Moraes barra tentativa de candidatos de arrastar eleição para inquérito das milícias digitais

Política
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Dois nomes de peso entre os candidatos que disputam as prefeituras de João Pessoa e Natal neste segundo turno das eleições tentaram, ao longo das últimas semanas, acomodar no colo do ministro Alexandre de Moraes ataques que receberam em meio à campanha. A estratégia era arrastar seus pedidos para dentro do famoso inquérito das milícias digitais, mas o ministro do STF frustrou a investida política do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena Filho (PP), que tenta a reeleição, e ainda analisa o pleito da deputada federal Natália Bonavides (PT), que concorre à prefeitura de Natal.

Lucena e Bonavides alegaram ter sido alvo de milícias digitais e 'gabinetes do ódio' em suas capitais durante as campanhas e pediram que o inquérito do STF fosse alargado para apurar a atuação de grupos que os teriam hostilizado.

No caso de Lucena, o ministro negou abrir inquérito sobre "milícia digital na Paraíba" por entender que a suposta divulgação de desinformação sobre o prefeito não foi suficientemente demonstrada. Moraes atentou que o impacto de fake news já era objeto de representação na Justiça Eleitoral.

"A pretensão de atores estranhos ao processo em ver condutas que em nada se relacionam com os fatos investigados pelo Supremo Tribunal Federal processadas no presente inquérito parece indicar manobra revanchista de interesse estritamente individual, conduta que deverá ser prontamente rechaçada, sob pena de banalização da jurisdição penal da Corte", anotou o ministro em despacho assinado no dia 9, apenas três dias depois do primeiro turno.

Já o pedido de Natália Bonavides, apresentado no mesmo dia em que Moraes negou a solicitação de Lucena, não foi analisado antes do segundo turno, que acontece neste domingo, 27. Ainda não foi dado parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o caso e tampouco decisão por parte do relator do inquérito das milícias digitais no STF.

Lucena acionou a Corte máxima alegando a "existência de ligação de pelo menos duas pessoas com atos antidemocráticos tal qual apurado no inquérito das milícias digitais, as quais, mesmo residindo nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro criaram perfis falsos com o intuito de difundir desinformação de forma massiva, e assim comprometer a lisura do pleito eleitoral que se avizinha, no município de João Pessoa".

A Justiça Eleitoral mandou remover os vídeos citados pelo prefeito da capital paraibana.

Natália Bonavides alegou ser alvo de "verdadeira atuação conjunta de agentes públicos com o nítido intento de disseminar fatos gravemente descontextualizados e discursos de ódio".

A parlamentar viu "uma ação coordenada para propagar fake news, discursos de ódio e fatos gravemente descontextualizados" por pessoas que são agentes comissionados da prefeitura de Natal.

Assédio eleitoral em Natal e influência do crime organizado nas eleições em João Pessoa

Lucena e Bonavides concorrem às prefeituras de duas das quatro capitais nordestinas que passam por segundo turno. Em Natal e em João Pessoa, a disputa eleitoral foi marcada por imbróglios envolvendo a Polícia Federal e a Justiça do Trabalho.

Em Natal, na véspera do segundo turno, a juíza da 10ª Vara do Trabalho, Syméia Simião da Rocha, proibiu o município de praticar assédio eleitoral contra quaisquer pessoas que lhe prestem serviços no âmbito da sua administração.

A medida foi deferida após o Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte investigar suposta prática de assédio eleitoral na Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e na Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico do Município de Natal.

A Procuradoria recebeu denúncias de que servidores, comissionados e terceirizados estavam sendo supostamente coagidos a manifestar apoio político ao candidato do atual prefeito, sob pena de demissão ou outras formas de retaliações funcionais.

Em João Pessoa, a Polícia Federal investigou a influência da organização criminosa Nova Okaida para troca de cargos na administração. A PF prendeu a mulher do prefeito, Maria Lauremília Lucena. Ela foi solta com tornozeleira eletrônica. Os investigadores suspeitam que ela bancou nomes de faccionados da Nova Okaida por apoio eleitoral, como mostrou o Estadão. Ela nega ilícitos.

De acordo com a PF, apesar de Lauremília Lucena não interferir no pleito, tem "interesse no apoio da facção criminosa para a campanha de seu marido". "Lauremília Lucena participa diretamente da contratação das pessoas indicadas pelo crime. Como interesse tem o apoio prestado à campanha de seu marido. Apoio esse manifestado pelo gerente da Nova Okaida em Alto de Mateus em vídeo", frisa a PF.

Os investigadores resgataram áudio em que uma suposta interlocutora da facção afirma: "Não, aquela história foi totalmente inventada dos pés à cabeça, é que Lauremília ficou sabendo. Não, Lauremília o que ela passou foi que cada um fechasse o que quisesse com a proporcional desde que tivesse na base, e que ela não tava nem aí para fechamento, ela não se envolvia."

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O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa na Europa, em meio às ameaças russas e ao conflito na Ucrânia. Em pronunciamento, Macron afirmou que a segurança europeia está diretamente ameaçada pela guerra na Ucrânia, que se transformou em um "conflito global".

"A Rússia segue aumentando seu orçamento de armamento para a guerra, e a Europa precisa conseguir se defender sozinha, sem ajuda dos EUA", declarou. Ele ressaltou que a paz no continente só será possível com o fortalecimento da capacidade militar europeia. "Precisamos tomar decisões agora para a segurança da Ucrânia e da UE", afirmou.

