Fundador do PSDB deixa partido após divergência por apoio a Nunes; 'Continuo tucano raiz!'

Política
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Um dos fundadores do PSDB, o "tucano raiz", Tião Farias deixou o partido. A carta de desfiliação foi enviada ao presidente da legenda em São Paulo, José Anibal. Em mensagem a colegas, Tião escreveu que deixa o partido mas continua "tucano raiz!". Procurado, o PSDB disse que lamenta a saída.

Segundo Farias, a saída da legenda é resultado dos "rumos atuais e as escolhas da direção". O apoio tucano a Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais é um exemplo disso. "Decisão de apoiar o atual prefeito, sem consultar adequadamente as instâncias locais, me faz pensar que vamos 'dormir com o inimigo' e, no caso do padrinho dele, para usar uma analogia clássica, vamos chocar o 'ovo da serpente'", escreveu Farias em referência a Bolsonaro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro apoiou Nunes e essa aproximação com um candidato apoiado pela extrema-direita incomodou o fundador da legenda. "Nunca apoiamos candidatos associados ao malufismo/bolsonarismo. A coerência histórica, neste caso, seria a neutralidade, pois estaria mais alinhada com nossos princípios e evitaria contradições com o que o partido defendeu ao longo dos anos", argumentou.

Ainda sobre o apoio a Nunes, Tião Farias se incomodou com a decisão ter sido tomada sem a consulta ao diretório paulista da legenda. "É claro que a direção do partido tem o direito de se posicionar, mas nada justifica deixar de comunicar previamente o nosso presidente municipal - um gesto básico de consideração política", explicou.

"Suas ações e discursos revelam traços de um projeto fascista e golpista, algo que contraria frontalmente o nosso manifesto de fundação de 1988, que deixa claro nosso compromisso primordial com a defesa da democracia contra qualquer tentativa de retrocesso autoritário" considerou sobre Bolsonaro.

Para o agora ex-tucano, apoiar a esquerda nas eleições não desviaria a legenda de suas tradições. "Nós já apoiamos Lula em um segundo turno presidencial e também Marta Suplicy em uma eleição municipal. Ou seja, se o objetivo era marcar uma distinção, essa narrativa não reflete a nossa trajetória".

Por fim, Farias reiterou que fica satisfeito com o partido que construiu. "Mantenho a certeza de que nosso trabalho valeu a pena e o legado de nossas realizações ficará para sempre", escreveu.

Ao Estadão, Benedito Mascarenhas, secretário-geral do Diretório Municipal de São Paulo do PSDB, lamentou a saída, mas respeitou a decisão. "Ele já vinha com algum descontentamento com a forma que o partido está sendo conduzido, principalmente ao nível nacional", explica. Para Mascarenhas, Tião seria uma peça chave na reconstrução do partido. "Com certeza ele vai continuar com o coração tucano, mas não vamos ter a figura dele, a pessoa dele, a liderança que ele exerce junto a nós nesse momento", conclui.

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O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, acusou o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel de Los Soles, ligado ao tráfico de drogas. "Maduro não é presidente da Venezuela e seu regime não é o governo legítimo", escreveu Rubio no X (antigo Twitter) neste domingo, 27. Maduro

A declaração do Secretário de Estado se dá em meio à notícia do retorno da petrolífera Chevron à Venezuela. No início do ano, o governo Trump revogou a licença que permitia à companhia extrair petróleo no país.

Agora, porém, Washington avalia autorizar à companhia a retornar, segundo fontes da Dow Jones Newswires. Os termos do novo acordo ainda não estão definidos, mas Trump e Rubio discutem o tema paralelamente à troca de prisioneiros que libertou os dez norte-americanos detidos pelo governo Maduro.

O Cartel de Los Soles foi classificado como organização terrorista pelo governo Trump, e Maduro foi apontado como seu líder. Diante disso, o ditador venezuelano também é acusado de tentar enviar drogas ao território norte-americano, fato lembrado por Rubio em sua publicação.

Em fevereiro 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório afirmando ter indícios de que grupos ligados ao narcotráfico se infiltraram nas Forças Armadas da Venezuela.

