Entidades criam força-tarefa para cumprir exigências sobre emendas

Política
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Fundações de apoio à pesquisa ligadas a universidades públicas mobilizam uma força-tarefa para atender às exigências de transparência após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a suspensão dos repasses de emendas parlamentares a 13 entidades. Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) considerou que o fornecimento de dados sobre os recursos públicos por parte das instituições foi insuficiente.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, houve uma reunião virtual na última quarta-feira entre os representantes das entidades que foram alvo da decisão e membros da CGU e da Advocacia-Geral da União (AGU). De acordo com um participante do encontro, a CGU disse que vai pedir a Dino a prorrogação do prazo - encerrado ontem - para que todas as fundações possam sanar as lacunas de transparência antes do bloqueio efetivo dos repasses de emendas.

Mudanças

As fundações podem ser contratadas pelas instituições de ensino e ciência para que exerçam a gestão administrativa e financeira necessária à execução de projetos científicos. Até agora, três fundações ligadas a universidades públicas apresentaram ao ministro do Supremo melhorias feitas em seus portais e pediram a liberação dos repasses: Fundação Euclides da Cunha (FEC), ligada à Universidade Federal Fluminense (UFF); Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos (Coppetec), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); e Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape), associada à Universidade Federal de Goiás (UFG).

Dino publicou despacho anteontem no qual intima a CGU a se manifestar em um prazo de até 15 dias corridos sobre os pedidos. O órgão de controle deverá atestar se as fundações cumpriram ou não os requisitos de transparência.

O presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Antonio Fernando Queiroz, disse rejeitar a alegação de que as fundações não atuam com transparência. De acordo com Queiroz, os portais de transparência dessas entidades já publicavam todos os dados relativos aos projetos geridos, inclusive com dinheiro de emendas. Ele afirmou que a CGU considerou a prestação de contas não adequada porque os sites não identificavam quais recursos vinham de emendas.

Isso se deve, de acordo com Queiroz, a uma dificuldade operacional: as emendas são recebidas pelas universidades, que, por sua vez, direcionam as verbas a determinado projeto científico e contratam as fundações para gerir os recursos. Por isso, destacou, as fundações podem receber valores mistos, sem dados de quais são oriundos das emendas e quais vêm de recursos próprios da universidade. Segundo Queiroz, essa identificação não era cobrada pela CGU até a decisão de Dino.

Essa lacuna, de acordo com o presidente do Confies, está sendo sanada pela força-tarefa das fundações. "A gente não recebe a emenda parlamentar na fundação, a gente recebe um projeto. Agora a gente colocou fonte do recurso, emenda parlamentar (no portal de transparência)", declarou.

Na semana passada, Dino suspendeu repasses de emendas a 13 entidades que não divulgam as informações requeridas, conforme relatório da CGU entregue ao STF. Dessas entidades, oito são fundações que gerenciam verbas para pesquisas em universidades públicas. No período analisado pela CGU, entre 2 e 21 de dezembro, foram autorizados R$ 133,3 milhões em benefício das entidades - R$ 53,8 milhões foram para fundações ligadas a universidades públicas.

Os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia não responderam. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior não comentou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente ucraniano Volodmir Zelenski chegou a Londres nesta sexta-feira, 24, para encontros com líderes europeus que prometeram ajuda militar para proteger seu país de futuras agressões russas se um cessar-fogo interromper a guerra de mais de três anos.

Ainda nesta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer defendeu um aumento no fornecimento de armas de longo alcance para a Ucrânia, ao se reunir com o Zelenski antes de uma reunião em Londres com os aliados de Kiev.

"Acredito que podemos fazer mais em termos de recursos, especialmente recursos de longo alcance", disse Starmer no início de sua reunião com o presidente ucraniano, antes da reunião da coalizão dos dispostos na capital britânica. "E, claro, há o trabalho vital da coalizão dos dispostos nas garantias de segurança necessárias", acrescentou.

O encontro organizado por Starmer também deve discutir maneiras de ajudar a proteger a rede elétrica da Ucrânia dos ataques quase diários de drones e mísseis da Rússia com a aproximação do inverno, melhorando as defesas aéreas ucranianas e fornecendo a Kiev mísseis de longo alcance que podem atingir o interior da Rússia.

Negociações

As negociações visam aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, dando força às medidas dos últimos dias, que incluíram uma nova rodada de sanções dos Estados Unidos e de países europeus que visam os lucros vitais da Rússia com exportações de petróleo e gás.

Putin tem resistido até agora aos esforços para pressioná-lo a negociar um acordo de paz com Zelenski e argumenta que os motivos para a invasão total da Rússia ao seu vizinho menor são legítimos. A Rússia também tem se mostrado hábil em encontrar brechas nas sanções ocidentais.

