Juíza considera que Caiado cometeu abuso de poder político com distribuição de cestas básicas

Política
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A Justiça Eleitoral considerou que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e o candidato apoiado por ele para a prefeitura de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil) praticaram abuso de poder político. A campanha do candidato Fred Rodrigues (PL) os denunciou por abuso de poder político em eventos nos dia 17, 19 e 20 de outubro, onde cestas básicas foram distribuídas pelo governo estadual. Procurado, Caiado se disse surpreso. Já Mabel repudiou as acusações e disse que tomará "as medidas judiciais contra a litigância de má-fé praticada pelo candidato adversário".

A campanha de Rodrigues acusou o governador e o candidato de abuso de poder político durante duas edições do evento Goiás Social. O evento é parte do programa de assistência social do governo do estado. "O Programa Social 'Goiás Social', ainda que seja um programa social em andamento pertencente ao Governo do Estado de Goiás, foi utilizado de maneira deliberada para promover o candidato à prefeitura de Goiânia Sandro Mabel, desequilibrando o pleito eleitoral, portanto, vedado pela legislação eleitoral", decidiu a juíza Maria Umbelina Zorzetti.

Fotos anexadas ao processo (veja a seguir) mostram pessoas com adesivos e santinhos de Mabel durante o evento, já vídeos mostram eleitores dizendo que depois de pegar a senha para retirar as cestas pediram que votassem no número de Mabel. Fontes da campanha de Rodrigues disseram que ao redor do evento pessoas trabalhavam para Mabel com bandeiras e camisetas do candidato pedindo votos para eleitores que deixavam o local com suas cestas básicas.

Em nota, Caiado afirmou que o programa já existe há mais de quatro anos e sempre foi aberto ao público. "Os eventos, com entrega de benefícios à população em vulnerabilidade, sempre foram abertos ao público. Prova disso é que cabos eleitorais ligados ao candidato do PL atuaram nas proximidades deles, como admite a própria decisão"

De fato, a decisão afirma que havia membros da campanha de Rodrigues, porém a juíza entendeu que, como o governador que declara apoio a Mabel publicamente, ele estaria usando o cargo para tentar interferir no resultado do pleito. "Estão fazendo uso da máquina pública para angariar apoio político por meio do oferecimento de cestas básicas em troca de voto", escreve a magistrada.

Com isso, Caiado, Mabel e sua vice ficaram proibidos de "realizar atos políticos partidários praticando conduta vedada, em específico a entrega de benefícios eventuais com pedido de voto cumulada com a entrega de material de campanha".

A juíza reafirmou que "a legislação eleitoral veda a utilização de programas sociais de governo para promoção pessoal e eleitoral de um candidato". Porém, em sua nota, Caiado disse que já se antecipou e suspendeu o programa desde a última segunda-feira, 21, até a próxima semana.

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Um grupo militante curdo reivindicou nesta sexta-feira, 25, a responsabilidade por um ataque à sede de uma importante empresa de defesa em Ancara, na Turquia, que matou pelo menos cinco pessoas. Um comunicado da ala militar do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) afirmou que o ataque de quarta-feira nas instalações da empresa aeroespacial e de defesa Tusas foi realizado por dois membros de seu chamado "Batalhão Imortal" em resposta aos "massacres" e outras ações da Turquia nas regiões curdas.

Um homem e uma mulher invadiram as instalações da Tusas nos arredores de Ancara, detonando explosivos e abrindo fogo. Quatro funcionários da Tusas foram mortos no local. Os agressores chegaram ao local em um táxi, que tomaram à força após matar seu motorista. Eles também foram mortos em um confronto subsequente com as forças de segurança, e mais de 20 pessoas ficaram feridas no ataque.

A Turquia atribuiu o ataque ao PKK e imediatamente lançou uma série de ataques aéreos em locais e instalações suspeitas de serem usadas pelo grupo militante no norte do Iraque ou por seus afiliados no norte da Síria.

O ataque à Tusas ocorreu em um momento de indícios crescentes de uma possível nova tentativa de diálogo para acabar com o conflito de mais de quatro décadas entre o PKK e o exército turco. No início da semana, o líder do partido nacionalista de extrema direita da Turquia, aliado do presidente Recep Tayyip Erdogan, levantou a possibilidade de que Abdullah Ocalan, o líder preso do PKK, pudesse ser libertado sob condicional se renunciasse à violência e dissolvesse sua organização.

Ocalan, que cumpre uma sentença de prisão perpétua em uma ilha-prisão perto de Istambul, disse em uma mensagem transmitida por seu sobrinho na quinta-feira que estava pronto para trabalhar pela paz.

