Nunes assina despacho para romper contratos com empresas de ônibus

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), autorizou a instauração de um processo para rescindir os contratos com as empresas de ônibus UPBus e Transwolff, acusadas pelo Ministério Público de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

O despacho, publicado no Diário Oficial do município na noite de sexta-feira, 27, afirma que o processo será conduzido pela Secretaria de Transportes e que a decisão caberá ao chefe do Executivo. Após a notificação, as empresas têm um prazo de 15 dias para apresentar suas defesas. Caso a Prefeitura decida pela perda da validade dos contratos, novas contratações serão lançadas.

"Esse é o início do processo, agora abre prazo para defesa e após, dependendo da defesa, se decreta a caducidade. A Procuradoria do Município está fazendo tudo com muita cautela, com prazo para defesa, direito ao contraditório, visando instruir bem o processo", disse Nunes ao Estadão.

Os advogados que representam as duas empresas não foram localizados pela reportagem para comentar a decisão da Prefeitura.

Desde o ano passado, a UPBus e a Transwolff são investigadas pela Operação Fim da Linha, que revelou as possíveis ligações das empresas com o PCC. O presidente da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso no último dia 20 por descumprir medidas cautelares no regime domiciliar. Ele é réu por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em fevereiro, o Estadão revelou que, mesmo após as acusações terem se tornado públicas, em 2022, com prisões efetuadas e apreensões de bens, as companhias receberam R$ 827 milhões em repasses da Secretaria de Transportes e assinaram oito novos contratos para operar o sistema.

No total, sete empresas de ônibus foram ou estão sendo investigadas pela polícia e pelo Ministério Público por suspeita de elo com o crime organizado. Juntas, são responsáveis por transportar 27,5% dos passageiros de ônibus da capital, e receberam R$ 2 bilhões da Prefeitura de São Paulo em 2023.

'INFILTRAÇÃO'

A investigação do Ministério Público aponta a "infiltração" do PCC no setor de transportes, por meio do controle de empresas de ônibus operado por uma rede de laranjas e CNPJs fantasmas. Duas das maiores empresas de ônibus de São Paulo foram acusadas de terem sido criadas com dinheiro do PCC: a UPBus, supostamente controlada por integrantes da cúpula da facção criminosa e seus parentes; e a Transwolff, a terceira maior companhia do setor na cidade, com 1.111 veículos circulando.

Como também mostrou o Estadão em abril, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público de São Paulo, a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) identificaram, após quatro anos de investigação, a existência de um cartel montado pelo crime organizado para se apossar do chamado Grupo Local de Distribuição do sistema municipal de transportes.

A Justiça determinou o afastamento de 15 acionistas da UPBus e seis da direção da Transwolff e da cooperativa Cooperpam. Também foi determinado que a Prefeitura fizesse uma intervenção nas duas empresas.

A Operação Fim da Linha foi deflagrada no início de abril. Na ocasião, promotores cumpriram 52 mandados de busca e apreensão no Estado, com o auxílio de 340 policiais de cinco batalhões da Tropa de Choque da Polícia Militar. Poucos dias após a ofensiva, o prefeito afirmou que a empresa Transwolff não iria mais administrar o sistema de ônibus aquáticos na represa Billings, na zona sul de São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou nesta terça-feira, 31, pessoas ligadas a think tanks associados à Guarda Revolucionária do Irã e ao Departamento de Inteligência da Rússia por interferência nas eleições de 2024.

Segundo o Tesouro americano, o Centro de Produção de Design Cognitivo (CDPC) do Irã planejou, desde 2023, operações de influência com o objetivo de incitar tensões sociopolíticas entre o eleitorado dos Estados Unidos.

No caso da Rússia, o alvo da sanção é o Centro de Experiência Geopolítica (CGE), comandando pelo filósofo de extrema-direita Aleksandr Dugin. Ele é considerado o grande intelectual por trás do regime de Vladimir Putin.

"A equipe do CGE trabalha diretamente com uma unidade do Departamento de Inteligência da Rússia que supervisiona sabotagem, operações de interferência política e guerra cibernética visando o Ocidente", disse o Tesouro americano.

"Os governos do Irã e da Rússia têm como alvo nossos processos e instituições eleitorais e buscaram dividir o povo americano por meio de campanhas de desinformação direcionadas", afirmou o subsecretário interino do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira Bradley T. Smith. "Os Estados Unidos permanecerão vigilantes contra adversários que possam minar nossa democracia."

O presidente da China, Xi Jinping, reconheceu nesta terça-feira, 31, os "desafios" no horizonte da segunda maior economia do planeta, mas expressou otimismo de que eles podem ser superados com a ajuda de políticas proativas e a contínua promoção de reformas estruturais. "A operação econômica atual enfrenta algumas situações novas, desafios de incerteza no ambiente externo e pressão da transformação de antigos motores de crescimento em novos, mas tudo isso pode ser superado com muito trabalho", afirmou, em discurso televisionado para marcar o Ano Novo.

Sobre a geopolítica, Xi Jinping ressaltou que Pequim trabalha em cooperação com todos os países para assegurar um cenário internacional estável.

O líder chinês também chamou de "inevitável" a reunificação da China com Taiwan.

"Os compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan são uma família. Ninguém pode cortar nossos laços de sangue, e ninguém pode parar a tendência histórica da reunificação da pátria", destacou o presidente da China.

Mais cedo, em um evento, Xi Jinping reiterou a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês terá crescimento de cerca de 5% em 2024.

Seis pessoas foram baleadas em um tiroteio no Bronx em Nova York, nos Estados Unidos. Segundo informações do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD, na sigla em inglês) uma menina de 12 anos, a mãe de 40 anos e quatro homens com idades entre 18 e 21 anos estão entre os feridos.

O ataque ocorreu de forma direcionada no fim da tarde da segunda-feira, 30, e as razões por trás da ação ainda são desconhecidos pela polícia que já busca por dois suspeitos.

Durante a ação, a mulher atingida foi usada como escudo humano pela pessoa que motivou o ataque, alvo dos atiradores.

Segundo o NYPD em coletiva de imprensa, não houve vítimas fatais no ataque.