Um Boeing 737 Max 8 da American Airlines, que partia de Denver, no Colorado, com destino a Miami, na Flórida, precisou ser evacuado na tarde deste sábado, 26, ainda durante os procedimentos de decolagem devido à presença de fogo no trem de pouso esquerdo da aeronave.

A gravação da conversa entre os pilotos e a torre de controle mostra que os bombeiros do aeroporto precisaram ser acionados para conter o início do incêndio.

O avião ficou rodeado de fumaça. Os passageiros e tripulantes deixaram a aeronave pelas saídas de emergência, descendo pelas escorregadeiras. Apesar da orientação contrária, muitos saíram levando bagagens. Um homem machucou uma criança após se desequilibrar com o peso da mala e cair.

Ao todo, 179 pessoas estavam a bordo. Cinco passageiros foram avaliados por equipes médicas no local e um outro precisou ser levado a um hospital devido a "ferimentos leves". Ainda não há informações sobre o que causou o acidente, que será investigado pela Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA).

O presidente americano Donald Trump se encontra neste domingo, 27, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fazendo uma pausa no golfe na Escócia para discutir comércio. As duas partes buscam um acordo sobre tarifas, uma vez que o prazo da Casa Branca para impor taxas ao bloco europeu começa na sexta-feira, 1º.

Trump jogou golfe no sábado, 26, em seu campo em Turnberry, na costa sudoeste da Escócia, e espera-se que jogue novamente durante sua visita de cinco dias.

Na terça-feira, 29, ele estará em Aberdeen, nordeste escocês, onde sua família tem outro campo de golfe e abre um terceiro no próximo mês. Trump e seu filho Eric planejam ajudar na inauguração do novo campo.

O encontro com von der Leyen deve ocorrer a portas fechadas e poucos detalhes foram divulgados.

Ao deixar a Casa Branca na semana passada, Trump disse haver "50% de chance, talvez menos que isso" de fazer acordo com a UE. A tarifa atualmente programada é de 30% sobre o bloco dos 27 Estados-membros.

Mais tarde, Ursula von der Leyen postou no X (antigo Twitter) que, "Após uma boa ligação telefônica" com Trump, os líderes concordaram em se encontrar na Escócia para discutir as "relações comerciais transatlânticas, e como mantê-las fortes."

Estados Unidos e União Europeia pareciam próximos de acordo no início deste mês, mas Trump, em vez disso, lançou a ameaça da tarifa de 30% sobre o bloco.

Também passam a valer no dia 1º as taxas de 50% sobre os produtos do Brasil, que têm prejuízos significativos para alguns setores, como os de exportação de aeronaves, café e laranja.

As projeções indicam impacto de 2,7% no PIB (Produto Interno Bruto) do Estado de São Paulo, com potencial de perda de 120 mil empregos.

Trump disse recentemente que achava que as chances de alcançar um acordo com o Japão eram de 25% - mas Washington e Tóquio depois anunciaram um acordo na última semana.

O presidente tem se gabado de que usaria as ameaças constantes de tarifas elevadas dos EUA ao redor do globo para negociar melhores taxas e reduzir os déficits comerciais com alguns dos principais aliados de Washington. Mas, até agora, esse esforço ficou bem aquém das expectativas.

Trump também tem um encontro marcado na segunda-feira na Escócia com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, após os dois anunciarem um acordo comercial no mês passado, durante o encontro do G7 (as sete maiores economias do mundo), no Canadá.

Trump diz que esse acordo está concluído e que a dupla discutirá outros assuntos - embora a Casa Branca tenha sugerido que ainda sejam necessários alguns ajustes.

Sem um acordo da UE, o bloco disse que estava preparado para retaliar com tarifas em centenas de produtos americanos, variando de carne bovina e cerveja a peças de automóveis e aviões da Boeing.

Se Trump seguir adiante com sua ameaça de tarifas contra a Europa, isso poderia tornar tudo, desde queijo francês e bens de couro italianos a eletrônicos alemães e produtos farmacêuticos espanhóis, mais caros nos Estados Unidos.