Governador de SC: 'Cidade mais alemã do Brasil' se destaca pela 'cor da pele das pessoas'

Política
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O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), disse nesta quarta-feira, 15, que a cidade de Pomerode se destaca pela "cor da pele das pessoas". A declaração foi dada durante a abertura da 40ª Festa Pomerana, evento tradicional realizado no município, que celebra a cultura germânica na região do Vale do Itajaí.

"Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pela das pessoas, pela mistura, pelo o que representa para todos nós", afirmou. O discurso está disponível em áudio no site da Secretaria de Comunicação Social do governo de Santa Catarina.

"Então, aqui em Pomerode, todas as pessoas que vêm para cá voltam. É um sinal que gostou e é um sinal que faz diferença na vida das pessoas. Então, é por isso que comemorar, apoiar, ajudar uma festa como essa é uma obrigação do governo do Estado", disse Jorginho.

Procurada pelo Estadão, a assessoria de Jorginho Mello preferiu não se manifestar.

Pomerode é conhecida por ser a "cidade mais alemã do Brasil" devido ao grande número de descendentes do país que moram no município, que possui 34.289 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE também calculou que 80,3% dos moradores são brancos.

A cidade tem forte influência de colonos alemães em sua história e preserva traços arquitetônicos como as casas enxaimel, um estilo típico da Alemanha que combina madeira, pedras e tijolos. A valorização desse patrimônio cultural é uma das principais bases do turismo local.

A cidade está localizada a cerca de 170 quilômetros de Florianópolis, capital do Estado, e é vizinha do município de Blumenau, outro importante centro cultural de colonização alemã.

PSOL envia denúncia ao MPF contra Jorginho

O PSOL de Santa Catarina enviou uma denúncia contra o governador ao Ministério Público Federal (MPF) pela "possível prática do crime de racismo" devido à declaração. "Ele disse que Pomerode, cidade de origem alemã, 'se destaca pela cor da pele das pessoas'", disse o advogado da legenda, Rodrigo Sartoti, no X (antigo Twitter).

O vereador de Florianópolis Leonel Camasão (PSOL) classificou a declaração do governador como "absurda" e cobrou rigor da Justiça. "O PSOL/SC e o nosso mandato encaminharam denúncia ao procurador-geral da República para que seja proposta ação penal contra o governador Jorginho Mello pela possível prática de racismo. Como se trata de crime comum, compete ao STJ processar e julgar o governador", disse.

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As companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram mais de 2,7 mil voos no domingo, 9, em meio à paralisação do governo e à escassez de controladores de tráfego aéreo, que estão sem receber salários há quase um mês.

O secretário de Transporte americano, Sean Duffy, alertou que o tráfego aéreo no país poderá ser "drasticamente reduzido" se a paralisação se estender até o feriado de Ação de Graças, no fim do mês. Duffy disse que a redução de voos poderá chegar a 20% caso os controladores deixem de receber o segundo pagamento consecutivo.

Segundo a plataforma FlightAware, houve ainda quase 10 mil atrasos neste domingo, além de 1,5 mil cancelamentos no sábado, 8, e mil na sexta-feira, 7. O Aeroporto de Atlanta registrou o maior número de cancelamentos, seguido pelo terminal de Chicago.

Duffy afirmou que até "15 a 20 controladores por dia estão se aposentando" e revelou que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, ofereceu controladores militares para apoiar o sistema civil, embora não esteja claro se eles são certificados para a função.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.