TJ-PR elege 1ª mulher para presidência em eleição marcada por gastos com penduricalhos

Política
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O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) elegeu a desembargadora Lidia Maejima para a presidência da instituição para os próximos dois anos. Lidia recebeu 74 votos em segundo turno, vencendo o desembargador Jucimar Novochadlo e se tornando a primeira mulher a presidir a entidade.

Ramon de Medeiros Nogueira, candidato apoiado pelo atual presidente da casa, Luiz Keppen, recebeu 32 votos no primeiro turno e não conseguiu se eleger.

Como mostrou o Estadão, a campanha eleitoral na Justiça paranaense foi marcada por promessas de mais ganhos para os magistrados e pelo uso da caneta pelo presidente da Casa para distribuir milhões de reais em penduricalhos.

O TJ-PR distribuiu mais de R$ 1 bilhão em benefícios diversos, como indenização por férias e correções trabalhistas, somente entre janeiro e outubro deste ano. Esse valor é expressivamente maior que os R$ 435 milhões pagos ao longo de 2022 em vantagens eventuais.

Keppen tem comunicado esses pagamentos aos desembargadores por mensagens privadas, ressaltando a prioridade em valorizar os magistrados e servidores, enquanto autoriza novas liberações de recursos periodicamente. Em setembro, a remuneração de alguns magistrados ultrapassou os R$ 100 mil devido aos penduricalhos.

Esses valores, geralmente classificados como verbas indenizatórias, não estão sujeitos ao teto salarial do funcionalismo público, definido pelo salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), fixado atualmente em R$ 44 mil.

Em nota, Keppen afirmou que os valores foram distribuídos a 12 mil pessoas e são relativos a salários e passivos trabalhistas.

"Enfrentados mês a mês tal qual outras instituições públicas brasileiras, foram reconhecidos por decisões superiores e estão em conformidade com a Constituição, as leis e o CNJ. Além disso, evitam juros e correção monetária, têm previsão orçamentária e constam nas propostas de todos os candidatos à presidência do TJ-PR", disse o magistrado.

Como o Estadão reportou, já houve tentativas de ocultar os ganhos milionários dos magistrados com penduricalhos para evitar ruídos. O presidente do TJPR ordenou em maio deste ano que fossem realizados estudos sobre a viabilidade de deixar de publicar os valores no Portal da Transparência. Não houve novo despacho desde então.

A nova presidente do Tribunal escreveu em uma carta aos colegas que renovaria seu compromisso de "manter o pagamento de todos os direitos trabalhistas já reconhecidos pela administração do Tribunal e de trabalhar pela ampliação do valor do ATS (adicional por tempo de serviço), bem como a implantação de novos benefícios, como a política de valorização dos membros do Poder Judiciário do Paraná".

Quem é a nova presidente?

Lidia Maejima nasceu em Arapongas, a cerca de 380 quilômetros de Curitiba, em 1960. Formou-se em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, em 1981, e entrou na carreira da magistratura em 1984 como juíza substituta nas comarcas de União da Vitória, Cornélio Procópio e Foz do Iguaçu. Foi juíza titular em outras cinco cidades antes de ser promovida ao cargo de desembargadora do TJPR, em dezembro de 2007.

Especialista em Processo Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), deu aula de Direito Civil e Introdução ao Estudo do Direito na Unipar e de Deontologia do Magistrado, Direito de Família e Sucessões e Prática de Processo Penal na Escola de Magistratura paranaense.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente dos EUA, Donald Trump, concordaram sobre a necessidade de uma ação "urgente" para colocar fim à situação em Gaza, que "atingiu novos níveis", em comunicado publicado nesta segunda-feira, após o encontro dos dois líderes na Escócia. De acordo com o texto, os lados se comprometeram a trabalhar em conjunto "para pôr fim à miséria e à fome e a continuar a pressionar pela libertação imediata dos reféns restantes".

Segundo a nota publicada pelo governo britânico, Starmer e Trump reforçaram o apelo por um cessar-fogo imediato para abrir caminho à paz na região. O premiê britânico disse estar trabalhando com outros líderes europeus para alcançar uma "paz duradoura".

