Político que declarou insanidade para escapar de acusações é eleito e oposição questiona TSE

Política
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O prefeito eleito de Mariana Pimentel (RS), Joel Ghisio (PDT), tem sua candidatura questionada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter declarado, em 2022, que tem três transtornos mentais "graves e incuráveis". A declaração permitiu que Ghisio evitasse uma condenação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) em acusações de falsidade ideológica e improbidade administrativa referentes a atos de 2011 e 2012, quando ele governava a cidade.

A defesa do político afirma que as enfermidades, que o impedem de responder pelos atos de sua gestão passada, não são impeditivos para que ele assuma a prefeitura no ano que vem. "A inimputabilidade reconhecida em um processo criminal se refere à capacidade do indivíduo de entender o caráter ilícito de seus atos no momento do crime, mas não implica necessariamente a incapacidade de exercer funções públicas", disse a defesa de Ghisio em um documento enviado à Corte de Brasília. O Estadão procurou o prefeito eleito de Mariana Pimentel, mas não obteve retorno.

Em 2019, Joel foi denunciado pelo MP-RS por falsidade ideológica e improbidade administrativa em atos cometidos entre 2011 e 2012, período em que ele governou Mariana Pimentel. Segundo o MP, ele participava de um esquema que emitia notas fiscais falsas a servidores públicos para obter "acréscimos indevidos" de dinheiro público.

Três anos depois, ele apresentou um laudo que apresenta três transtornos que, segundo a defesa, o tornam "inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito e de autodeterminar-se". O documento médico foi homologado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) em abril do ano passado.

No último dia 27, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), provocado pela coligação União por Mariana Pimentel, que reúne os partidos PSB, PP, MDB, Federação PSDB/Cidadania e o PL, seguiu a tese da defesa de Joel e declarou que a insanidade alegada pelo político "não gera presunção de incapacidade civil para fins de inelegibilidade eleitoral". O grupo político, derrotado na disputa deste ano, entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O caso está sendo relatado pelo ministro André Ramos Tavares e ainda aguarda por julgamento.

Segundo a coligação, a participação nas eleições deste ano mostra que Joel apresentou os laudos visando garantir uma absolvição nas acusações. "É incoerente e contraditório que, agora, no registro de candidatura, tal fato passe desapercebido e seja declarada a plenitude de seus direitos políticos passivos", diz a coligação na ação impetrada na Justiça Eleitoral.

Em um documento enviado ao TSE, a defesa do prefeito eleito afirmou que a situação médica de Joel impede ele de entender o caráter ilícito dos atos dele, mas isso não implica uma incapacidade de gerenciar o Executivo de Mariana Pimentel até 2028.

Em sua decisão no mês passado, o TRE-RS afirmou que "a inimputabilidade penal por insanidade mental não gera presunção de incapacidade civil" para assumir em cargos eletivos, e ainda citou uma resolução do TSE, datada de 2021, que assegura os direitos políticos às pessoas com deficiência.

Joel foi eleito prefeito de Mariana Pimentel com 1.732 votos (56,6% dos votos válidos). O adversário dele foi Betinho (PSB), que representou a coligação que entrou com recurso pedindo a cassação da candidatura, e obteve 1.328 votos (44,4% dos votos válidos). Mariana Pimentel fica a 75 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre. De acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município possui 3.916 habitantes.

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O promotor especial Jack Smith entrou com pedido de suspensão de dois processos contra Donald Trump nesta segunda-feira, 25, por tentativa de interferir no processo eleitoral de 2020 e de esconder documentos secretos em sua mansão na Flórida.

Segundo Smith, que deve ser demitido pelo presidente eleito assim que ele assumir, a decisão se deve a uma diretriz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de não processar presidentes que estejam no exercício de seus mandatos, tendo em vista o retorno do republicano à Casa Branca.

Em um pedido de seis páginas apresentado ontem à juíza Tanya Chutkan, Smith afirma que fez diversas consultas dentro do Departamento de Justiça e a posição predominante é a de que a Constituição exige que este caso seja suspenso antes que o réu tome posse.

O procurador, porém, afirmou que a decisão não significa que Trump tenha sido inocentado. Todos os envolvidos no caso, acusados de cumplicidade com o presidente eleito, seguirão sendo processados.

"O Departamento de Justiça e o país nunca enfrentaram a circunstância atual, onde uma acusação federal contra um cidadão privado foi decidida por um grande júri e um processo criminal já está em andamento quando o réu é eleito presidente", escreveu Smith à juíza Tanya Chutkan.

A juíza concordou rapidamente em rejeitar as acusações de interferência nas eleições federais apresentadas em Washington D.C.

Separadamente, Smith entrou com um pedido no Tribunal de Apelações do 11º Circuito para remover Trump como co-réu de uma apelação no caso sobre o suposto mau uso de documentos confidenciais. A juíza Aileen M. Cannon havia rejeitado essa acusação há alguns meses, concordando com os advogados de Trump de que Smith foi nomeado de forma ilegal, contrariando precedentes legais.

