Tem que parar com essa mania de as pessoas cometerem crimes e não responderem, diz Paes

Política
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou nesta quinta-feira, 14, que, no Brasil, é preciso dar fim à "mania" de as pessoas cometerem crimes e não responderem por seus atos. Ele comentava a jornalistas o efeito dos ataques de ontem, em Brasília, sobre pedidos de anistia a envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

"(Punição aos ataques) é uma discussão jurídica, mais do que política. Mas é óbvio que a gente tem de parar com essa mania, no Brasil, de as pessoas cometerem crimes e delitos, e elas não responderem por isso. Podemos olhar gradação de pena, mas as pessoas têm de entender que, quando invadem o Parlamento ou não reconhecem o resultado de uma eleição legítima, alimentando teorias da conspiração, estão colocando pessoas, sobretudo os incautos, em risco", disse Paes.

"E é curioso, porque aqueles que discursam, que fazem a narrativa radical, estão por aí protegidos", continuou.

Segurança

Paes disse que o atentado de ontem foi um fato isolado e não tem qualquer impacto no G20, cujo esquema de segurança foi definido bem antes, incluindo o fechamento do aeroporto Santos Dumont.

"A cidade está absolutamente segura, protegida", disse. Segundo o prefeito, a maior preocupação é mesmo com o nível de radicalização política do País.

Irresponsabilidade

Ele sugeriu que os ataques de 8 de janeiro e o de ontem são frutos da "irresponsabilidade" de políticos que radicalizam para ganhar votos - e fazem de adversários, inimigos -, instigando o eleitorado à violência. O prefeito do Rio fez os comentários durante evento do U20, derivação do G20 que trata de assuntos relacionados às cidades dos 20 países mais ricos do mundo.

"Eu me preocupo mais com a nossa radicalização política, com a irresponsabilidade de alguns atores da política brasileira, que não entendem que, ao radicalizar para ganhar voto, para ganhar eleição, transformam o outro no inimigo e saem daquilo que é o nosso papel. A gente não pode desejar o extermínio do adversário", disse.

"Quantos desequilibrados existem por aí no Brasil, ouvindo líderes políticos falando absurdos sobre figuras do Judiciário, do Parlamento, sobre chefes de Executivo? O que a gente precisa é baixar essa temperatura", afirmou.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou que é "fake news" a notícia de que estaria buscando uma cúpula para se encontrar o presidente da China, Xi Jinping, em publicação na Truth Social feita no fim da noite de segunda-feira, 28.

"Isso não é verdade, não estou PROCURANDO nada!", escreveu na postagem. No entanto, o republicano deixou em aberto a possibilidade de visitar o país: "Posso ir à China, mas apenas a convite do presidente Xi, que já foi estendido. Caso contrário, não tenho interesse!".

Há pouco mais de uma semana, o jornal chinês South China Morning Post noticiou a possibilidade de Trump encontrar Xi na Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), na Coreia do Sul, entre outubro e novembro.

Um ataque aéreo russo a uma prisão na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, matou pelo menos 17 detentos e feriu mais de 80, disseram autoridades ucranianas nesta terça-feira, 29. Na região de Dnipro, as autoridades relataram pelo menos quatro pessoas mortas e oito feridas.

A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou dois mísseis balísticos Iskander-M, além de 37 drones de ataque do tipo Shahed e veículos aéreos não tripulados (VANTs) de distração. Afirma-se que 32 drones Shahed foram interceptados ou neutralizados pelas defesas aéreas ucranianas.

O ataque na noite de segunda-feira (28) atingiu a Colônia Correcional de Bilenkivska com quatro bombas aéreas guiadas, de acordo com o Serviço Executivo Criminal do Estado da Ucrânia.

Pelo menos 42 detentos foram hospitalizados com ferimentos graves, enquanto outras 40 pessoas, incluindo um membro da equipe, sofreram vários ferimentos.

O ataque destruiu o refeitório da prisão, danificou os prédios administrativos e de quarentena, mas a cerca do perímetro resistiu e nenhuma fuga foi relatada, disseram as autoridades.

Autoridades ucranianas condenaram o ataque, dizendo que atacar infraestrutura civil, como prisões, é um crime de guerra segundo as convenções internacionais.

Duas importantes organizações israelenses de direitos humanos - a B'Tselem e a Physicians for Human Rights (PHR, na sigla em inglês) - afirmaram nesta segunda-feira, 28, que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza e disseram que os aliados ocidentais do país têm a obrigação legal e moral de impedir o agravamento da crise.

Organizações internacionais, como a Anistia Internacional, vêm denunciando a campanha militar de Israel como um "genocídio". No entanto, é a primeira vez que importantes grupos israelenses de defesa dos direitos humanos endossam a conclusão.

Guy Shalev, diretor da PHR, disse que os israelense muitas vezes descartam as acusações de genocídio como "antissemitas" ou tendenciosas contra Israel. "Espero que os nossos comunicados façam as pessoas reconhecerem a realidade", afirmou.

Genocídio

O governo israelense afirma que está lutando uma guerra existencial e garante cumprir com o direito internacional. Israel alega que as acusações de genocídio são antissemitas. "A alegação de Israel de que terroristas do Hamas ou membros de outros grupos armados palestinos estavam presentes em instalações médicas ou civis, frequentemente feita sem fornecer qualquer evidência, não pode justificar ou explicar tal destruição generalizada e sistemática", afirma o relatório da B'Tselem.

Os dois grupos de direitos humanos, em relatórios separados, mas lançados ontem conjuntamente, afirmaram que as políticas de Israel na Faixa de Gaza, juntamente com as declarações de autoridades do governo israelense sobre seus objetivos na guerra e o desmantelamento do sistema de saúde do território palestino, contribuíram para a conclusão de genocídio.

Assim como outros grupos de defesa dos direitos humanos, a B'Tselem e a PHR não foram autorizadas a entrar em Gaza durante a guerra. Seus relatórios têm como base relatos, documentos e análises de especialistas jurídicos.

Destruição

O relatório da PHR afirma que Israel cometeu pelo menos três atos que definem o genocídio no direito internacional, incluindo "infligir a determinado grupo condições deliberadas para provocar sua destruição física total ou parcial." "Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão," afirmou Shalev.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.