'Recursos de US$ 800 bi para cidades existem, queremos fundo garantidor', diz Paes no G20

Política
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse neste domingo que os recursos pleiteados pelas cidades aos líderes do G20 - US$ 800 bilhões públicos ao ano com foco em ações climáticas - existem, e que a proposta do grupo de governantes municipais diz principalmente sobre a criação de um fundo garantidor para acelerar a chegada do dinheiro na ponta.

"Os recursos na verdade já existem. O que nós entregamos, muito concretamente, foi a proposta de criação de um fundo garantidor que torne mais fácil a chegada desses recursos nos governos locais". Ele falou a jornalistas ao lado das prefeitas de Phoenix (EUA), Kate Gallego, e da prefeita de Freetown, a capital de Serra Leoa, Aki Sawyerr.

Paes disse que não se trata de uma carta com recomendações, mas de um "modelo mais objetivo", que usa os recursos dos bancos multilaterais, como Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporação Andina de Fomento (CAF) e Banco dos Brics (NDB), sob a garantia do fundo citado para que tenham mais chances de chegarem ao nível municipal.

"O grande desafio é como pegar esses recursos e fazer com que cheguem nos municípios, já que eles precisam sempre da garantia dos governos centrais. A modelagem que nós apresentamos permite que esses recursos possam superar esse obstáculo", disse Paes.

Ele sugere a exclusão dos recursos das contas nacionais e sua não implicação nas métricas e endividamento das prefeituras.

"Hoje, no exemplo do Rio, na hora em que o governo brasileiro precisa autorizar o endividamento que eu eventualmente consiga junto a uma instituição internacional, isso entra nas contas nacionais do Brasil. Como o governo federal vai ser o garantidor, isso entra no balanço dele. O fundo que nós propomos tira essa etapa, e o governo brasileiro não precisa colocar na sua contabilidade", diz.

Segundo Paes, "é claro" que a instituição financeira a emprestar os recursos vai observar a circunstância financeira das prefeituras para saber se será reembolsada. Mas o novo formato "flexibiliza muito" ao levar em consideração apenas as contas do município e não mais as contas nacionais. "É o meu balanço e não o balanço do governo federal (que vai pesar). É isso", disse o prefeito do Rio.

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O chanceler alemão, Olaf Scholz, reforçou o apoio à Ucrânia em mensagem na rede social X, após o país ter sido atacado por drones da Rússia neste domingo, 17. "A Ucrânia pode contar com muitos amigos no mundo - especialmente com a Alemanha", escreveu.

Na postagem, Scholz reforça que seria uma ilusão do presidente russo, Vladimir Putin, acreditar que o apoio alemão à Ucrânia diminuiria, mas sem mencionar diretamente a guerra ou o ataque deste domingo. "Essa é uma mensagem importante para o encontro do G20, para o qual estou a caminho agora", salientou.

A declaração foi feita após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticar Scholz por ter realizado um telefonema a Putin na semana passada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve reunião bilateral com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, neste domingo, 17, na véspera da reunião do G20, no Rio de Janeiro.

De acordo com nota do Palácio do Planalto, participaram do encontro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; Agricultura, Carlos Favaro; Relações Exteriores, Mauro Vieira; e Minas e Energia, Alexandre Silveira - além do assessor especial Celso Amorim.

Segundo o comunicado, Lula e Meloni conversaram sobre a Enel, empresa de capital mista com participação do Estado italiano, e sobre "a necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado pela empresa, em especial, em São Paulo".

Em outubro, milhares de clientes em São Paulo foram afetados pela interrupção do fornecimento de energia elétrica pela Enel. Na ocasião, a empresa atribuiu os problemas aos impactos dos temporais.

O texto diz que Meloni afirmou que as empresas italianas têm planos de investir 40 bilhões de euros no Brasil e falou sobre a atualização dos acordos de parceria e cooperação. Lula explicou a Meloni sobre as prioridades da presidência brasileira no G20 e convidou a primeira-ministra para uma visita ao País após o evento.

O texto diz que Meloni lembrou que há 800 mil cidadãos italianos e 30 milhões de descendentes italianos no Brasil. Conforme a publicação, Meloni disse que "essa sua primeira viagem à América Latina não esgota a necessidade de uma nova visita ao Brasil".

Em sua segunda reunião bilateral neste domingo, 17, véspera da reunião do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, com quem conversou sobre a cooperação entre os dois países em áreas como semicondutores, comércio e pesquisa agrícola. Desde 2012, a empresa da Malásia, Petronas, atua na área de petróleo e gás natural no Brasil.

Esta foi a segunda reunião bilateral do presidente Lula no dia de hoje. Antes, recebeu o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Além de negócios entre os países, os dois líderes debateram a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que o Brasil lançará amanhã do G20.

Participaram da reunião os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, da Fazenda, Fernando Haddad, da Agricultura, Carlos Fávaro, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Também participaram o assessor especial, Celso Amorim, e o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa.

O primeiro-ministro da Malásia afirmou que esta é a sua primeira visita ao Brasil e informou ao presidente Lula que ele tem muitos admiradores na Malásia, "pelo seu significado na área da justiça social e por sua tenacidade", disse Ibrahim em nota divulgada pela Presidência do Brasil. Os dois líderes também falaram do apoio à posição brasileira de reforma na governança global e compartilharam experiências sobre o combate à fome e a experiência de cada país.

Os dois políticos também falaram sobre o bom momento da economia malaia e sobre a presença no Brasil de empresas da Malásia, como a Petronas, que produz cerca de 52 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), se posicionando entre as maiores 10 produtoras do País. Os dois líderes discutiram a ampliação das relações em comércio e em pesquisa agrícola.