Para Perillo, eleitor enxergou o PSDB 'fazendo o jogo do PT'

Política
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"Decisões erradas" do PSDB nos últimos anos são o motivo da expressiva queda que o partido sofreu nas eleições de 2024, na avaliação do presidente nacional da legenda tucana, Marconi Perillo. O partido ocupava o quarto lugar no ranking dos que mais elegeram prefeitos há quatro anos, com 523, e em 2024 fez apenas 272, quase a metade. No contexto de polarização entre lulopetismo e bolsonarismo, o ex-governador de Goiás avaliou como um dos principais erros a artilharia mirada em Jair Bolsonaro (PL), sobretudo em São Paulo.

"A gente começou a bater só em Bolsonaro e deixamos de bater no PT, que é nosso adversário histórico. Isso incomodou muito nosso eleitor, que então migrou para o bolsonarismo de vez, achando que estávamos fazendo o jogo do PT", disse Perillo ao Estadão. "Bater só em Bolsonaro foi um erro. Acabamos perdendo nosso eleitor mais conservador."

O dirigente também citou a escolha de não lançar candidatura própria em 2022 como crucial para o declínio da sigla em representação no Congresso. Os tucanos viveram momento de crise interna depois das prévias em que o ex-governador de São Paulo João Doria, à época no PSDB, foi escolhido para disputar a Presidência. Doria venceu, mas desistiu da candidatura tempos depois. Os tucanos, então, decidiram apoiar Simone Tebet (MDB) para a Presidência. "Fomos reduzidos a 13 deputados federais e um senador por conta dos ataques que sofremos em São Paulo. Tem sido uma luta árdua, mas fértil. É hora de recomeçar, percebo um ânimo novo", disse Perillo.

O desempenho do PSDB em 2024 tem sido avaliado a partir dos fracassos em São Paulo: na capital, a candidatura a prefeito de José Luiz Datena ficou mais marcada por uma cadeirada do que pela competitividade ou pela votação obtida no primeiro turno (111.733 votos, 1,84% do total); na Grande São Paulo, a sigla comandará apenas um dos 39 municípios. Por outro lado, o partido comemora vitórias em Pernambuco, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

De acordo com Perillo, a ressaca das eleições tem sido um retorno ao planejamento no diretório nacional tucano. Além de avaliar caminhos para atrair novas lideranças competitivas para 2026, o partido terá reuniões para discutir a possibilidade de fusão com outras siglas ou para, ao menos, tentar aumentar a federação hoje formada com o Cidadania.

"Vamos avaliar o que é melhor para o conjunto de partidos menores. Buscaremos, em decisão com o Cidadania, aumentar nossa federação", disse o presidente da legenda. Possibilidades de fusão vêm sendo discutidas com siglas da centro-esquerda à centro-direita, como o Solidariedade, o PDT e o Podemos.

'ESPÓLIO'. Os votos que fizeram o PSDB eleger 523 prefeitos em 2020 se dissolveram neste ano por candidaturas de 15 siglas. Nesses municípios, os tucanos conseguiram manter apenas 24% das prefeituras conquistadas em 2020. Quem mais se beneficiou foi o PSD, que comandará 95 prefeituras onde os tucanos venceram quatro anos atrás. PL, com 59, e União Brasil, com 58, vêm na sequência.

Antes mesmo da eleição deste ano, o número de prefeituras tucanas já era bem menor do que o conquistado em 2020: durante os quatro anos de mandato, sobraram apenas 296 prefeitos do PSDB, debandada tratada como "vendaval" pela direção tucana. Para o ex-governador de Minas e deputado federal Aécio Neves (PSDB), a sigla precisa agora se manter no centro político. "Temos a oportunidade de reconstruir nossa narrativa, nosso discurso, liderando ou participando de um projeto ao centro, que fuja do radicalismo e dos extremos."