No entanto, ao pedir o arquivamento dos casos antes da posse de Trump, Smith não fechou definitivamente as portas para um eventual processo contra ele no futuro. Em ambos os casos, seus pedidos foram de arquivamento "sem prejuízo", um termo legal que abre a possibilidade de que as acusações sejam apresentadas novamente depois que Trump deixar a Casa Branca, em janeiro de 2029.

Nos últimos dois anos, Smith correu contra o tempo para que Trump fosse julgado, o primeiro ex-presidente a ser processado criminalmente nas esferas federal e estadual na história dos EUA, e também o primeiro a ser condenado, em um caso de suborno da ex-atriz pornô Stormy Daniels.

O republicano, no entanto, conseguiu, na maioria dos casos, atrasar os processos, ao mesmo tempo em que acusava Smith e o Departamento de Justiça de promover uma perseguição política.

Em julho, Trump obteve uma vitória importante, quando a Suprema Corte decidiu que os presidentes americanos têm imunidade relacionada a atos ocorridos durante o mandato, desde que estejam dentro de seus poderes concedidos pela Constituição.

Trump reagiu nas redes sociais nesta segunda-feira, chamando os casos de "vazios e ilegais" e declarando que "nunca deveriam ter sido abertos".

Os casos

Trump foi acusado no caso de documentos confidenciais de manter material secreto do governo em Mar-a-Lago, sua residência e clube privado, e de obstruir os esforços do governo para recuperar os documentos, junto com os co-réus Carlos De Oliveira e Waltine "Walt" Nauta.

Segundo o Departamento de Justiça, Trump tentou reverter, de maneira ilegal, sua derrota para Joe Biden na eleição presidencial de 2020, e usou seu cargo para pressionar outras autoridades americanas, incluindo seu vice-presidente, Mike Pence, para que ajudassem na tentativa de golpe, o que incluiu a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021.

No caso dos documentos secretos, o FBI encontrou pelo menos 20 caixas de registros confidenciais da Casa Branca e pastas de fotos na propriedade de Trump em Palm Beach, na Flórida, em agosto de 2022.

A Lei de Espionagem, de 1917, proíbe a manipulação de documentos sensíveis fora das dependências do governo federal em razão do risco que representa à segurança dos EUA. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O voo VA1482 da Virgin Australia, programado para decolar de Broome com destino a Perth, atrasou 20 minutos enquanto uma cobra era retirada da aeronave. As informações são de reportagem da ABC.

Quem capturou a cobra foi Andre Rerekura, cinegrafista de oceanos que estrela a série documental Shipwreck Hunters Australia, da Disney. Ele descreveu a cobra como uma "fofa" píton Stimson. Inofensivo, o animal é comum no norte da Austrália, especialmente nos meses mais quentes.

O avião estava prestes a decolar quando alguém gritou que havia uma cobra a bordo. "Eles praticamente pararam o avião inteiro e estavam prestes a desembarcar todo mundo, o que não agradou muito, porque todos queriam voltar para casa", disse Rerekura.

Uma passageira atrás dele gritou quando a cobra deslizou ao seu lado, acabando perto do pé de Rerekura. Sem hesitar, ele pegou a "fofa e louca" píton e a retirou da aeronave. "Assim que a vi, identifiquei rapidamente... então sabia que era segura e que estava apenas assustada e muito tímida", disse ele à ABC.

Os passageiros e a tripulação aplaudiram o ato. "Temos um cavalheiro a bordo que retirou a cobra com segurança. Vamos continuar normalmente - realmente não sei mais o que dizer", disse uma comissária de bordo após a solução do caso.

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, disse nesta segunda-feira, 225, que pode derrubar o governo da França até o final do ano, a menos que mudanças sejam feitas no projeto de lei orçamentária do país para 2025. O projeto de lei deve ser aprovado até 21 de dezembro.

Le Pen fez seus comentários após uma reunião com o primeiro-ministro conservador Michel Barnier sobre o orçamento do próximo ano e outras questões. Barnier se encontraria com outros líderes políticos da esquerda e do centro mais tarde no dia.

Le Pen disse que os legisladores de seu partido Reagrupamento Nacional (RN), incluindo ela, vão apresentar uma moção de confiança se o projeto de lei orçamentário em debate no parlamento "permanecer como está", criticando a recusa em aumentar os impostos sobre eletricidade e a necessidade de aumentar as pensões estaduais a partir de janeiro.

A França está sob pressão do órgão executivo da União Europeia (UE) para reduzir sua dívida colossal. O gabinete de Barnier busca reduzir o déficit da França de uma estimativa de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5% no ano que vem por meio de um aperto orçamentário de 60 bilhões (US$ 66 bilhões).

O gabinete de Barnier é forçado a confiar na boa vontade da extrema direita para poder permanecer no poder, em um parlamento amplamente dividido. No mês passado, o governo sobreviveu a um voto de confiança trazido pela coalizão de esquerda porque o grupo de extrema direita se absteve de votar.

Os comentários de Le Pen ocorrem enquanto ela e outras autoridades do partido RN estão sendo julgados em Paris por suspeita de desvio de fundos do Parlamento Europeu. Os promotores de Paris solicitaram uma sentença de prisão de 2 anos para ela, juntamente com um período de 5 anos de inelegibilidade para concorrer a um cargo.