Infestação de baratas, passageiro nu e prisão de piloto: relembre casos inusitados em voos

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Muito pode acontecer durante uma viagem de avião. No ano de 2024, vários países foram palco de histórias curiosas vividas por tripulantes e passageiros.

Da prisão de um piloto no aeroporto de Houston, nos Estados Unidos, a um avião marroquino com o porão infestado de baratas, passando por uma briga generalizada por assentos, veja a seguir alguns episódios que chamaram atenção.

Em maio, um homem foi retirado de um voo doméstico na Austrália, acusado de ter corrido nu pelo corredor e ter derrubado um comissário de bordo. A aeronave foi forçada a voltar para o aeroporto e o suspeito foi detido e encaminhado a um hospital, segundo as autoridades locais.

O caso aconteceu em um voo da Virgin Australia, que fazia o trajeto entre a cidade de Perth, na costa oeste, para Melbourne, na costa leste, e tinha previsão de duração de três horas e trinta minutos. Segundo comunicado da empresa aérea, o voo VA696 teve que regressar ao aeroporto de Perth devido a um "passageiro desordeiro". Não ficou claro como ou onde no avião o passageiro tirou a roupa.

Invasão de baratas

Neste mês, um voo que saiu de Casablanca, no Marrocos, com destino a Manchester, no Reino Unido, teve que retornar ao país de origem sem que as bagagens fossem desembarcadas. Isso porque descobriu-se que o avião estava com o porão infestado de baratas.

O voo AT818 da Royal Air Maroc chegou pontualmente a Manchester, às 17h20 no horário local - mas os passageiros ficaram mais de uma hora sem informações sobre o paradeiro de suas malas até o motivo ser revelado: foi descoberto que o porão da aeronave continha uma infestação de baratas e, consequentemente, nenhum membro da equipe foi autorizado a se aproximar dele por razões de saúde e segurança.

Apenas um compartimento de bagagens foi afetado, então alguns passageiros puderam recuperar suas malas. A aeronave então retornou para Casablanca enquanto os outros passageiros esperando pela bagagem foram informados para irem para casa e aguardar. A bagagem foi desembarcada em Casablanca e os passageiros ainda estavam aguardando suas malas na semana seguinte ao voo.

Quando uma passageira perguntou aos amigos o que achavam que ela deveria fazer uma vez que a mala retornasse, "a resposta mais comum foi para eu não correr o risco e simplesmente queimar tudo", afirmou.

Briga generalizada

Um voo da Ryanair precisou fazer um pouso de emergência em Marrakech, no Marrocos, em julho, depois que uma divergência sobre assentos se transformou em uma briga envolvendo nove passageiros.

Testemunhas contaram que um homem teria pedido para trocar de lugar com uma passageira, que recusou. Depois da decolagem, ele teria começado a fazer ameaças contra a mulher.

O marido da vítima entrou na briga para defendê-la e a confusão logo escalou para um grupo de passageiros gritando, dando empurrões e trocando socos no corredor, enquanto a tripulação tentava intervir.

"Foi um voo do inferno. Uma das famílias fazia parte de um grupo maior, então outros passageiros começaram a se juntar", disse um dos viajantes que testemunhou o conflito. Os nove envolvidos foram retirados da aeronave pela polícia marroquina.

Comida estragada

No início de julho, um voo da Delta Airlines que fazia a rota de Detroit, nos EUA, para Amsterdã, na Holanda, transportando 277 passageiros, teve que ser desviado para Nova York, após integrantes da tripulação constatarem que algumas das refeições servidas a passageiros estavam estragadas.

A irregularidade foi constatada quando o serviço de bordo já havia iniciado. O porta-voz da Delta, Anthony Black, não precisou quantas pessoas comeram a comida. Especialistas médicos consultados pela tripulação do voo recomendaram fazer a parada na cidade de Nova York.

Com isso, o voo 136 pousou no Aeroporto Internacional John F. Kennedy. Equipes médicas examinaram 12 pessoas, mas ninguém chegou a ser levado para o hospital.

A Delta Airlines revisou o serviço de alimentação servido para passageiros em mais de 100 voos internacionais depois do caso.

Bolsa de grife

Uma mulher foi escoltada para fora de um voo que partia de Chongqing, no sudoeste da China, neste mês, depois de se recusar a guardar sua bolsa da Louis Vuitton sob o assento à sua frente no momento da decolagem. A situação causou um atraso de uma hora na partida da aeronave.

Uma das passageiras do voo postou um vídeo na plataforma Douyin, semelhante ao TikTok, em que mostra as negociações entre a mulher e a tripulação da companhia aérea. Ela teria insistido em colocar a bolsa, da grife Louis Vuitton, ao lado dela no assento.

O atraso, que também atrapalhou outros voos, ocorreu porque o avião teve que retornar ao portão de embarque para que a mulher fosse retirada. O vídeo mostra os demais passageiros aplaudindo enquanto ela é escoltada para fora da aeronave.

Voo cancelado após prisão de piloto

Um voo programado para ir da cidade de Houston para Dallas, ambas nos Estados Unidos, foi cancelado no início deste mês porque o piloto da aeronave, que já estava a bordo, foi preso pela polícia local.

O homem de 45 anos tinha um mandado de prisão por violência doméstica em aberto e foi preso antes que os passageiros começassem o embarque no Aeroporto Intercontinental George Bush.

De acordo com a Frontier Airlines, companhia aérea responsável pelo voo, ele teve de ser cancelado porque não havia um tripulante substituto imediatamente disponível. "O incidente que levou à prisão não estava relacionado à Frontier ou ao desempenho do piloto em suas funções", informou a empresa.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.