Pesquisa Datafolha em SP: Nunes tem 57% dos votos válidos; Boulos, 43%

Política
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Na véspera do segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, a pesquisa Datafolha mostra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), com 57% dos votos válidos, enquanto o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) aparece com 43%.

Os votos válidos são aqueles que realmente determinam o resultado de uma eleição, pois excluem os votos brancos e nulos. Na pesquisa anterior, divulgada na quinta-feira, 24, Nunes tinha 58% dos votos válidos e Boulos, 42%, o que mostra um cenário estável.

O Datafolha foi a campo na última sexta, 25, e neste sábado, 26, e entrevistou 2.052 moradores de São Paulo. A pesquisa capta parte do efeito do último debate entre os dois candidatos e da sabatina de Boulos ao ex-coach Pablo Marçal (PRTB), que terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 1,7 milhão de votos. A margem de erro da última pesquisa Datafolha antes do segundo turno é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

No último levantamento do instituto, considerando os votos totais, a diferença entre os dois candidatos havia diminuído de 18 para 14 pontos porcentuais, com o emedebista tendo 49% das intenções de voto, contra 35% do líder sem-teto. Na ocasião, 14% dos eleitores afirmaram que votariam em branco ou anulariam o voto. Outros 2% não sabiam em quem votar.

Agora, faltando um dia para a votação, o atual prefeito pontua com 48% ante 37% do psolista. Brancos e nulos somam 12%, enquanto os indecisos são 3%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP-01690/2024.

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado não é apresentado a uma lista com o nome dos dois candidatos que disputam o segundo turno, Nunes tem 39% de intenção de voto (contra 40% no último levantamento) e Boulos, 32% (ante 30%). Os que dizem que vão votar no "15", número do prefeito, são 4%. E 2% citam o "50", número de urna do psolista. Aqui, os indecisos são 11% e branco/nulo/nenhum, 9%.

Nunes e Boulos tiveram o último confronto, ontem (25), antes de os 9,3 milhões eleitores paulistanos irem as urnas escolher o próximo a administrar a cidade. O debate, promovido pela TV Globo, foi morno e teve troca de acusações entre os dois postulantes, mas sem fatos novos. O prefeito defendeu sua gestão e se vendeu como liberal, enquanto o psolista tentou colocar o adversário como alguém sem pulso e rodeado de suspeitas de corrupção.

Horas antes do encontro, Boulos passou por uma sabatina com o influenciador Pablo Marçal, na qual, por quase uma hora, fez acenos ao eleitorado do ex-coach, falando, por exemplo, sobre a pauta do empreendedorismo. Convidado também a participar, o atual prefeito não apareceu e nem atendeu ao telefonema que Marçal fez durante a transmissão ao vivo.

A participação na transmissão ao vivo foi tida como bem-sucedida pela equipe de Boulos, principalmente porque ele conseguiu fazer o influenciador defender o voto nulo no domingo. A maior parte do eleitorado de Marçal declara voto no prefeito, portanto, a estratégia de anular o voto tende a beneficiar o deputado federal do PSOL.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs nesta terça-feira, 4, um plano de 800 bilhões de euros, nomeado "REARM Europe", para fortalecer as defesas das nações da União Europeia (UE), visando diminuir o impacto de um possível "desengajamento" dos Estados Unidos e fornecer à Ucrânia força militar para negociar com a Rússia, após a pausa da ajuda americana aos ucranianos.

O pacote ainda será apresentado aos 27 líderes da união. Na quinta-feira, 6, os representantes europeus realizarão uma reunião de emergência em Bruxelas para tratar sobre o assunto. "Não preciso descrever a grave natureza das ameaças que enfrentamos", disse von der Leyen. Fonte: Associated Press.

O Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada nesta segunda-feira (3), lamentou a suspensão da entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza por Israel. "O governo brasileiro deplora a decisão israelense de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza, que exacerba a precária situação humanitária e fragiliza o cessar-fogo em vigor", diz o texto do Itamaraty.

Israel interrompeu a entrada de todos os bens e suprimentos na Faixa de Gaza no domingo (2) e advertiu sobre "consequências adicionais" caso o Hamas não aceite uma nova proposta para estender o cessar-fogo.

O Itamaraty diz que o Brasil pede a "imediata reversão da medida", recordando que "Israel tem obrigação - conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024 - de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos". A nota afirma ainda que a obstrução deliberada e o uso político da ajuda humanitária constituem grave violação do direito internacional humanitário.

O governo brasileiro defende que as partes promovam o estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e o engajamento nas negociações "a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala."

A discussão entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, na última sexta-feira (28) na Casa Branca levou as relações entre os dois países a um conflito. Ele também causou sério dano a uma aliança no coração da ordem estabelecida depois da Segunda Guerra Mundial: a Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Trump adotou uma posição que muitos aliados europeus viam como se ele estivesse do lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ignorar as preocupações de segurança de um país amigo que precisa de ajuda do Ocidente. Ele disse que o presidente ucraniano estava perdendo a guerra e "não tinha cartas".

A Otan é baseada na ideia de que os EUA podem usar seu poderio militar, incluindo o arsenal de armas nucleares, para defender qualquer aliado que for atacado. Esta premissa fundamental agora está sendo questionada.

"Eu estou preocupado que estamos nos últimos dias da Otan", disse o almirante aposentado James Stavridis, ex-comandante aliado supremo da Otan. Ele destacou que a aliança "pode não entrar prestes a entrar em colapso, mas eu posso certamente ouvir o ranger mais alto do que em outros tempos em minha longa carreira militar."

No último domingo, 2, Trump publicou uma mensagem na sua plataforma Truth Social: "Devemos dedicar menos tempo nos preocupando com Putin e mais tempo nos preocupando sobre as gangues de imigrantes que cometem estupros, traficantes, assassinos e pessoas que vieram de instituições (de saúde) mental entrando em nosso país - Para que não acabemos como a Europa." A Casa Branca não fez comentários sobre a política do governo dos EUA sobre a Otan.

A força do apoio de Trump à Otan, que foi criticada no passado, continua incerta. Na Casa Branca na última sexta-feira, ele disse "estamos comprometidos com a Otan" e elogiou um país membro, a Polônia, que faz muitos gastos com defesa.

No sábado, dia 1º, Elon Musk, um assessor de Trump que lidera o departamento de eficiência do governo, endossou uma mensagem na plataforma X que defendia a retirada dos EUA da Otan e das Nações Unidas.

Líderes europeus, que confiam na Otan para a segurança de seus países, têm evitado falar publicamente sobre as ameaças à aliança, mas alguns começam a comentar planos alternativos. "Queremos preservar a parceria transatlântica e a nossa força conjunta", comentou no sábado a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock. "Mas ontem vimos uma vez mais que os europeus não devem ser ingênuos", disse, referindo-se aos eventos ocorridos na Casa Branca na sexta-feira: "Temos que assumir a responsabilidade pelos nossos próprios interesses, nossos próprios valores e nossa própria segurança, pelo bem do nosso povo na Europa."