O cientista político Creomar de Souza, da Dharma Politics, vê a sigla sob risco de cair em um "ostracismo político". "O declínio do PSDB tem um componente geracional. A geração que veio depois da geração de fundadores não conseguiu manter os rumos do partido."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Aranhas-bananeira gigantes, aranhas-caçadoras rastejantes do tamanho de uma mão humana, aranhas de teia de tenda... A Ilha de Guam, um pequeno território americano no meio do oceano Pacífico ocidental, está sofrendo com uma "superpopulação" de aranhas: Guam tem 40 vezes mais aranhas do que as ilhas vizinhas - e uma população de cobras invasoras tão vorazes que esvaziaram as florestas de todos os pássaros. As informações são de reportagem da BBC.

Haldre Rogers, professor do Departamento de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Virginia Tech, nos EUA, que estuda a ecologia de Guam há 22 anos, contou à BBC que ele e sua equipe de cientistas descobriram que, durante a estação úmida, havia 40 vezes mais aranhas nas florestas de Guam do que nas ilhas vizinhas de Rota, Tinian e Saipan, enquanto na estação seca, quando as populações de aranhas na região geralmente aumentam, havia 2,3 vezes mais aranhas em Guam.

Segundo as projeções da equipe de Rogers, as florestas de Guam abrigam pelo menos 4.064.000.000 de olhos de aranhas e um número igual de pernas peludas e articuladas.

Cobras invasoras

As aranhas não são o único problema. A cobra-arbórea-marrom - uma espécie invasora que acredita-se ter sido introduzida inadvertidamente em Guam na década de 1940 - também preocupa autoridades locais. Das 12 espécies de aves que existiam em Guam até a chegada desta cobra, hoje 10 estão extintas na ilha.

A população ofídia de Guam, composta por cerca de dois milhões de cobras - ninguém sabe ao certo quantas são -, devora tudo o que encontra, inclusive ratos, musaranhos e restos humanos, segundo a reportagem.

"Elas comem qualquer coisa, inclusive umas às outras", disse para a BBC Henry Pollock, diretor executivo da Southern Plains Land Trust, uma organização sem fins lucrativos do Colorado. Pollock já estudou a ecologia de Guam.

Nas últimas décadas, autoridades da vida selvagem usaram vários métodos para tentar de eliminar a cobra marrom de Guam, mas os répteis estão vencendo. Foram feitas buscas visuais, repelentes, substâncias irritantes, armadilhas, venenos, produtos químicos mortais e até vírus como arma biológica, ainda segundo a BBC. Apesar dos esforços de um orçamento anual que gira em torno de US$ 3,8 milhões, as cobras continuam presentes em grande número.

Saiba mais sobre Guam

Guam, uma ilha de 550 quilômetros quadrados, foi descoberta em 1521 pelo navegador português Fernando de Magalhães, mas foi ocupada desde 1526 pela Espanha. Virou colônia dos Estados Unidos por meio do Tratado de Paris, de 1898, que pôs fim à Guerra Hispano-Americana. Foi invadida pelo Japão em dezembro de 1941, no início da Guerra do Pacífico, mas recuperada pelos Estados Unidos em 1944.

Guam tem status de território não incorporado dos Estados Unidos, como Porto Rico. Seus 162 mil habitantes, dos quais 40% pertencem à população indígena chamorro, são cidadãos americanos, mas com direitos limitados - não podem participar das eleições nos Estados Unidos, e o único representante da ilha no Congresso não tem direito a voto nos projetos de lei.

Antes da largada do G-20 no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar neste domingo, dia 17, de 11 reuniões fechadas com chefes de Estado e de governo que já chegaram ao Brasil. Todos os encontros, individuais, ocorrerão no Forte de Copacabana. Serão recebidos por Lula os líderes de África do Sul, Malásia, Itália, Emirados Árabes Unidos, União Europeia, Vietnã, Angola, Turquia, Egito, França e Bolívia.

Além de assuntos bilaterais e de negócios entre o Brasil e esses países, o presidente deve tratar dos temas prioritários do G-20 e da tentativa de finalizar as discussões, emperradas por questões geopolíticas e clima. O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou antes a Argentina na esperança de destravar as cinco frentes de objeção levantadas pelo presidente Javier Milei e que podem impor uma derrota ao G-20 de Lula.