Sobre o conflito na Ucrânia, os líderes concordaram que devem "manter o ímpeto" para pôr fim à guerra com a Rússia, incluindo a pressão econômica sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que Moscou "sente à mesa de negociações sem mais demora".

Ainda, segundo o comunicado, Starmer e Trump conversaram sobre os benefícios do acordo para os trabalhadores do Reino Unido e dos EUA e concordaram em continuar a trabalhar juntos "para fortalecer ainda mais sua estreita e sólida relação econômica".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 28, que estabeleceu um novo prazo de "10 ou 12 dias" para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concorde com um cessar-fogo na Ucrânia.

"Vou estabelecer um novo prazo, de cerca de 10 ou 12 dias a partir de hoje. Não há motivo para esperar. Eram 50 dias, eu quis ser generoso, mas simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito", disse Trump, durante uma reunião em Turnberry, na Escócia, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

No dia 14 de julho, o presidente americano havia dado um prazo de 50 dias para que Moscou e Kiev concordassem com uma trégua. Durante a coletiva de imprensa, Trump afirmou estar "decepcionado" com Putin por não ter encerrado a guerra na Ucrânia.

O republicano apontou que conversou diversas vezes com o presidente russo desde que retornou a Casa Branca em janeiro e está frustrado com os resultados das conversas. "Depois das nossas ligações o Presidente Putin sai e começa a lançar foguetes em alguma cidade como Kiev e mata muitas pessoas em um asilo ou seja lá o que for. Você tem corpos espalhados por toda a rua. E eu digo que não é assim que se faz."

Os oficiais ucranianos foram rápidos em agradecer Trump por encurtar o prazo para a Rússia terminar a guerra na Ucrânia. Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse em uma publicação nas redes sociais que os comentários do republicano demonstravam que ele estava comprometido com a "paz através da força". "Putin respeita apenas o poder - e essa mensagem é alta e clara."

A Nasa perderá cerca de 3,9 mil funcionários como parte do plano de reduzir o quadro de pessoal federal iniciado por Donald Trump, embora o presidente continue determinado a que a agência espacial americana realize missões tripuladas à Lua e a Marte.

A agência aeroespacial informou em um comunicado na última sexta-feira, 25, que cerca de 3 mil funcionários aderiram à segunda rodada do plano de demissões voluntárias. Na primeira rodada, 870 trabalhadores aceitaram deixar a Nasa.

A equipe da Nasa passou de 18 mil funcionários para pouco mais de 14 mil desde o retorno de Trump à Casa Branca, o que representa uma redução de mais de 20%. Os funcionários da agência que decidiram aderir ao programa de demissões voluntárias devem deixar os seus cargos de forma gradual.

'Segurança é prioridade'

"A segurança continua sendo uma prioridade máxima para nossa agência, enquanto equilibramos a necessidade de nos tornarmos uma organização mais ágil e eficiente e trabalhamos para garantir que continuemos plenamente capazes de buscar uma era dourada de exploração e inovação, incluindo a Lua e Marte", explicou a direção da Nasa.

O orçamento proposto pelo governo de Trump para a agência destacava o retorno do homem à Lua e a realização de uma missão tripulada a Marte pela primeira vez, ao mesmo tempo que cortava drasticamente os programas científicos e climáticos. A administração também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas dos sites governamentais, ao mesmo tempo que reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisa sobre aquecimento global.

Além disso, autoridades de Trump têm recrutado cientistas para ajudá-los a revogar a "declaração de risco" de 2009, que determinou que os gases de efeito estufa representam ameaça à saúde pública e ao bem-estar.

Corrida Espacial

A Casa Branca afirma que quer focar os recursos para "ganhar da China a corrida para voltar à Lua e levar o primeiro humano a Marte". Pequim tem como meta fazer seu primeiro pouso lunar tripulado em 2030.

A Nasa continua sendo dirigida por um administrador interino depois que a escolha inicial da administração para liderar a agência, o bilionário tecnológico Jared Isaacman, apoiado pelo ex-assessor do presidente Trump, o empresário Elon Musk, foi rejeitada pelo presidente republicano.

Trump havia anunciado ainda em dezembro, na transição presidencial, a escolha de Isaacman como o próximo administrador da Nasa. O bilionário tem sido um colaborador próximo de Musk desde que comprou seu primeiro voo fretado na SpaceX em 2021.