COP-30 é a hora da Amazônia falar para o mundo o que queremos, diz Lula

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou neste sábado, 16, que os países ricos precisam ajudar a financiar a proteção das florestas remanescentes no planeta.

Lula disse que a Amazônia é assunto em diferentes países do mundo, mas que chegou enfim o momento de a Amazônia dizer ao mundo do que ela precisa. A oportunidade estará dada durante a COP-30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que será realizada no ano que vem em Belém, no Pará.

"Agora chegou a hora da Amazônia falar para o mundo o que nós queremos. As pessoas têm que saber que embaixo de cada copa de árvore tem um ser humano, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um indígena, tem um pequeno trabalhador rural, tem um extrativista. E as pessoas têm que saber que para que a gente possa proteger a nossa floresta, seu povo tem de comer. E para ele comer, os países ricos têm que ajudar a financiar a proteção da nossa floresta, para que a gente possa cuidar com dignidade dela e do nosso povo", discursou Lula, na cerimônia de encerramento do G20 Social, no Rio de Janeiro.

O presidente acrescentou que o documento resultante do G20 Social não é o fim de um processo, mas sim o começo. Ele ainda brincou que faria novo discurso e possivelmente até cantaria durante o show de encerramento do festival Aliança Global Contra a Fome, na noite deste sábado, na Praça Mauá, no centro do Rio.

Lula recebe os líderes mundiais para a reunião de cúpula do G20 na capital fluminense nos dias 18 e 19.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu neste sábado, 16, mobilização popular permanente no G-20 para avançar em pautas prioritárias propostas pelo Brasil. O País enfrenta dificuldades diplomáticas de conseguir compromissos às vésperas da Cúpula de Líderes no Rio, nos dias 18 e 19.

Lula discursou no encerramento do G-20 Social, um fórum paralelo realizado pela primeira vez durante a presidência brasileira. O presidente fez um discurso de improviso depois, em tom político, em que defendeu também a inclusão de países de Ásia, África e América Latina no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Afirmou ainda que vai discursas novamente à noite no festival de música da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, apelidado Janjapalooza. E prometeu cantar.

No evento desta tarde, petista afirmou que a economia e a política internacional não podem ser "monopólio de especialistas nem de burocratas" fechados em escritórios nas principais capitais do mundo - sejam nas bolsas de valores ou nos gabinetes governamentais.

"A mobilização permanente de vocês será fundamental para impulsionar os trabalhos da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e avançar na tributação dos super-ricos, para garantir o cumprimento das metas de triplicar o uso de energias renováveis e antecipar a neutralidade de emissões e para levar adiante nosso chamado à ação pela reforma da governança global, assegurando instituições multilaterais mais representativas", afirmou o petista.

Lula mandou recados claros em função das objeções levantadas pelos representantes do presidente argentino Javier Milei nas negociações prévias e ainda em andamento. Como o Estadão mostrou, Milei abriu cinco frentes de questionamento e pode impor uma derrota diplomática ao G-20 brasileiro.

O petista citou explicitamente os temas discutidos no grupo dedicado a questões de gênero - no fim dos trabalhos, a Argentina se isolou na posição contrária. Também objetou assuntos ligados ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.

"Os membros do G-20 têm o poder e a responsabilidade de fazer a diferença para muita gente. Para as mulheres, ao fomentarem o empreendedorismo e a autonomia econômica feminina, como fez o grupo de trabalho sobre Empoderamento", afirmou Lula. "Para os povos tradicionais e indígenas, ao promoverem os produtos da biodiversidade, como fez a iniciativa sobre a bioeconomia. Para os afrodescendentes, ao adotarem o objetivo do desenvolvimento sustentável 18 sobre igualdade racial, como fez o grupo de trabalho sobre Desenvolvimento. Para o planeta, ao incentivarem a ambição climática em linha com o objetivo de limitar o aquecimento global a um grau e meio, como fez a Força-Tarefa do Clima."

Lula cobrou ainda financiamento climático dos países ricos aos mais pobres e afirmou que os governos precisam "romper com a dissonância cada vez maior entre a voz dos mercados e a voz das ruas". Ele defendeu a adoção de "jornadas de trabalho mais equilibradas", enquanto o Congresso se prepara para debater uma proposta de redução da jornada de trabalho 6x1. O governo não tem ainda uma posição oficial sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

"O neoliberalismo agravou a desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias. O G-20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e promover jornadas de trabalho mais equilibradas", afirmou o presidente.

Três dias após um atentado a bomba em Brasília, o presidente afirmou que os espaços de debate devem ser preservados contra os extremistas. Ele não mencionou diretamente a explosão provocada por Francisco Wanderley Luiz, que se matou em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Precisa preservar o espaço público para que o extremismo não gere retrocessos nem ameace direitos. Precisa se comprometer com a paz para que rivalidades geopolíticas e conflitos não nos desviem do caminho do desenvolvimento sustentável", encerrou o petista, também com uma referência indireta às guerras em curso no mundo.

Lula recebeu um documento com recomendações feitas por entidades e personalidades que participaram dos debates no G-20 Social. A África do Sul sinalizou que vai reeditar a interação social, com ONGs, similar ao fórum Social Mundial.

Por Eduardo Puccioni

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chega amanhã ao Brasil. Vindo de Lima, no Peru, Biden tem como primeiro destino Manaus, onde participará de um passeio aéreo pela Amazônia. O mandatário americano vem ao Brasil para participar de reunião da cúpula do G20.

Após o passeio aéreo, Biden irá participar de um tour pelo Museu da Amazônia, onde fará uma declaração à imprensa. Em seguida, o presidente dos EUA deve embarcar para o Rio de Janeiro, onde será realizada a cúpula do G20.

Já no Rio, na segunda-feira, 18, Biden participará do evento de lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. No G20, Biden irá participar da recepção dos líderes dos países.

Na terça-feira, 19, Biden participará do segundo dia de conversas no G20, e de almoço de trabalho com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda na terça-feira, Biden retorna à Casa Branca, no

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou há pouco o hotel onde está hospedado, em Copacabana, para participar da edição brasileira do G20, para um encontro bilateral com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que não estava na agenda oficial. Mais tarde, Lula vai participar do Festival de Cultura Aliança Global contra a Fome, que será realizado no Pier Mauá, no Centro da cidade.

Lula foi acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Janja da Silva, a esposa do presidente, não acompanhou a comitiva. Na véspera, Janja teve um encontro com Hidalgo, quem conversou sobre mudança climática e justiça social, segundo divulgou em uma rede social.

Pela manhã, Lula teve a sua primeira reunião bilateral do G20, com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e outras estão programadas para os próximos dias, entre elas, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron, e com os primeiros ministros do Reino Unido, Keir Starmer, e da Itália, Giorgia Meloni. São ainda esperadas reuniões com líderes do Japão, Malásia, Egito, Emirados Árabes e África do Sul.