Outro assunto permanente na agenda com Macron é a resistência do seu agronegócio e do seu país ao acordo entre Mercosul e União Europeia, pauta também de discussões com Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia.

Conflitos globais

O G-20 também precisa ainda aparar arestas relacionadas à mensagem que vão enviar sobre os conflitos globais, como a guerra na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A solução encontrada até agora poupa de críticas diretas e nominais a Rússia e Israel, o que gerou insatisfação. O tema tende a entrar em pauta no domingo, já que Lula conversará com primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, presidente atual do G-7, grupo aliado da Ucrânia.

Já África do Sul, Turquia, Egito e Emirados Árabes Unidos devem abordar a situação nos territórios palestinos, agora assunto no G-20 por causa da guerra movida por Israel contra o grupo terrorista Hamas.

O presidente dedica o dia quase inteiro às discussões face a face com presidentes e primeiros-ministros, de países membros e convidados ao G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo. A única exceção é um compromisso com prefeitos, na iniciativa Urban 20, liderada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Na terça-feira, dia 19, a expectativa do Palácio do Planalto é que Lula faça reuniões no Museu de Arte Moderna com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros ministros da Índia, Narendra Modi, do Japão, Shigeru Ishiba, e do Reino Unido, Keir Starmer.

Lista de bilaterais confirmadas para este domingo

Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa

Primeiro-Ministro da Malásia, Anwar Ibrahim

Primeira-Ministra da República Italiana, Giorgia Meloni

Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Sheikh Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

Primeiro-Ministro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh

Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço

Presidente da República da Türkiye, Recep Tayyip Erdogan

Presidente da República Árabe do Egito, Abdel Fattah El-Sisi

Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron

Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Luis Arce

A primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, xingou neste sábado, 16, o bilionário Elon Musk, que rebateu dizendo que o atual governo vai "perder a próxima eleição'. A mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hostilizou o empresário no Rio, onde participa de atividades relacionadas ao G-20. A reportagem fez contato com a assessoria de Janja para comentar o assunto, mas ainda não recebeu resposta.

Janja participava de uma mesa de debates com o influenciador Felipe Neto sobre combate à desinformação no Cria G-20, um dos eventos paralelos à Cúpula de Líderes, que ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio.

Ao fim do painel, ela pediu a palavra para destacar a dificuldade de aprovação de leis para regulamentar plataformas de mídias sociais e reforçou seu impacto em tragédias climáticas por causa da disseminação de informações falsas.

Então, sem razão aparente, abaixou-se por causa do que parecia ser um ruído no ambiente onde estava. Ela interrompeu o discurso e disparou: "Acho que é o Elon Musk. Eu não tenho medo de você. Inclusive, fuck you, Elon Musk", disse Janja.

O bilionário reagiu em seu perfil no X momentos depois, indicando por meio da sigla "lol" que estava dando risadas do ocorrido. Ao comentar outro post na plataforma, Musk afirmou que "eles", em indicação ao governo atual, vão perder as próximas eleições.

Musk é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e travou em embate com o Supremo Tribunal Federal sobre desrespeito a ordens legais no Brasil. Ele associava o tribunal ao governo Lula, mas, no evento, Janja afirmou que Moraes é um "grande parceiro" no combate à desinformação.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também tentou explorar politicamente a declaração, afirmando em post no X que o Brasil tem novo problema diplomático.

Lula já mandou uma série de indiretas a Musk antes, sobretudo criticando suas operações da SpaceX. Ele foi agora apontando recentemente para integrar o futuro governo Donald Trump, como chefe do departamento de eficiência.

Nesta semana, Janja também criticou a Argentina de Javier Milei por se opor ao avanço de pautas de gênero, no momento em que a diplomacia brasileira e até a francesa se esforçam para convence-lo a ceder e aprovar um resultado final no G-20.