Bolsonaro diz que vai processar Haddad por fala sobre compra de imóveis vinda de 'rachadinha'

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado, 18, que vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), por afirmar que a sua família comprou mais de cem imóveis com dinheiro de "rachadinha", tipo de crime em que um parlamentar obriga servidores a devolverem parte dos salários.

Em declaração no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 17, Haddad afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (PL) foi pego pela Receita Federal no esquema da "rachadinhas". O ministro ainda disse que "esse pessoal que comprou 101 imóveis" com dinheiro desviado de funcionários não pode se queixar do trabalho da autoridade de fiscalização.

"Eles não têm o que fazer e sempre me acusam de alguma coisa. Falaram, inclusive, que eu comprei imóveis sem origem de dinheiro. Ele me acusa do que ele faz. Ele não olha para o que o chefe dele (presidente Lula) fez. (...) Eu só tenho um caminho: acreditar na Justiça e processá-lo", disse.

O Estadão revelou em 2018 que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) havia apontado uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

O Ministério Público investigou por dois anos o caso, que resultou em denúncia de crimes de fraude, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Flávio, Queiroz e outros 15 envolvidos. Em 2021, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as decisões anteriores sobre o caso envolvendo Queiroz e Flávio Bolsonaro.

"As 'rachadinhas' foram combatidas porque a autoridade identificou uma movimentação absurda nas contas do Flávio Bolsonaro. Agora, Flávio Bolsonaro está reclamando da Receita. Não adianta esse pessoal, que comprou mais de 100 imóveis com dinheiro de rachadinha, ficar indignado com o trabalho sério que a Receita está fazendo", afirmou Haddad.

A menção à compra de mais de uma centena de imóveis pela família Bolsonaro está relacionada a uma reportagem publicada em 2022 pelo UOL, que revelou que quase metade do patrimônio do clã foi constituído com o uso de dinheiro em espécie. A publicação afirma que o ex-presidente e seus familiares negociaram 107 imóveis em mais de 30 anos, dos quais 51 teriam sido adquiridos parcialmente ou totalmente com dinheiro vivo.

A declaração de Haddad sobre o patrimônio do clã Bolsonaro foi feita em meio à crise política causada pela portaria da Receita Federal que aumentou o nível de fiscalização das transações bancárias, incluindo as realizadas via Pix. Aliados de Bolsonaro capitanearam o movimento de ataque à medida do governo federal.

A Receita acabou revogando a norma que vinha sendo criticada pela oposição e que provocou uma onda de notícias sobre uma falsa intenção do governo de taxar as operações com Pix. O governo chegou a defender que os responsáveis pelas notícias falsas deveriam ser punidos criminalmente.

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Milhares de pessoas de diversos lugares dos Estados Unidos participam de manifestações, neste sábado, em Washington D.C., exortando a defesa dos direitos reprodutivos das mulheres e outras causas que acreditam estar sob ameaça da próxima administração de Donald Trump. Os atos retomam a Marcha das Mulheres original dias antes da posse do presidente eleito.

Os manifestantes estão reunidos em frente ao Lincoln Memorial, onde oradores apelam ao acesso das mulheres ao aborto, à defesa dos direitos de pessoas transgêneras, ao combate às alterações climáticas e a outras questões que acreditam estar sob ameaça.

O presidente eleito deverá deixar sua casa na Flórida no sábado para seguir para Washington. Trump, voará mais uma vez a bordo de um avião do governo e não com seu avião pessoal com o emblema de Trump. O presidente eleito será transportado em um C-32, a variante militar do avião Boeing 757 que ele possui há anos.

Fonte: Associated Press

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse à NBC News que planeja dar ao proprietário chinês do Tiktok um prazo de 90 dias, a partir de sua posse na segunda-feira, para que seja encontrado um proprietário não chinês para o aplicativo de mídia social.

Mas até então, o proprietário do TikTok, ByteDance, provavelmente desativará os vídeos curtos extremamente populares de sua plataforma nos EUA.

"Infelizmente, o TikTok será forçado a fechar em 19 de janeiro", disse a ByteDance em comunicado na sexta-feira, referindo-se à data em que a Lei de Aplicações Controladas de Adversários Estrangeiros entrará em vigor. A lei, que foi mantida pela Suprema Corte nesta semana, diz que a proibição acontecerá a menos que o TikTok seja vendido a um proprietário que não seja "controlado por um adversário estrangeiro" e que não seja uma ameaça à segurança nacional.

Qualquer empresa que permita que apenas um dos 170 milhões de usuários do TikTok nos EUA acesse seu conteúdo poderá sofrer multas que totalizam centenas de milhões de dólares. Nos termos da lei, isso inclui a controladora do aplicativo, com sede na China, bem como provedores de serviços nos EUA, como Apple, Oracle e Alphabet, controladora do Google.

A ByteDance e grupos de profissionais de marketing do TikTok buscaram garantias de última hora de que a administração democrata Biden não aplicaria o estatuto nos dias restantes antes da posse de Trump.

Essas garantias não foram divulgadas, disse a ByteDance em seu comunicado de sexta-feira. No mesmo dia, a Casa Branca disse que deixaria a aplicação do estatuto para a próxima administração. Mas um anúncio do Departamento de Justiça elogiou a decisão da Suprema Corte por proteger os americanos do regime autoritário da China. Fonte: Dow Jones Newswires

Centenas de tropas suecas chegaram à Letônia no sábado para se juntar a uma brigada multinacional liderada pelo Canadá ao longo do flanco leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A Suécia considerou a operação a mais significativa até agora desde que se tornou membro da aliança de defesa ocidental.

Um navio transportando partes de um batalhão de infantaria mecanizada chegou no sábado de manhã ao porto de Riga, capital da Letônia, escoltado pela força aérea sueca e unidades das marinhas sueca e da Letônia, disseram as forças armadas suecas em um comunicado.

A Letônia faz fronteira com a Rússia a leste e com a Bielorrússia a sudeste. As tensões são altas na Europa Central devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia.

As forças armadas da Suécia disseram que a missão de 550 soldados contribuirá para os esforços de dissuasão e defesa da aliança e garantirá a estabilidade na região, e que "marca o maior compromisso da Suécia desde que se juntou à Otan" no ano passado. Fonte: Associated Press