Cidadãos de Kursk precisam se deslocar devido à situação tensa após incursão ucraniana

Internacional
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Um funcionário na região fronteiriça de Kursk, na Rússia, pediu nesta segunda-feira, 12, que mais residentes desocupassem a região devido à "situação muito tensa" na área, onde as forças russas ainda estão lutando para responder a um ataque surpresa ucraniano após quase uma semana de intensos combates.

As autoridades de emergência da Rússia dizem que mais de 100 mil pessoas fugiram de suas casas em áreas de Kursk, onde tropas e blindados ucranianos atravessaram a fronteira em 6 de agosto, supostamente avançando até 30 quilômetros na Rússia, gerando alerta.

O governador da região de Belgorod, adjacente a Kursk, também anunciou a desocupação de um distrito próximo à fronteira ucraniana, descrevendo a manhã de segunda-feira como "alarmante", mas sem dar detalhes.

As forças ucranianas avançaram rapidamente na cidade de Sudzha, cerca de 10 quilômetros além da fronteira, após o lançamento do ataque. Eles supostamente ainda controlam a parte oeste da cidade, que é o local de uma importante estação de trânsito de gás natural.

A operação ucraniana está sendo realizada sob forte sigilo, e seus objetivos - especialmente se as forças de Kiev pretendem manter o território ou estão realizando ataques de guerrilha - permanecem incertos.

A manobra surpreendente, que pegou as forças do Kremlin desprevenidas, contraria o esforço incessante da Rússia nos últimos meses para romper as defesas ucranianas em pontos selecionados ao longo da linha de frente no leste da Ucrânia.

A Rússia já viu incursões anteriores em seu território durante a guerra de quase dois anos e meio, mas a incursão na região de Kursk marcou o maior ataque em seu solo desde a Segunda Guerra Mundial, embaraçando o presidente Vladimir Putin e constituindo um marco nas hostilidades.

É também a primeira vez que o exército ucraniano lidera uma incursão, em vez de lutadores pró-Ucrânia russos. O avanço deu um golpe nos esforços de Putin para fingir que a vida na Rússia permaneceu amplamente inalterada pela guerra. A propaganda estatal tentou minimizar o ataque, enfatizando os esforços das autoridades para ajudar os moradores da região e buscando distrair a atenção do fracasso militar em se preparar para o ataque e repelir rapidamente.

Moradores de Kursk gravaram vídeos lamentando que tiveram que fugir da área fronteiriça, deixando para trás seus pertences, e pedindo ajuda a Putin. Mas a mídia controlada pelo Estado russo manteve um controle rígido sobre qualquer expressão de descontentamento.

O general aposentado Andrei Gurulev, membro da câmara baixa do parlamento russo, criticou os militares por não protegerem adequadamente a fronteira. Ele observou que, embora os militares tenham montado campos minados na região fronteiriça, falharam em implantar tropas suficientes para bloquear incursões inimigas.

"Infelizmente, o grupo de forças que protege a fronteira não tinha seus próprios recursos de inteligência", disse ele em seu canal de mensagens. "Ninguém gosta de ver a verdade nos relatórios, todos só querem ouvir que está tudo bem."

Pasi Paroinen, analista da Black Bird Group, uma agência de inteligência de fonte aberta com sede na Finlândia, que monitora a guerra, disse que a fase mais difícil da incursão da Ucrânia provavelmente começará agora, à medida que as reservas russas entram em ação. Ele disse que "se os ucranianos forem avançar ainda mais de onde estão agora, será uma batalha difícil, ao contrário dos primeiros momentos desta ofensiva".

O progresso da Ucrânia no território russo "está desafiando as suposições operacionais e estratégicas" das forças do Kremlin, de acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra. Isso poderia obrigar a Rússia a implantar mais recursos militares na longa fronteira entre os dois países, disse o think tank com sede em Washington em uma avaliação no final do domingo, que também descreveu as forças russas que respondem à incursão como "apressadamente montadas e díspares".

Incêndio próximo à usina nuclear

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que um incêndio próximo à Usina Nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia na Ucrânia, "não teve impacto" na segurança da instalação. Os níveis de radiação permanecem inalterados em uma das 10 maiores usinas nucleares do mundo, disse o órgão da ONU.

A Rússia e a Ucrânia culparam uma a outra pelo incêndio em uma torre de resfriamento fora do perímetro da usina, e o chefe da AIEA disse no final de domingo que a guerra continua a colocar em perigo a instalação de Zaporizhzhia.

"Esses ataques imprudentes colocam em risco a segurança nuclear na usina e aumentam o risco de um acidente nuclear. Eles devem parar agora", disse Rafael Mariano Grossi. Fonte: Associated Press.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.