Gilmar Mendes diz que tentativa de golpe é crime e descarta anistia

Política
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou nesta quinta-feira, 21, que as novas revelações da Polícia Federal (PF), decorrentes da Operação Contragolpe, confirmam, de fato, a existência de uma tentativa de golpe de Estado no País durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mendes destacou que os casos revelados configuram crimes, refutando a tese de que seriam apenas atos preparatórios, sem previsão de punição na legislação brasileira. Ele também defendeu que não há necessidade de afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que apura os atos golpistas, mesmo sendo um dos alvos do grupo investigado. Além disso, classificou como "sem sentido" a proposta de anistia e reforçou a necessidade de uma reação judicial e legislativa para evitar que episódios como esse se repitam.

"A tentativa de qualquer atentado contra o Estado de Direito, ela já é em si criminalizada, de modo que já é um crime consumado. Até porque, quando se faz o atentado contra o Estado de Direito e ele se consuma, o Estado já não mais existe. Os fatos são extremamente graves, preocupantes, nós precisamos ter aprendido com isso e acho que devemos reagir judicialmente, devemos reagir legislativamente, fazer as reformas necessárias para que episódios como esse não mais se repitam. Não faz sentido algum sequer falar em anistia diante da gravidade do delito e de delitos que estão sendo ainda investigados", disse.

A declaração do ministro, feita durante um congresso promovido pela Associação Brasileira dos Planos de Saúde, em São Paulo, ocorreu após as revelações da PF sobre um suposto plano dos "kids pretos" do Exército para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e Moraes, após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

No mesmo evento, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, também comentou a operação da PF, afirmando que o País esteve mais próximo do "inimaginável" do que se supunha. Assim como Gilmar Mendes, Barroso refutou a possibilidade de anistia e defendeu que os envolvidos sejam devidamente punidos.

"Felizmente, as lideranças das Forças Armadas não embarcaram nessa aventura desastrada. E acho que é necessário punir quem precisa ser punido. O país tem muita dificuldade em aplicar punições. Se não punirmos isso, na próxima eleição, quem perder vai achar que pode fazer a mesma coisa", completou.

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O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, está livre e com caminho aberto para buscar o segundo mandato como líder alemão, após o popular ministro da Defesa, Boris Pistorius, se retirar da disputa. Em vídeo publicado na noite da quinta-feira, 21, ele informa à liderança do partido que "não está disponível para uma candidatura ao cargo de chanceler". "Olaf Scholz é um chanceler forte e é o candidato certo para chanceler", disse.

Nesta sexta-feira, Scholz e líderes do Partido Social-Democrata (SPD) prometeram lutar para se recuperarem de um amplo déficit nas pesquisas para a próxima eleição, que está prevista para acontecer em 23 de fevereiro.

Eles insistiram que os anos de Scholz no poder trouxeram sucessos e que os social-democratas não foram responsáveis pelas brigas internas que levaram o impopular governo de coalizão formada por três partidos a entrar em colapso. Fonte: Associated Press.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o Irã na quinta-feira, 21, por falta de cooperação. A acusação foi feita pela segunda vez em um intervalo de cinco meses. O conselho de fiscalização nuclear do órgão também pediu que Teerã fornecesse respostas em uma investigação sobre partículas de urânio encontradas em dois locais que não foram declarados como instalações nucleares.

A resolução vem na esteira de um relatório confidencial do início desta semana, no qual a AIEA disse que o Irã desafiou as demandas internacionais para controlar seu programa nuclear e aumentou seu estoque de urânio enriquecido para níveis próximos ao de armas.

Dezenove membros do conselho da AIEA votaram a favor da resolução. Rússia, China e Burkina Faso se opuseram, 12 se abstiveram e um não votou, de acordo com diplomatas que falaram sob condição de anonimato para descrever o resultado da votação a portas fechadas.

A resolução, que foi apresentada por França, Alemanha e Grã-Bretanha e apoiada pelos Estados Unidos, chega em um momento crítico, antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca. Fonte: Associated Press.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu selecionar o financista Kevin Warsh como seu secretário do Tesouro com o entendimento de que ele poderia ser indicado para liderar o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quando o mandato de Jerome Powell terminar, em maio de 2026, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Trump discutiu o possível acordo com Warsh durante uma reunião na quarta-feira, 20, em Mar-a-Lago, o clube privado do presidente eleito na Flórida, segundo fontes.

Warsh é um dos favoritos para liderar a pasta, mas até a noite de quinta-feira, 21, Trump não havia decidido quem escolheria para a posição crucial do gabinete. O republicano ainda estava avaliando como abordaria a vaga no Fed e provavelmente não tomaria uma decisão final até mais perto do fim do mandato de Powell como presidente.

Trump está pensando em escolher o investidor Scott Bessent para liderar o Conselho Econômico Nacional com o objetivo de nomeá-lo como secretário do Tesouro, mais adiante, se Warsh se tornar presidente do Fed, disseram algumas fontes.

Outro possível nome para o Tesouro seria o CEO da Apollo Global Management, Marc Rowan. Trump tem deliberado a portas fechadas por dias sobre sua escolha para o posto. Fonte: Dow Jones Newswires.