Segunda cirurgia de Lula na cabeça em três dias teve êxito, afirma Kalil

Política
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O novo procedimento médico feito no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na manhã desta quinta-feira, 12, no Hospital Sírio-Libanês, foi considerado "um sucesso" pela equipe que acompanha Lula. A intervenção foi definida pelos médicos do presidente como uma complementação à cirurgia de emergência na cabeça à qual ele foi submetido há dois dias.

A embolização da artéria meníngea, que teve início às 7h25 e acabou por volta das 8h, foi descrita pelo médico Roberto Kalil como uma espécie de cateterismo, com o objetivo de reduzir o risco de novos sangramentos associados a hematomas subdurais (localizados entre o cérebro e o crânio). A primeira cirurgia foi realizada para drenar um hematoma causado por uma queda do presidente, em outubro.

Kalil destacou que a técnica não exigiu anestesia geral. "O procedimento foi realizado sob sedação. Tanto que, logo após o procedimento, o presidente já estava acordado e conversando", afirmou. A equipe apresentou novos esclarecimentos em entrevista com a participação dos médicos José Guilherme Caldas (neurorradiologista), Rogério Tuma (neurologista), Marcos Stavale (neurocirurgião), Ana Helena Germoglio (infectologista) e Kalil, que é cardiologista.

Marcos Stavale informou que o risco de um novo sangramento é estatisticamente desprezível. "Ele está neurologicamente perfeito, está ótimo, conversando. Hoje foi um procedimento para que nós não enfrentemos no futuro o que aconteceu nesta última jornada que ele passou", disse o médico em referência ao episódio da última segunda-feira, 9.

Segundo Kalil, o dreno que havia sido colocado na cabeça do presidente na primeira cirurgia seria retirado ontem, e ele permanece em observação.

Longe do estresse

A equipe médica explicou que Lula, que tem 79 anos, permanecerá no mesmo local da UTI e que, a partir de hoje, os equipamentos de monitoramento intensivo poderão ser retirados. "A recomendação é de repouso relativo. Evitar qualquer tipo de estresse que é praticamente impossível na posição dele", ressaltou Kalil.

O médico Rogério Tuma explicou ainda que na queda que sofreu o presidente teve hematomas nos dois lados do crânio - um deles havia sido absorvido pelo organismo. "O presidente está normal. Está muito bem e apto a praticar qualquer ato da vida civil. A única coisa é que há recomendação médica para que não se esforce física e mentalmente", disse Tuma.

Kalil acrescentou que o presidente não ficou com nenhuma sequela da hemorragia no cérebro nem dos procedimentos médicos realizados. "Após a alta hospitalar, o presidente poderá ir para Brasília, provavelmente na segunda ou terça-feira, 10. Quer dizer, pode ser um dia a mais ou a menos, dependendo da evolução, que tem sido muito boa. Do Palácio, ele poderá retomar uma agenda de despachos sem qualquer problema", afirmou Kalil.

Visitas

"O que define o cuidado na UTI do presidente, assim como de qualquer outro paciente, é a monitorização contínua, que, para o leigo, são aqueles dispositivos colocados no peito que mostram gráficos na televisão", explicou a médica Ana Helena Germoglio. "Atualmente, o presidente está sendo monitorado. Quando retirarmos essa monitorização contínua, isso indicará que ele não estará mais sob os cuidados da UTI. No entanto, em relação ao espaço físico, ele continuará no mesmo local onde está alojado", disse.

Os médicos afirmaram ainda que as visitas permanecerão proibidas enquanto Lula estiver internado. Atualmente, só familiares podem ter contato com o presidente. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acompanha o marido no hospital. "As visitas ficarão proibidas até a alta médica", disse Kalil.

Janja posta foto antiga e diz que presidente está bem

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou ontem, em suas redes sociais, uma foto antiga ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na publicação, feita no X (antigo Twitter), Janja disse que Lula em breve estará "em casa e plenamente recuperado". A primeira-dama também afirmou que a equipe médica, que está com o petista no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, está tranquilizando e atualizando ela sobre o estado de saúde do presidente.

Na postagem, Janja citou as três cachorras de estimação dela e do presidente: Paris, Esperança e Resistência. A primeira-dama chamou os pets do casal de "filhas de quatro patas".

"Ele está muito bem e em breve estaremos em casa, curtindo e sorrindo com nossas filhas de quatro patas, especialmente a dengosa da Paris que, junto com a Resistência e a Esperança", afirmou a primeira-dama.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Discutindo o desenrolar da situação na Síria em reunião virtual do G7, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que a queda do regime brutal de Assad deve ser bem-vinda, mas que o grupo deve se manter atento ao que virá em seguida. A prioridade deve ser a segurança do povo sírio e, ao mesmo tempo, apoiar uma transição política que leve a uma governança confiável, inclusiva e não sectária em nome dos sírios.

Todos os líderes concordaram que a integridade territorial, a independência e a soberania da Síria devem ser respeitadas durante todo o processo de transição e no futuro.

