Lula visita galeria dos ex-presidentes no Planalto e critica Bolsonaro: foi eleito por mentiras

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma visita, no começo da tarde desta quinta-feira, 9, à galeria dos ex-presidentes da República, situada no térreo do Palácio do Planalto, e fez críticas à forma como a exposição foi montada. Ele pediu alterações sobre as informações que constam e ironizou os quadros dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro.

A galeria dos ex-chefes do Executivo foi depredada nos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2022. Ela expõe fotos de todos os presidentes da República e tem informações como a data de nascimento de cada um - e de morte, daqueles que já faleceram.

Os ex-presidentes aparecem com a imagem em preto e branco e a foto de Lula é colorida, como é de praxe para o atual chefe do Executivo.

Lula fez uma visita à exposição sobre as obras restauradas por conta dos ataques do 8 de Janeiro, que também estão no térreo, e seguiu para a galeria dos ex-presidentes.

O petista passou por todas as fotos e analisou-as atentamente. Ele estava acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, além de assessores e seguranças.

Ao ver as fotos, Lula fez diversas observações e sugeriu que sejam colocados contextos de como a autoridade foi eleita, o período que ela governou o País e o número de votos que recebeu.

"O que eu quero é que conte a história. A Dilma [Rousseff] foi eleita, foi reeleita e depois sofreu um impeachment por um golpe. Depois esse aqui [Michel Temer] não foi eleito, tomou posse em função do impeachment da Dilma e depois esse aqui [Jair Bolsonaro] foi eleito em função das mentiras. É isso que tem que colocar", disse Lula.

Ele criticou também que os quadros mostram as datas de nascimento e morte dos que foram eleitos. "Ninguém quer saber em que período em que ele nasceu, quer saber quando ele governou, como ele governou. Você tem que dizer como foram eleitas as pessoas, para a história registrar. Senão, a história não registra."

Lula disse que quer que a galeria "conte a história". "A única coisa que eu quero é que as pessoas que vierem aqui, ao olhar a foto do presidente, saibam o que aconteceu com cada um. Tem presidente aqui que só ficou um dia na Presidência", afirmou.

Durante as críticas, Janja interviu e disse que QR Codes estão sendo produzidos para colocar no quadro de cada ex-presidente.

O petista também brincou para que três fotos suas sejam colocadas na galeria, não apenas uma. A exposição mostra apenas as fotos dos presidentes eleitos, mas não repete a imagem se houve reeleição. Dessa forma, Lula aparece apenas uma vez, assim como Dilma.

O Palácio do Planalto voltou a expor a galeria em novembro do ano passado, quase dois anos após os atos golpistas. Além das fotos dos mandatários, o mural recebeu também uma imagem do local depredado durante os ataques.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o painel de fotos novo custou R$ 11 mil ao Planalto. Além das imagens, foram feitas molduras de acrílico, ao custo de R$ 230 cada.

A galeria dos presidentes ficou coberta por tapumes até ser restaurada. Não houve cerimônia para a reabertura do espaço.

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O parlamento do Líbano votou nesta quinta-feira, 9, para eleger o comandante do exército Joseph Aoun como chefe de estado, preenchendo um vácuo presidencial de mais de dois anos.

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Aoun, sem parentesco com o ex-presidente Michel Aoun, era amplamente visto como o candidato preferido dos Estados Unidos e da Arábia Saudita. A sessão foi a 13ª tentativa da legislatura de eleger um sucessor para Michel Aoun, cujo mandato terminou em outubro de 2022.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse acreditar que os comentários do presidente eleito Donald Trump sobre a anexação do Canadá têm como objetivo desviar a atenção das consequências que os consumidores americanos enfrentam com uma tarifa de 25% sobre todas as importações canadenses.

"Isso não vai acontecer", disse Trudeau sobre a ideia de anexação.

"Isso é algo em que acho que precisamos nos concentrar um pouco mais", disse Trudeau em entrevista quinta-feira à CNN.

"Os canadenses têm orgulho de ser canadenses. Uma das maneiras que nos definimos de maneira mais fácil é: não somos americanos", disse.

"O que penso é que o Presidente Trump, que é um negociador muito hábil, está distraindo as pessoas com essa conversa" para tirar o foco das ameaças de tarifas sobre petróleo, gás, eletricidade, aço.

O premiê defendeu que o futuro presidente americano trabalhe em conjunto com os canadenses, em uma estratégia "ganha-ganha", que favoreça os dois lados. "Fazemos melhor, quando trabalhamos juntos", disse.

O premiê anunciou sua renúncia esta semana, mas permanecerá como primeiro-ministro até que os membros do Partido Liberal escolham um novo líder.

Os incêndios florestais em Los Angeles estão prestes a se tornar os mais caros da história dos Estados Unidos, com estimativas de danos que já chegam a cerca de US$ 50 bilhões, o dobro da previsão anterior, conforme o analista do JPMorgan, Jimmy Bhullar. Esse valor inclui perdas seguradas, estimadas em mais de US$ 20 bilhões.

Outras projeções também colocam o desastre entre os mais onerosos do país. A agência de classificação de risco Morningstar DBRS prevê perdas seguradas superiores a US$ 8 bilhões. No entanto, o total final de perdas pode variar, especialmente em previsões feitas enquanto os eventos ainda estão em curso. Analistas calculam os custos comparando o número e o valor das propriedades destruídas com incêndios anteriores. O incêndio Camp Fire de 2018, o mais destrutivo dos EUA até o ano passado, causou perdas de US$ 12,5 bilhões, ajustados pela inflação.

As perdas bilionárias devem pressionar ainda mais o já fragilizado mercado de seguros residenciais da Califórnia. A analista Denise Rappmund, da Moodys, alerta que o impacto será negativo para o mercado de seguros do estado, provavelmente elevando prêmios e reduzindo a disponibilidade de coberturas.

Além disso, seguradoras podem ser forçadas a resgatar o Fair Plan, plano da Califórnia de última instância para proprietários rejeitados por seguradoras privadas. Esse plano pode exigir que as seguradoras privadas paguem as perdas que o programa não consegue cobrir. Embora ainda não esteja claro o quanto das perdas recairá sobre o Fair Plan, ele tem grande exposição a áreas severamente afetadas pelos incêndios, como Pacific Palisades, que apresentava uma exposição de cerca de US$ 6 bilhões até setembro.

A presidente do Fair Plan, Victoria Roach, afirmou que a situação é um "jogo de azar", com muita exposição e poucos recursos disponíveis. Uma porta-voz do plano garantiu que há mecanismos de pagamento, incluindo resseguro, para garantir que todas as reivindicações com cobertura sejam pagas.