PF suspeita de decisões 'cruzadas' de desembargadores de MS para favorecer filhos advogados

Política
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Os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul investigados na Operação Ultima Ratio por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais e seus filhos, em sua maioria advogados, mantinham uma relação próxima que se estendia para além do ambiente de trabalho.

Fotos obtidas pela Polícia Federal mostram reuniões informais, churrascos e até viagens em grupo. A reportagem buscou contato com os magistrados e seus filhos, por meio dos escritórios, mas não havia recebido retorno até a publicação deste texto.

O advogado Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, aparece nas fotografias ao lado do pai e dos desembargadores Júlio Roberto Siqueira Cardoso (aposentado) e Vladmir Abreu da Silva. Os magistrados em exercício estão afastados das funções por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os registros também mostram Rodrigo Pimentel em selfies ao lado de Divoncir Schreiner Maran Júnior, filho do desembargador Divoncir Schreiner, suspeito de receber propina para soltar um traficante no plantão judicial.

Rodrigo é apontado como intermediador da venda de decisões. Mensagens trocadas por ele revelam combinações junto a magistrados e a certeza de que as decisões compradas seriam proferidas nos termos encomendados. Em uma das conversas, promete ao interlocutor: "Vai sair hoje!! Certeza!! Perto das 6 da tarde!! Pode falar para seus parceiros aí até o horário pra ver que temos o controle."

Outro detalhe levou a Polícia Federal a acreditar que há "forte vínculo" entre as famílias. Os filhos dos desembargadores são sócios em escritórios de advocacia.

Divoncir Schreiner Maran Júnior e Vanio Cesar Bonadiman Maran, filhos do desembargador Divoncir Schreiner, são parceiros de Diogo Ferreira Rodrigues, filho do desembargador Marcos José de Brito Rodrigues.

Embora não tenham uma sociedade formal, os advogados Marcus Vinicius Machado Abreu da Silva e Ana Carolina Machado Abreu da Silva, filhos do desembargador Vladimir Abreu, tem escritório registrado no mesmo endereço que Rodrigo Pimentel, um edifício comercial em Carandá Bosque, bairro nobre de Campo Grande.

A Polícia Federal acredita que os desembargadores usavam familiares para negociar a venda de decisões e os pagamentos. Segundo a PF, os escritórios de advocacia serviam para receber os pagamentos sem chamar a atenção dos órgãos de investigação.

Um dos esforços da Polícia Federal foi verificar se os desembargadores decidiram a favor de clientes dos escritórios de seus próprios filhos ou dos filhos dos colegas. Os investigadores encontraram pelo menos dez casos nessa linha.

Entre outubro de 2019 e novembro de 2020, o desembargador Sideni Pimentel julgou processos que tinham como parte a Prefeitura de Dourados, que havia contratado o escritório de seu filho, Rodrigo Pimentel, sem licitação. O julgamento, na avaliação da Polícia Federal, é um "forte indício de conluio" e de uso do cargo para beneficiar interesses pessoais do filho advogado.

O desembargador também decidiu processos patrocinado pelos filhos do colega Vladmir Abreu. Da mesma forma, Vladmir Abreu julgou ações do escritório dos filhos de Sideni.

A PF suspeita que havia um pacto entre os desembargadores para emitir decisões que beneficiassem seus filhos "possivelmente de forma cruzada entre as famílias".

"Diante da existência de decisões de tais desembargadores em processos nos quais atuou(aram) filho(s) do outro, entendemos haver indícios da existência de associação criminosa entre as citadas pessoas, no sentido de que as decisões dos referidos desembargadores beneficiem a atuação profissional de seus filhos advogados, possivelmente de forma cruzada entre as famílias, apontando que estes sejam seus operadores na venda de decisões", afirma a Polícia Federal na representação que desencadeou a Operação Ultima Ratio.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul afirma que "os fatos ainda estão sob investigação, não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo".

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

A reportagem buscou contato com os magistrados e seus filhos, por meio dos escritórios, mas não havia obtido qualquer retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.