AGU realiza audiência sobre mudanças na política de moderação da Meta nesta quarta-feira

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Advocacia-Geral da União (AGU) realizará uma audiência pública nesta quarta-feira, 22, em Brasília, para discutir as alterações na política de moderação de conteúdo da Meta, dona de plataformas como Facebook e Instagram. A reunião será no auditório da Escola Superior da AGU, das 14h às 18h. A gravação será divulgada posteriormente.

Entre os temas a serem abordados, estão a conduta de ódio nas plataformas digitais, a mitigação de conteúdos ilícitos, a consequência do fim de programas de checagem e o impacto das mudanças na proteção de grupos marginalizados, como mulheres, pessoas LGBTQIA+, imigrantes e pessoas com deficiência.

A audiência é organizada pela AGU, liderada pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, em conjunto com os ministérios da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e Cidadania, e a Secretaria de Comunicação Social. A AGU convocou representantes da sociedade civil, da comunidade acadêmica, das plataformas digitais, das agências de checagem e de instituições públicas e privadas.

O governo brasileiro demonstrou preocupação com as novas políticas anunciadas pela Meta, que incluem o fim da checagem de fatos, substituída pelo sistema Notas da Comunidade. A AGU considera que tais alterações podem prejudicar a proteção de direitos fundamentais no Brasil, especialmente no combate à desinformação.

A Meta respondeu a uma notificação do governo no último dia 13, salientando que o encerramento do Programa de Verificação de Fatos por agências independentes de checagem de informação valerá apenas para os Estados Unidos neste primeiro momento.

Entre as alterações, também estão a revisão das regras de discurso de ódio, já aplicadas no Brasil, e a retomada de algoritmos que recomendam publicações políticas. Tais medidas divergem de compromissos assumidos anteriormente pela empresa durante discussões no Supremo Tribunal Federal sobre o Marco Civil da Internet.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, justificou as mudanças com a intenção de diminuir o "viés" percebido nas políticas da empresa. Ele também anunciou a transferência de parte da equipe para o Texas e afirmou que pretende trabalhar com o presidente dos EUA, Donald Trump, para pressionar governos que promovem mais regulamentações, como os da América Latina, da Europa e da China.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta segunda-feira, 20 a promessa de implementar uma ampla reforma do sistema de comércio internacional. Durante discurso de posse, na Rotunda do Capitólio, em Washington D.C., o republicano repetiu que pretende impor tarifas a países estrangeiros com o objetivo de "enriquecer os americanos".

Trump também confirmou plano de criar um Serviço de Receita Externa, órgão análogo à Receita Federal que buscará coletar os tributos cobrados sobre as importações. Segundo ele, a iniciativa trará "grande quantidade de dinheiros" para o Tesouro americano a partir de fontes estrangeiras.

A Casa Branca emitiu na tarde desta segunda-feira, 20, um comunicado com as prioridades do começo de mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou posse hoje. Separado em quatro partes, o documento trata de tornar a "América segura outra vez", reduzir os preços e retomar o domínio do mercado de energia, "drenar o pântano", em referência à política de Washington, e trazer de volta os "valores americanos". A presidência promete que libertará o setor de energia dos Estados Unidos ao "acabar com as políticas de extremismo climático de Biden", e cita uma retirada do Acordo de Paris como uma medida nesta sentido.

"O presidente Trump declarará uma emergência energética e utilizará todos os recursos necessários para construir infraestruturas críticas", diz a publicação. A Casa Branca diz ainda que a nova administração buscará racionalizar a concessão de licenças e rever, para efeitos de rescisão, todos os regulamentos que impõem encargos indevidos à produção e utilização de energia, incluindo a mineração e o processamento de minerais não combustíveis.

"As políticas energéticas do presidente Trump acabarão com o arrendamento de enormes parques eólicos que degradam as nossas paisagens naturais e não servem os consumidores de energia americanos", diz o documento. A publicação diz que Trump anunciará a Política Comercial "America First". Segundo o documento, os EUA não estarão "mais em dívida com organizações estrangeiras pela nossa política fiscal nacional, que pune as empresas americanas".

Sobre as políticas de segurança, Trump "tomará medidas ousadas para garantir a segurança da nossa fronteira e proteger as comunidades americanas. Isto inclui acabar com as políticas de captura e libertação de Biden, restabelecer a permanência no México, construir o muro, acabar com o asilo para quem atravessa ilegalmente a fronteira, reprimir os santuários criminais e melhorar a verificação e o rastreio de estrangeiros", diz o documento.

"A operação de deportação abordará as passagens recordes de fronteiras de estrangeiros criminosos sob a administração anterior. O Presidente está suspendendo a reinstalação de refugiados, depois de as comunidades terem sido forçadas a alojar grandes e insustentáveis populações de migrantes, prejudicando a segurança e os recursos", afirma.

"As Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, se envolverão na segurança das fronteiras, e serão destacadas para a fronteira para ajudar o pessoal existente na aplicação da lei. Trump iniciará o processo de designação de cartéis como organizações terroristas estrangeiras e utilizará a Lei dos Inimigos Estrangeiros para os remover", aponta a Casa Branca.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu assinar uma série de decretos executivos já nesta segunda-feira, 20, durante discurso de posse no Capitólio, em Washington D.C. "Iniciamos a revolução do bom senso", afirmou.

Entre as primeiras medidas, o republicano disse que vai decretar emergência nacional na fronteira ao Sul, com objetivo de "parar imediatamente" o fluxo de imigrantes ilegais que vêm do México. Segundo ele, os cartéis de drogas serão designados como organizações terroristas estrangeiras.

Trump também disse que irá enviar tropas para a região para acabar com o que chama de "desastrosa invasão" do país. "Minha maior responsabilidade é proteger o país", destacou Trump.