Zanin autoriza retorno ao cargo do presidente do TJ-MS investigado por venda de sentenças

Política
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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o desembargador Sérgio Fernandes Martins a reassumir a presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele é investigado Operação Ultima Ratio, que se debruça sobre suspeitas de corrupção e venda de decisões judiciais.

Com a decisão, o desembargador também não vai mais precisar usar tornozeleira eletrônica e poderá voltar a frequentar o prédio do Tribunal de Justiça. O Estadão pediu posicionamento da defesa, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto.

A decisão atendeu a um pedido do desembargador. A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável à volta dele ao cargo.

Em nota, o Tribunal de Mato Grosso do Sul informou que, "com a plena restauração de suas prerrogativas", o desembargador retomará suas atividades administrativas e judiciais até o término do mandato.

Em outubro, Sérgio Martins e outros quatro desembargadores de Mato Grosso do Sul foram afastados das funções por 180 dias. Desde então, a presidência da Corte é ocupada interinamente pelo desembargador Dorival Renato Pavan, vice-presidente do tribunal.

O afastamento foi determinado pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), antes do envio do inquérito ao STF. Segundo a decisão, o afastamento era necessário para preservar a "confiança pública nas instituições" e para "fazer cessar a prática criminosa".

"Ademais, os fatos até então constatados são de extrema gravidade, visto que colocam em xeque a atividade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso de Sul e a credibilidade de suas decisões. Nesse sentido, o afastamento é necessário para o restabelecimento da integridade, probidade e seriedade da Corte Estadual", justificou o ministro Francisco Falcão na ocasião.

Antes de assumir o cargo no Tribunal de Mato Grosso do Sul, o desembargador foi sócio do advogado Félix Jayme da Cunha, apontado como operador do esquema de venda de decisões, em um escritório de advocacia em Campo Grande.

Sérgio Martins participou de julgamentos que, segundo apontam mensagens obtidas na investigação, foram negociados em troca de propinas. A Polícia Federal investiga se ele tinha conhecimento do esquema.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, esteve em Mato Grosso do Sul na semana passada para um evento institucional e, diante dos magistrados do Estado, defendeu que ninguém deve ser condenado antes do julgamento.

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O presidente norte-americano, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 14, que o EUA desarmarão o Hamas caso o grupo terrorista não aceite a proposta de entregar as armas. A medida está prevista na segunda fase do plano de paz para Gaza.

"Se eles não se desarmarem, nós os desarmaremos. E isso acontecerá rapidamente e, talvez, violentamente", afirmou Trump na Casa Branca, dias depois de ter visitado o Oriente Médio para celebrar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.

No sábado, entrevista à AFP, um líder do movimento islamista palestino informou, sob condição de anonimato, que o desarmamento está "fora de discussão e não é negociável".

Em entrevista ao Estadão na semana passada, Michael Milshtein, especialista em Estudos Palestinos e chefe do Fórum de Estudos Palestinos no Centro Moshe Dayan de Estudos do Oriente Médio e da África na Universidade de Tel-Aviv, disse acreditar que o Hamas não vai acabar nem depor as armas. "O Hamas diz que Deus está com aqueles que são pacientes. Eles sabem que agora é um momento de contenção, mas vão voltar no futuro", afirmou.

Nesta terça-feira, 14, Israel anunciou a decisão de reduzir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pela metade depois que o Hamas entregou apenas quatro corpos de reféns israelenses na segunda-feira, 13.

Pelo acordo de cessar-fogo, o grupo terrorista deveria ter devolvido todos os corpos, mas o Hamas citou dificuldades para localizar os restos mortais de todos os reféns em meio aos escombros de Gaza.

Apesar disso, o grupo terrorista informou aos mediadores que irá transferir outros quatro corpos de sequestrados a Israel às 22h no horário local (16h no horário de Brasília), de acordo com informações da Agência Reuters. Segundo o Canal 12 de Israel, outros quatro corpos serão transferidos na quarta-feira, 15.

Em uma publicação na rede social Truth Social, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a libertação de todos os corpos de reféns. O republicano também disse que as negociações para a segunda fase de seu plano de paz para a Faixa de Gaza já começaram.

*Com informações de agências internacionais.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que ordenou um ataque letal contra uma embarcação ligada a uma "Organização Terrorista Designada" (DTO, na sigla em inglês) nas proximidades da costa da Venezuela. Em publicação na Truth Social, ele afirmou que a operação foi realizada "sob minhas autoridades permanentes como comandante em chefe" e conduzida pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth.

Segundo Trump, o alvo estava "envolvido em narcotráfico na área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM)" e a inteligência americana confirmou que a embarcação "estava associada a redes ilícitas de narcoterrorismo" e seguia por uma rota conhecida de DTO.

O ataque, disse o presidente, ocorreu em águas internacionais, resultando na morte de seis pessoas a bordo da embarcação. Trump destacou ainda que nenhuma força dos EUA foi ferida durante a ação.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou decepção em relação ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, por continuar a guerra contra a Ucrânia, em rodada da perguntas e respostas com jornalistas nesta terça-feira, 14. "Eu e Putin tínhamos uma relação boa; não há motivos para continuar guerra. Ele não quer terminar o conflito, a economia russa irá colapsar", disse.

Poucos minutos depois, o republicano afirmou que ele e o líder russo ainda "tem um bom relacionamento".

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que também estava presente no local, defendeu que a Europa precisa aumentar a pressão sobre Moscou.

Em relação à paralisação do governo, Trump disse que o shutdown não deveria ter acontecido e que, na sexta-feira, o governo terá uma lista sobre o fechamento de programas democratas.