Macron mencionou que a França dobrou seus gastos militares nos últimos dez anos e que está trabalhando para aumentar os investimentos em defesa na Europa. "Faremos uma reunião com chefes de defesa europeus em Paris na semana que vem", anunciou, reforçando a importância de uma estratégia conjunta. O líder francês também abordou a "dissuasão nuclear", afirmando que as armas nucleares são um pilar de proteção para a França. Ele ainda sugeriu um debate sobre a extensão do "guarda-chuva nuclear" francês a outros parceiros europeus. No entanto, ele deixou claro que a decisão final sobre o assunto caberá exclusivamente ao presidente da França.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não será decidida pela Rússia ou pelos EUA, mas sim por um esforço coletivo. "Precisamos de um acordo que garanta paz duradoura na Ucrânia", disse, acrescentando que "a paz não pode ser conquistada se abandonarmos a Ucrânia".

O francês ainda criticou as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, alertando para os impactos negativos que elas podem ter não apenas na Europa, mas em todo o mundo. "As tarifas de Trump vão impactar a economia americana e a economia europeia", disse, acrescentando que é preciso convencer o republicano de que essas medidas não são positivas.

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, manteve nesta quarta-feira, 5, o bloqueio à ordem do presidente Donald Trump que congelava US$ 2 bilhões (R$ 11,6 bilhões) em pagamentos a organizações de ajuda internacional.

Dividida, a Suprema Corte formou a estreita maioria de 5-4 para manter a decisão da instância inferior, exigindo que o governo faça os pagamentos devidos. O resultado é uma derrota para o governo, que buscava repreender o juiz distrital Amir Ali por suspender o corte de gastos de Donald Trump.

Apesar da maioria conservadora na Corte, essa foi a segunda vez que o governo tentou, sem sucesso, persuadir o Supremo a intervir imediatamente contra um juiz de instância inferior em disputas legais envolvendo ações de Trump na Casa Branca.

A maioria dos juízes observou que o governo não contestou a ordem inicial de Ali, apenas o prazo imposto - que, de qualquer forma, já havia expirado na semana passada.

A votação dividiu a ala conservadora da Corte, composta por seis do total de nove juízes. O presidente do Supremo, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo próprio Donald Trump, votaram com os três progressistas para manter a ajuda internacional.

Na divergência, Samuel Alito questionou a autoridade de Amir Ali para ordenar a liberação dos recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Departamento de Estado.

"Um único juiz de distrito, que provavelmente não tem jurisdição, tem o poder de forçar o governo dos Estados Unidos a pagar (e provavelmente perder para sempre) US$ 2 bilhões dos contribuintes?", questionou.

"A resposta a essa pergunta deveria ser um sonoro 'Não', mas a maioria deste tribunal aparentemente pensa o contrário. Estou pasmo", disse Alito. Ele foi acompanhado na dissidência pelos conservadores Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh.

O governo argumentou que a situação mudou porque substituiu o congelamento total decretado por Donald Trump por ordens individuais, resultando no cancelamento de 5,8 mil contratos da USAID e 4,1 mil concessões do Departamento de Estado, que totalizavam quase US$ 60 bilhões.

Na decisão, contudo, a Suprema Corte manteve a suspensão temporária de Amir Ali e instruiu o juiz a detalhar quais as obrigações devem ser cumpridas pelo governo. Na quinta-feira, Ali realizará uma audiência para decidir se mantém de forma mais duradoura o bloqueio ao decreto de Trump.

Entenda o caso

Logo após voltar à Casa Branca, Donald Trump ordenou o congelamento das contribuições da USAID e do Departamento de Estado a organizações de ajuda internacional. O decreto classificava os programas como desperdício de dinheiro e alegava que estariam desalinhados com os objetivos da política externa.

A ordem foi questionado na Justiça em ação que alertava contra a suspensão do financiamento de programas emergenciais em outros países.

O juiz Amir Ali, nomeado por Joe Biden, determinou no mês passado que o financiamento fosse restabelecido temporariamente. Passadas duas semanas, ele concluiu que o governo não demonstrava intenção de cumprir a ordem e estabeleceu o prazo para a liberação de pagamentos devidos.

O governo recorreu, classificando a ordem de Ali como "extremamente intrusiva e profundamente equivocada", além de protestar contra o prazo imposto para a liberação dos recursos.

O controvertido decreto é parte dos esforços de Donald Trump para cortar gastos do governo federal, em operação liderada pelo homem mais rico do mundo, o bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Um dos seus objetivos é cortar a ajuda da USAID, que tem programas de saúde e emergência em cerca de 120 países. Trump disse que a agência é "administrada por lunáticos radicais", enquanto seu novo braço direito a descreveu como uma "organização criminosa". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em declaração conjunta publicada nesta quarta-feira, 5, os ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Reino Unido pediram que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas seja mantido, que todos os reféns sejam libertados e que o fluxo contínuo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza seja garantido.

"Solicitamos a todas as partes que se envolvam de forma construtiva na negociação das fases subsequentes do acordo para ajudar a garantir sua implementação total e o fim permanente das hostilidades. Saudamos os esforços do Egito, do Catar e dos EUA na mediação e na busca de um acordo para a extensão do cessar-fogo".

Os ministros ainda afirmaram que o Hamas deve pôr fim "a seu tratamento degradante e humilhante" e reiteraram a solidariedade com o povo israelense diante dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.