Boulos critica Bolsonaro em 1º discurso pós-derrota e diz que Tarcísio 'não será presidente'

Política
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Na primeira agenda pública após ser derrotado no segundo turno da eleição à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) afirmou que o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), "não será presidente" em 2026.

Em discurso na quadra do Sindicato dos Bancários da capital paulista nesta quinta-feira, 7, o deputado também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que conta com a aprovação de uma anistia no Congresso para reverter sua inelegibilidade, vigente até 2030, e disputar o próximo pleito presidencial. Para Boulos, o plano eleitoral do ex-presidente terá de "passar por cima" da esquerda.

Ainda sobre 2026, o parlamentar exaltou seu principal aliado na campanha à Prefeitura de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Boulos, é o petista "quem pode livrar o Brasil da barbárie".

"Nós temos que estar aqui em fileiras cerradas para poder construir uma campanha de derrota a extrema direita no Brasil", disse Boulos. A direita extremada, segundo o deputado federal, pode ser tanto "aquela raiz e virulenta", representada pelo ex-presidente, "ou aquela que come de garfo e faca", em referência indireta ao governador paulista.

Não foi a primeira crítica de Boulos ao chefe do Executivo paulista. Em sabatina com o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), o então candidato a prefeito do PSOL foi questionado sobre o que pensava do governador de São Paulo. Boulos disse que Tarcísio "não deixou um legado" positivo para o Estado, criticando o chefe do Executivo estadual pela privatização da Sabesp. Além disso, afirmou que a participação do governador no pleito da capital paulista fazia da cidade um "trampolim" para uma futura candidatura presidencial.

O parlamentar também comentou o desempenho obtido na eleição à Prefeitura paulistana. Boulos obteve 2.323.901 votos no segundo turno, o equivalente a 40,65% dos válidos, e perdeu a disputa para Ricardo Nunes, reeleito com 3.393.110 votos, 59,35% dos válidos.

Segundo Boulos, a campanha à reeleição do prefeito integra "um projeto que quer usar a cidade de São Paulo como trampolim para uma tentativa de retorno da extrema direita em 2026". O deputado federal também disse que, ao enfrentar Nunes, desafiou também uma "máquina" poderosa.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou que é "fake news" a notícia de que estaria buscando uma cúpula para se encontrar o presidente da China, Xi Jinping, em publicação na Truth Social feita no fim da noite de segunda-feira, 28.

"Isso não é verdade, não estou PROCURANDO nada!", escreveu na postagem. No entanto, o republicano deixou em aberto a possibilidade de visitar o país: "Posso ir à China, mas apenas a convite do presidente Xi, que já foi estendido. Caso contrário, não tenho interesse!".

Há pouco mais de uma semana, o jornal chinês South China Morning Post noticiou a possibilidade de Trump encontrar Xi na Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), na Coreia do Sul, entre outubro e novembro.

Um ataque aéreo russo a uma prisão na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, matou pelo menos 17 detentos e feriu mais de 80, disseram autoridades ucranianas nesta terça-feira, 29. Na região de Dnipro, as autoridades relataram pelo menos quatro pessoas mortas e oito feridas.

A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou dois mísseis balísticos Iskander-M, além de 37 drones de ataque do tipo Shahed e veículos aéreos não tripulados (VANTs) de distração. Afirma-se que 32 drones Shahed foram interceptados ou neutralizados pelas defesas aéreas ucranianas.

O ataque na noite de segunda-feira (28) atingiu a Colônia Correcional de Bilenkivska com quatro bombas aéreas guiadas, de acordo com o Serviço Executivo Criminal do Estado da Ucrânia.

Pelo menos 42 detentos foram hospitalizados com ferimentos graves, enquanto outras 40 pessoas, incluindo um membro da equipe, sofreram vários ferimentos.

O ataque destruiu o refeitório da prisão, danificou os prédios administrativos e de quarentena, mas a cerca do perímetro resistiu e nenhuma fuga foi relatada, disseram as autoridades.

Autoridades ucranianas condenaram o ataque, dizendo que atacar infraestrutura civil, como prisões, é um crime de guerra segundo as convenções internacionais.

Duas importantes organizações israelenses de direitos humanos - a B'Tselem e a Physicians for Human Rights (PHR, na sigla em inglês) - afirmaram nesta segunda-feira, 28, que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza e disseram que os aliados ocidentais do país têm a obrigação legal e moral de impedir o agravamento da crise.

Organizações internacionais, como a Anistia Internacional, vêm denunciando a campanha militar de Israel como um "genocídio". No entanto, é a primeira vez que importantes grupos israelenses de defesa dos direitos humanos endossam a conclusão.

Guy Shalev, diretor da PHR, disse que os israelense muitas vezes descartam as acusações de genocídio como "antissemitas" ou tendenciosas contra Israel. "Espero que os nossos comunicados façam as pessoas reconhecerem a realidade", afirmou.

Genocídio

O governo israelense afirma que está lutando uma guerra existencial e garante cumprir com o direito internacional. Israel alega que as acusações de genocídio são antissemitas. "A alegação de Israel de que terroristas do Hamas ou membros de outros grupos armados palestinos estavam presentes em instalações médicas ou civis, frequentemente feita sem fornecer qualquer evidência, não pode justificar ou explicar tal destruição generalizada e sistemática", afirma o relatório da B'Tselem.

Os dois grupos de direitos humanos, em relatórios separados, mas lançados ontem conjuntamente, afirmaram que as políticas de Israel na Faixa de Gaza, juntamente com as declarações de autoridades do governo israelense sobre seus objetivos na guerra e o desmantelamento do sistema de saúde do território palestino, contribuíram para a conclusão de genocídio.

Assim como outros grupos de defesa dos direitos humanos, a B'Tselem e a PHR não foram autorizadas a entrar em Gaza durante a guerra. Seus relatórios têm como base relatos, documentos e análises de especialistas jurídicos.

Destruição

O relatório da PHR afirma que Israel cometeu pelo menos três atos que definem o genocídio no direito internacional, incluindo "infligir a determinado grupo condições deliberadas para provocar sua destruição física total ou parcial." "Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão," afirmou Shalev.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.