tem usado as redes sociais para demonstrar seu endosso à campanha e para reforçar porque acredita que Trump é a melhor opção para o país.

Musk nega que doará US$ 45 milhões mensais à campanha de Trump

Na última semana, o jornal Wall Street Journal anunciou que Musk estaria doando uma quantia de US$ 45 milhões por mês para uma Super Pac, destinada à campanha presidencial de Trump.

Porém, o bilionário sul-africano compareceu ao programa de Jordan Peterson, onde afirmou que não é verdade que doaria essa quantia para a campanha de Trump. Em meados do mês de julho, o Wall Street Journal havia reportado a suposta intenção do bilionário de fornecer a US$ 45 milhões mensais para o Super Pac focado em eleger Donald Trump.

De acordo com o veículo, se Musk prosseguisse com a doação, o montante representaria uma quantia "extraordinária". Até o momento, a maior injeção de fundos registrada em 2024 foram os US$ 50 milhões fornecidos ao Super Pac de Trump pelo bisneto do banqueiro Thomas Mellon.

Com ou sem doação, Musk já declarou seu apoio a Donald Trump. Trata-se de uma mudança de posicionamento em relação às eleições de 2016, quando o bilionário disse ser contrário à eleição do republicano, segundo o Business Insider.

Na ocasião, o bilionário relatou ter votado em candidatos democratas nas três eleições anteriores. Ele chegou a declarar que o Partido Democrata é o partido da liberdade pessoal e da liberdade de expressão.

Agora, porém, o apoio de Elon Musk vai para o Partido Republicano. Segundo ele, o governo Biden comete atos de censura e intervenção no funcionamento das empresas de Musk.

Ele chegou ainda a descrever os democratas como o "partido da censura, sob o disfarce de discurso de ódio". Para ele, há uma escolha a se fazer entre administrações, sendo que "ambos os lados têm falhas".

No lugar de doar para o Super Pac que busca eleger Donald Trump, o bilionário afirma ter criado um Pac ou Super Pac chamado America Pac. "É ridículo", comentou no X sobre as alegações de que doaria US$ 45 milhões mensais à campanha do republicano. "Estou fazendo algumas doações ao America Pac, mas em um nível muito menor", publicou. Ele adicionou que republicanos estão "majoritariamente, mas não inteiramente, do lado do mérito e da liberdade".

Para Musk, o Pac não deveria ser uma organização hiperpartidária. Seu objetivo é "promover os princípios que tornaram a América grande em primeiro lugar", diz.

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A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, 29, que está "totalmente" descartada a possibilidade de seu afastamento do ministério. As declarações ocorreram após depoimento na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Lupi havia respondido questionamentos de parlamentares sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao ser questionado se houve alguma conversa sobre o seu afastamento do ministério, Lupi respondeu "nenhuma". Ele acrescentou: "Quem tem que decidir sobre isso é o presidente Lula. Eu sei que eu tenho a confiança dele e estou trabalhando para elucidar tudo o que tiver de errado", declarou.

Lupi voltou a dizer que não houve demora nas providências ao tomar conhecimento das denúncias de fraudes no INSS. "Isso é uma formação de quadrilha: grupos que se montaram para criar instituições e para roubar dinheiro de aposentado. Isso é chocante para mim", declarou.

O ministro prosseguiu: "Eu fui surpreendido com o volume disto. Porque eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá, a gente sempre soube, a gente recebia queixa, na própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Agora, nesse quantitativo, por uma organização, eu tomei conhecimento agora".

Lupi também argumentou que a base para as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) vieram de apurações que ele determinou no INSS. Questionado se houve demora nas providências, ele negou.

"Aí, é outra discussão. Quando eu fiz a comparação com o botequim da esquina, eu adoro um pão na chapa no botequim da esquina. Quando eu fiz a comparação, é no sentido de que isso não é simples, são 7 milhões de pessoas. Como é que você verifica, checa, cria biometria de 7 milhões de pessoas?", afirmou.

Ainda em resposta aos jornalistas, Lupi afirmou: "Não demorei a determinar (as apurações). Foi tomado conhecimento dos vários fatos, inclusive no Conselho. O Conselho não é executivo, é um conselho de debate, de deliberações macro sobre visão da Previdência Social. Estava lá no assento o presidente do INSS e o diretor do INSS. Eu pedi para que tomassem providências disso, tanto é que eu demiti o diretor".

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi argumenta que demitiu o diretor de Benefícios André Félix Fidélis, que teria apresentado lentidão para avançar com as apurações. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o ministro foi alertado sobre as fraudes em junho de 2023, mas adiou a discussão e só tomou providências após quase um ano.

A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revelou situações flagrantes de fraude.

Foram descobertos cadastros em nome de analfabetos, indígenas de comunidades isoladas, idosos com doenças graves, pessoas com deficiência e aposentados.

São pessoas que, segundo a CGU, não teriam como comparecer pessoalmente às associações e nem como assinar fichas de filiação e termos de autorização para os descontos em benefício dessas entidades. Algumas até residem no exterior.

Os casos foram descobertos a partir de entrevistas feitas com uma amostra de 1.273 beneficiários do INSS, registrados nos 27 Estados e no Distrito Federal, que tiveram valores descontados de seus contracheques. 97,6% dos entrevistados informaram à CGU não ter autorizado os abatimentos.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos e autorizar descontos mensais em seus contracheques para cobrir custos de filiação. Para isso, as entidades devem estar habilitadas junto ao INSS e precisam receber autorização "prévia, pessoal e específica" de aposentados e pensionistas interessados.

Parte dos aposentados ouvidos pela CGU só tomou conhecimento dos descontos no momento das entrevistas.

A Polícia Federal afirma que a auditoria revela um "cenário de incongruências". A PF investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade dos documentos e até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são investigadas na Operação Sem Desconto. Segundo a Polícia Federal, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Pressionado, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.