Entenda atuação de Mauro Cid e Braga Netto no plano para matar Lula e Alckmin

Política
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O plano dos "kids pretos" para executar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), então presidente e vice eleitos, foi discutido na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice na chapa do PL na eleição presidencial de 2022, segundo as investigações da Polícia Federal (PF).

Foram presos Mário Fernandes, general da reserva e ex-ministro interino de Jair Bolsonaro, e os militares das Forças Especiais Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. O policial federal Wladimir Matos Soares também foi detido. As Forças Especiais do Exército Brasileiro são conhecidas como "kids pretos".

De acordo com o inquérito, Braga Netto, homem forte do governo Bolsonaro, era uma peça-chave no plano de golpe de Estado. O general da reserva seria o coordenador-geral de um "Gabinete Institucional de Gestão da Crise" caso a ruptura ocorresse. O encontro para planejar as execuções foi confirmado pelo tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid e vai ao encontro de materiais apreendidos com o general Mário Fernandes. O general Braga Netto foi procurado pelo Estadão, mas não respondeu até a publicação deste texto.

O planejamento para executar a chapa eleita em 2022, que também mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi identificado a partir de mensagens apagadas do celular de Mauro Cid. Os arquivos foram recuperados pela investigação e motivaram a Operação Contragolpe, que apura os responsáveis por um plano conhecido como "Punhal Verde e Amarelo".

Segundo a Polícia Federal, a reunião na casa de Braga Netto ocorreu no dia 12 de novembro. No encontro, o "planejamento operacional para a atuação dos 'kids pretos' foi apresentado e aprovado". A reunião contou com a participação dos tenentes-coronéis Mauro Cid e Hélio Ferreira Lima e do major Rafael Martins de Oliveira.

Ainda de acordo com a PF, o plano de execuções seria colocado em prática no dia 15 de dezembro de 2022. O planejamento se valia de uma ação de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes no dia previsto para o ataque. Essa ação foi denominada pelos envolvidos de "Operação Copa 2022" e também envolvia o envenenamento de Lula. Ao menos um veículo do Batalhão de Ações de Comandos foi utilizado pelos militares, segundo o inquérito.

A investigação da PF aponta que o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), o general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, seria o "responsável operacional" por mobilizar os "kids pretos" no plano. O general nega.

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