Agenda Política

A ala militar do PKK, o Centro de Defesa do Povo, afirmou, no entanto, que o ataque não estava relacionado com a "agenda política" mais recente, insistindo que ele havia sido planejado há muito tempo. O grupo disse que a Tusas foi escolhida como alvo porque as armas produzidas lá "mataram milhares de civis, incluindo crianças e mulheres, no Curdistão".

A Tusas projeta, fabrica e monta aeronaves civis e militares, veículos aéreos não tripulados e outros sistemas da indústria de defesa e espaciais. Seus sistemas de defesa são considerados fundamentais para que a Turquia obtenha vantagem em sua luta contra os militantes curdos.

Intensos bombardeios

Na sexta-feira, um oficial de segurança iraquiano disse que aviões turcos intensificaram seus bombardeios a alvos pertencentes ao PKK e outras forças leais na região de Sinjar, no norte do Iraque. Os intensos bombardeios visaram túneis, sedes e pontos militares do Partido dos Trabalhadores e das Unidades de Proteção de Sinjar dentro da área montanhosa de Sinjar. Um oficial local e um oficial de segurança disseram que os bombardeios mataram cinco yazidis. Os oficiais falaram sob condição de anonimato, de acordo com os regulamentos.

As Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos, disseram na quinta-feira que aviões e drones turcos atacaram padarias, uma estação de energia, instalações de petróleo e postos de controle da polícia local. Pelo menos 12 civis foram mortos e outros 25 ficaram feridos. O comunicado do Centro de Defesa do Povo afirmou que não houve baixas entre os combatentes do PKK nos ataques aéreos.

Enquanto isso, a polícia em Istambul deteve pelo menos 35 pessoas suspeitas de ligações com o PKK, informou a agência estatal Anadolu. O PKK luta pela autonomia no sudeste da Turquia em um conflito que matou dezenas de milhares de pessoas desde a década de 1980. Ele é considerado um grupo terrorista pela Turquia e por seus aliados ocidentais.

O Exército de Israel confirmou ter lançado uma série de ataques aéreos contra o Irã, cumprindo a promessa de retaliação pelo disparo de mísseis iranianos no começo do mês. O ataque aumenta os temores que o conflito possa se transformar em uma guerra total no Oriente Médio.

Moradores de Teerã relataram ter ouvido várias explosões na madrugada deste sábado (horário local). A agência iraniana Fars News disse que Israel atacou várias bases militares no oeste e no sul da capital iraniana. Foram reportadas ainda explosões na área do Aeroporto Internacional Imam Khomeini, mas a agência estatal IRNA afirma que o terminal segue em funcionamento, sem ordem para o cancelamento de voos.

Maryam Naraghi, uma jornalista iraniana, disse que ouviu fortes explosões no leste de Teerã, onde vive. "Foi muito perto de onde estou", relatou. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ouvir as sirenes na região, que inclui bases militares e o complexo de Parchin, associado à fabricação de mísseis.

O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, disse em comunicado por vídeo que as capacidades ofensivas e defensivas estão completamente mobilizadas. E que não há mudanças nas recomendações para os israelenses até o momento.

"Em resposta aos meses de ataques contínuos do regime iraniano contra o Estado de Israel, as Forças de Defesa de Israel estão neste momento conduzindo ataques precisos contra alvos militares no Irã", anunciou Hagari.

"O regime do Irã e seus representantes na região têm atacado implacavelmente Israel desde 7 de outubro", seguiu o porta-voz. "Como qualquer outro país soberano do mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder."

Oficialmente, o governo americano confirmou o ataque e defendeu o direito de defesa israelense. "Entendemos que Israel está realizando ataques direcionados contra alvos militares no Irã como um exercício de autodefesa e em resposta ao ataque de mísseis balísticos do Irã contra Israel", disse Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

O Irã lançou o segundo ataque direto contra o território israelense no começo do mês, quando disparou quase 200 mísseis em retaliação pelos assassinatos de líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, e do Hezbollah, Hasan Nasrallah.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse na época que o ataque foi um "grande erro" e prometeu que o Irã pagaria o preço. O regime iraniano, por sua vez, ameaçou bombardear "toda infraestrutura" israelense se fosse atacado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Israel lançou seis ataques aéreos nos subúrbios de Beirute na madrugada de sábado (horário local), informou a agência estatal do Líbano The National News Agency. A ofensiva acontece no mesmo momento em que as Forças de Defesa Israelense (IDF, na sigla em inglês) conduz uma série de bombardeios a alvos militares no Irã.

Também há relatos de explosões na Síria, de acordo com a imprensa local. Os ataques marcam uma nova escalada no conflito no Oriente Médio, em meio as persistentes tensões entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah.

Há pouco, a IDF publicou uma foto na rede social que mostra o chefe do Estado maior de Israel, Herzi Halevi, e do comandante oficial, Tomer Bar, no centro de comando da força aérea de Camp Rabin, de onde coordenam a série de ataques.