PRTB pretende mudar nome para 'Brasileiro', mas alteração pode esbarrar em entendimento do TSE

Política
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Ao anunciar que pretende se candidatar à Presidência em 2026, o empresário e influenciador Pablo Marçal afirmou que o PRTB, partido a que está filiado, pretende mudar de nome para "Brasileiro". Uma eventual alteração do nome da sigla precisaria ser aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas a Corte possui precedentes pela rejeição de nomes de partidos que se confundam com símbolos nacionais.

Em fevereiro de 2022, os ministros do TSE rejeitaram, por unanimidade, mudança solicitada pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB), que pretendia se chamar "Brasil".

Segundo os magistrados, a alteração podia induzir o eleitorado ao erro. O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, definiu a mudança solicitada pelo partido como "verdadeira armadilha".

"A utilização do nome 'Brasil' por qualquer partido político, sem qualquer elemento de distinção que o acompanhe, acarreta automática e inequívoca associação do partido à República Federativa do Brasil, com potencial intenso de gerar confusão ou induzir o eleitorado em erro. Tal compreensão fica palpável ao se imaginar, por exemplo, um slogan de campanha nos seguintes termos: 'Votem nos candidatos do Brasil'. Eis o manifesto potencial de induzimento do eleitorado ao erro, com reversão benéfica ao partido e correlato prejuízo a todos os demais, à custa de uma informação que encerra verdadeira armadilha", afirmou o ministro.

A sigla tentou, ainda, que fosse analisada a mudança para nomes como "Partido Brasil" e "Por mais Brasil", mas os ministros mantiveram a negativa aos novos nomes.

O advogado Fernando Neisser, especialista em direito eleitoral, avalia como "muito provável" que o pedido do PRTB esbarre no precedente do PMB. "Ainda que as palavras 'Brasil' ou 'Brasileiro' possam fazer parte do nome de um partido ou federação, como no próprio caso do 'Partido da Mulher Brasileira' ou da 'Federação Brasil da Esperança', o TSE entendeu que, sem esses demais elementos, o nome por si só pode causar confusão no eleitorado", disse Neisser.

Questionado sobre eventuais entraves para a mudança de nome do partido, o presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, acredita que a proposta de sua sigla "pode ser analisada de forma distinta pelo TSE".

"O Tribunal avalia cada caso de acordo com suas especificidades, e estamos preparados para apresentar os argumentos jurídicos e políticos que fundamentam a escolha. Nosso objetivo é garantir que o nome represente nossa identidade sem causar confusão ou indução ao erro do eleitorado", afirmou Avalanche ao Estadão.

Em entrevista coletiva realizada logo após não avançar ao segundo turno da eleição em São Paulo, Pablo Marçal afirmou que "2026 era logo ali" e que pretendia concorrer a um cargo do Executivo, mas não confirmou se disputaria o governo estadual de São Paulo ou a Presidência da República. Nesta quarta-feira, 8, o empresário e influenciador confirmou que pretende concorrer a presidente.

Até a eleição, contudo, o ex-coach pode estar inelegível pela divulgação de um laudo médico falso contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), então candidato a prefeito de São Paulo. Em novembro, o influenciador foi indiciado pela Polícia Federal pela publicação do documento em suas redes sociais.

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O parlamento do Líbano votou nesta quinta-feira, 9, para eleger o comandante do exército Joseph Aoun como chefe de estado, preenchendo um vácuo presidencial de mais de dois anos.

A votação ocorreu semanas depois que um tênue acordo de cessar-fogo interrompeu um conflito de 14 meses entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah, e em um momento em que os líderes do Líbano buscam assistência internacional para reconstrução.

Aoun, sem parentesco com o ex-presidente Michel Aoun, era amplamente visto como o candidato preferido dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. A sessão foi a 13ª tentativa da legislatura de eleger um sucessor para Michel Aoun, cujo mandato terminou em outubro de 2022.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse acreditar que os comentários do presidente eleito Donald Trump sobre a anexação do Canadá têm como objetivo desviar a atenção das consequências que os consumidores americanos enfrentam com uma tarifa de 25% sobre todas as importações canadenses.

"Isso não vai acontecer", disse Trudeau sobre a ideia de anexação.

"Isso é algo em que acho que precisamos nos concentrar um pouco mais", disse Trudeau em entrevista quinta-feira à CNN.

"Os canadenses têm orgulho de ser canadenses. Uma das maneiras que nos definimos de maneira mais fácil é: não somos americanos", disse.

"O que penso é que o Presidente Trump, que é um negociador muito hábil, está distraindo as pessoas com essa conversa" para tirar o foco das ameaças de tarifas sobre petróleo, gás, eletricidade, aço.

O premiê defendeu que o futuro presidente americano trabalhe em conjunto com os canadenses, em uma estratégia "ganha-ganha", que favoreça os dois lados. "Fazemos melhor, quando trabalhamos juntos", disse.

O premiê anunciou sua renúncia esta semana, mas permanecerá como primeiro-ministro até que os membros do Partido Liberal escolham um novo líder.

Os incêndios florestais em Los Angeles estão prestes a se tornar os mais caros da história dos Estados Unidos, com estimativas de danos que já chegam a cerca de US$ 50 bilhões, o dobro da previsão anterior, conforme o analista do JPMorgan, Jimmy Bhullar. Esse valor inclui perdas seguradas, estimadas em mais de US$ 20 bilhões.

Outras projeções também colocam o desastre entre os mais onerosos do país. A agência de classificação de risco Morningstar DBRS prevê perdas seguradas superiores a US$ 8 bilhões. No entanto, o total final de perdas pode variar, especialmente em previsões feitas enquanto os eventos ainda estão em curso. Analistas calculam os custos comparando o número e o valor das propriedades destruídas com incêndios anteriores. O incêndio Camp Fire de 2018, o mais destrutivo dos EUA até o ano passado, causou perdas de US$ 12,5 bilhões, ajustados pela inflação.

As perdas bilionárias devem pressionar ainda mais o já fragilizado mercado de seguros residenciais da Califórnia. A analista Denise Rappmund, da Moodys, alerta que o impacto será negativo para o mercado de seguros do estado, provavelmente elevando prêmios e reduzindo a disponibilidade de coberturas.

Além disso, seguradoras podem ser forçadas a resgatar o Fair Plan, plano da Califórnia de última instância para proprietários rejeitados por seguradoras privadas. Esse plano pode exigir que as seguradoras privadas paguem as perdas que o programa não consegue cobrir. Embora ainda não esteja claro o quanto das perdas recairá sobre o Fair Plan, ele tem grande exposição a áreas severamente afetadas pelos incêndios, como Pacific Palisades, que apresentava uma exposição de cerca de US$ 6 bilhões até setembro.

A presidente do Fair Plan, Victoria Roach, afirmou que a situação é um "jogo de azar", com muita exposição e poucos recursos disponíveis. Uma porta-voz do plano garantiu que há mecanismos de pagamento, incluindo resseguro, para garantir que todas as reivindicações com cobertura sejam pagas.