Essa postura inflexível exasperou os líderes ocidentais. "Repetidamente oferecemos a Putin a chance de pôr fim à sua invasão desnecessária, de interromper a matança e de convocar suas tropas, mas ele rejeita repetidamente essas propostas e qualquer chance de paz", disse Starmer em comentários por escrito antes da reunião desta sexta-feira.

Os aliados ocidentais da Ucrânia precisam resolver algumas grandes questões sobre o papel que desempenharão no futuro, já que o maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial se aproxima de seu quarto aniversário em fevereiro.

As incertezas incluem como eles podem ajudar a financiar a Ucrânia devastada pela guerra, quais garantias de segurança pós-guerra eles podem fornecer e definir quais podem ser os compromissos de Washington com futuros acordos de segurança.

Força de segurança

Zelenski e Starmer devem se reunir no Ministério das Relações Exteriores em Londres, juntamente com o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, e o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof. Cerca de 20 outros líderes participarão por videoconferência da reunião do grupo apelidado de coalizão dos dispostos.

Os detalhes sobre a potencial futura "força de segurança" são escassos, e a reunião de Londres busca desenvolver ainda mais a ideia - embora qualquer acordo de paz pareça, no momento, apenas uma possibilidade distante.

Segundo autoridades, a força provavelmente consistirá em apoio aéreo e naval, em vez de tropas ocidentais destacadas na Ucrânia. O Secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, afirma que seria "uma força para ajudar a proteger os céus, os mares, uma força para ajudar a treinar as forças ucranianas a defender sua nação".

Espera-se que sua sede fique entre Paris e Londres por períodos de 12 meses.

A guerra não mostra sinais de enfraquecimento, já que uma guerra de atrito na linha de frente mata milhares de soldados de ambos os lados, enquanto bombardeios de drones e mísseis causam danos nas áreas de retaguarda.

*Com agências internacionais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, dia 24, que traficantes de drogas também são vítimas dos usuários, ao criticar a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de combater com Forças Armadas cartéis do narcotráfico na América Latina.

O petista sugeriu que há uma relação de sustentação entre traficantes e dependentes químicos, enquanto defendia que Trump deveria combater o uso das drogas internamente no país, em vez de promover uma ação militar externa.

"Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, de gente que compra porque tem gente que vende", disse Lula, em entrevista coletiva em Jacarta, Indonésia.

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A operação com caças, navios de guerra e cerca de 10 mil homens é vista como uma ameaça de intervenção militar na Venezuela, e preocupa o governo brasileiro. Para integrantes do Palácio do Planalto, há risco de desestabilização na América do Sul e potencial fortalecimento da diáspora venezuelana.

Agora, Trump comparou narcotraficantes a grupos radicais terroristas, como a Al-Quaeda e o Estado Islâmico. O governo Lula rejeita a classificação de organizações criminosas como terroristas.

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"Você não fala que vai matar as pessoas, você tem que prender as pessoas, julgar as pessoas, saber se a pessoa estava ou não traficando e aí você pune as pessoas de acordo com a lei", disse Lula, em mais uma crítica à política militar trumpista. "É o mínimo que se espera que faça um chefe de Estado."

O petista sugeriu que Trump deveria cuidar dos usuários em vez de enviar as Forças Armadas por terra, ar ou mar. E que esperava uma cooperação policial na região.

"É muito melhor os Estados Unidos se disporem a conversar com a polícia dos outros países, com o Ministério da Justiça de cada país, para a gente fazer uma coisa conjunta. Porque se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer, onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade da soberania dos países? É ruim. Então eu pretendo pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump, se ele colocar na mesa", afirmou.

A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, prometeu nesta sexta-feira (24) ampliar e acelerar os gastos com defesa, em meio às crescentes tensões com a China, a Coreia do Norte e a Rússia.

Takaichi afirmou que o governo atingirá a meta anual de gastos militares equivalentes a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até março de 2026. O plano inicial era chegar ao montante em 2027. A estratégia de segurança do país será revisada até o fim do ano que vem, ainda segundo a primeira-ministra. Habitualmente, o Japão cumpre a tarefa uma vez por década, e fez a revisão pela última vez em 2022.

"A ordem internacional livre, aberta e estável à qual estávamos acostumados está violentamente abalada diante de uma mudança histórica no equilíbrio de poder e intensificação das competições geopolíticas", disse Takaichi, que tomou posse no cargo na terça-feira, 21, e discursou pela primeira vez no Parlamento nesta sexta. "Na região ao redor do Japão, as atividades militares e outras ações de nossos vizinhos China, Coreia do Norte e Rússia estão causando graves preocupações." Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.