Em relação à Ucrânia, o primeiro-ministro afirmou que, como Moscou não dá sinais de que vai ceder, é vital que outros líderes do G7 continuem "maximizando a dor de Putin", aumentando o apoio militar aos ucranianos e intensificando a pressão econômica, inclusive por meio de novas sanções.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira , 13, durante uma visita à Turquia que continua sendo imperativo combater o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) na Síria após a queda de Bashar Assad. A Turquia é a principal apoiadora dos rebeldes do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que liderou a derrubada do ditador sírio, e tem raízes na Al-Qaeda, assim como o Estado Islâmico. Analistas têm apontado o presidente turco, Recep Erdogan, como o principal ganhador regional com a mudança de regime na Síria.

Blinken chegou à capital turca na noite de quinta-feira, como parte de uma viagem regional com foco na crise na Síria, e se reuniu com Erdogan em um lounge no aeroporto de Ancara. "Os Estados Unidos trabalharam arduamente durante vários anos para eliminar o califado territorial do Estado Islâmico e garantir que essa ameaça não reapareça", disse Blinken, ao lado do chanceler turco Hakan Fidan. "E é imperativo que mantenhamos esses esforços"

Fidan disse que a Turquia está comprometida em alcançar a estabilidade na vizinha Síria e impedir o que os jihadistas se fortaleçam. "Nossas prioridades incluem garantir a estabilidade na Síria o mais rápido possível, impedir que o terrorismo ganhe terreno e impedir que o Estado Islâmico e o PKK prevaleçam lá", disse Fidan, referindo-se ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que a Turquia considera uma organização terrorista.

Mais tarde, em Bagdá, Blinken reiterou sua mensagem em uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani. "Acho que também é hora de o Iraque fortalecer sua própria soberania, bem como sua estabilidade, segurança e sucesso no futuro", declarou. "Ninguém mais do que o Iraque sabe a importância da estabilidade na Síria para evitar o ressurgimento do grupo jihadista."

O primeiro-ministro iraquiano, por sua vez, afirmou que seu país espera ações tangíveis e não apenas palavras do novo governo interino sírio.

Turquia ganha importância

Analistas dizem que a Turquia é a maior vencedora da guerra civil síria, com mais influência do que nunca sobre os rebeldes que agora controlam a maior parte do país. Erdogan há muito tempo trabalhava e apoiava os rebeldes sírios que marcharam sobre Damasco, e agora a tendência é que colha os frutos desse apoio.

"Esse relacionamento abre um domínio incrivelmente grande para a influência econômica e política", disse Asli Aydintasbas, pesquisador visitante da Brookings Institution em Washington, com foco especial na Turquia. "A Síria pode não ter uma transição tranquila, e pode haver novos combates entre as facções", acrescentou. "Mas o que é incontestável é que a influência da Turquia só crescerá, econômica e politicamente."

A Turquia também se tornou o principal interlocutor do HTS. O grupo é considerado uma organização terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pelas nações europeias devido ao seu histórico de extremismo islâmico, mas os turcos encontraram uma maneira de trabalhar com eles e agora têm uma enorme influência por meio dessa conexão.

"De todos os principais atores da região, Ancara tem os canais de comunicação mais fortes e o histórico de trabalho com o grupo islâmico que agora está no comando em Damasco, posicionando-o para colher os benefícios do fim do regime de Assad", escreveu Gonul Tol, diretora do programa turco do Instituto do Oriente Médio, na revista Foreign Affairs na quinta-feira.

A Turquia forneceu assistência indireta ao grupo, escreveu Tol, protegendo-o dos ataques do governo sírio por meio da presença de tropas turcas na província de Idlib. Ela também canalizou ajuda humanitária e comércio para a região, o que ajudou o HTS a ganhar legitimidade entre a população da região. "Tudo isso deu à Turquia influência sobre o HTS", escreveu ela.

Aydintasbas também creditou à Turquia, juntamente com as organizações internacionais de ajuda que trabalham no noroeste da Síria, o fato de ter pressionado o HTS, uma antiga afiliada da Qaeda, a moderar seu extremismo.

A orientação da Turquia sobre o grupo pode ser vista nas primeiras declarações do líder do H.T.S., Ahmed al-Shara, que usava o nome de guerra Abu Mohammad al-Golani, ao assegurar às minorias da Síria que não haveria repressão e ordenar a contenção de seus soldados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Principal nome da extrema-direita da França, Marine Le Pen pediu um orçamento "razoável e ponderado" ao centrista François Bayrou, escolhido para ser o novo primeiro-ministro do país. Le Pen, no entanto, não sinalizou planos de se opor à indicação e atuar para derrubar o novo governo. Em publicação no X (antigo Twitter), Le Pen exortou Bayrou a ouvir as demandas da oposição na elaboração da peça orçamentária. "Qualquer outra política que seja apenas uma extensão do macronismo, rejeitada duas vezes nas urnas, só poderá levar ao impasse e ao fracasso", escreveu, em referência ao presidente Emmanuel Macron.